Segundo o chefe do Parlamento, Jorge Rodríguez, as foram separadas dos pais, muitos deles já na Venezuela, depois de terem sido deportadas dos Estados Unidos
O governo da Venezuela acusou nesta segunda-feira (30) os Estados Unidos de terem “sequestrado” 18 crianças ao separá-las de seus pais durante o processo de deportação que Washington realiza para expulsar imigrantes do país.
Segundo o chefe do Parlamento, Jorge Rodríguez, as crianças têm de 1 a 12 anos e foram separadas dos pais, muitos deles já na Venezuela, depois de terem sido deportadas dos Estados Unidos.
“Estamos aqui para denunciar” que 18 crianças foram sequestradas nos Estados Unidos da América”, disse Rodríguez em coletiva de imprensa, sem especificar desde quando os menores estariam detidos.
Eles foram separados de suas mães, de seus pais, de sua família, de seus avós, levados a instituições onde não deveriam estar”, apontou, após afirmar que tem “trocas frequentes” com o governo do presidente Donald Trump para exigir a sua devolução. “Sempre lhes dissemos: ‘Devolvam nossos meninos e meninas'”, defendeu.
Apesar da ruptura de relações diplomáticas entre Venezuela e Estados Unidos em 2019, o governo Trump conseguiu fechar um acordo com a administração de Nicolás Maduro para deportar centenas de venezuelanos, depois de acusá-los de serem ‘criminosos'”
Nesses voos chegaram crianças sem os seus representantes, disse o ministro do Interior e encarregado de receber os deportados, Diosdado Cabello.
O chefe parlamentar disse que os menores “não cometeram nenhum crime”, e que seus familiares tampouco o fizeram “para receber esse castigo brutal de serem separados de sua família, seu filho, seu neto ou sua neta”, reforçou Rodríguez.
Em abril, a Venezuela denunciou que uma menina de 2 anos havia sido separada de seus pais durante um processo de deportação dos Estados Unidos para Caracas e El Salvador. A criança chegou a Caracas em meados de maio.
Autoridades americanas afirmaram que a menina foi separada de seus pais “porque ambos (…) são membros do Tren de Aragua”, uma gangue venezuelana que se espalhou por países das Américas. A mãe negou as acusações.
A Venezuela também demanda a entrega de mais de 200 de seus cidadãos que foram expulsos dos Estados Unidos para uma prisão de segurança máxima em El Salvador em meados de março, com base em uma lei do século XVIII usada, até então, apenas em tempos de guerra.
Tribuna Livre, com informações da Agence France Presse