O MPGO inaugura o Navita, núcleo de acolhimento a vítimas de violência doméstica em Goiás. Inicialmente em Goiânia, projeto prevê expansão para todo o estado
Com Goiás no 9º lugar no ranking nacional de violência doméstica, milhares de vítimas enfrentam diariamente o desafio de reconstruir suas vidas. Em resposta a essa realidade, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) inaugurou, neste mês, o Navita: trata-se de um núcleo de acolhimento que vai muito além de um ponto de apoio, oferecendo escuta qualificada, suporte psicológico, orientação jurídica e acompanhamento processual. Instalado na sala da T-22 da sede do MPGO, em Goiânia, o espaço oferece às vítimas e familiares acolhimento, informação e protagonismo na busca por justiça, marcando um novo capítulo na proteção dos direitos humanos em Goiás.
Nascido da adesão do MPGO, em 2023, ao Movimento em Defesa das Vítimas, do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), segundo o procurador-geral de Justiça, Cyro Terra Peres, a criação do núcleo simboliza um novo momento na atuação do MP, “Estamos do lado da vítima e contra os criminosos. Este núcleo representa uma mudança de postura do Ministério Público, que passa a olhar a vítima como protagonista. Aqui vamos ajudar muitas vítimas — e também seremos ajudados por elas”, afirmou.
Dados recentes do Observatório de Feminicídio e Violência Doméstica, do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), revelam que, somente entre janeiro e junho de 2025, foram registrados 29.830 novos processos de violência doméstica no estado e, até o momento, 34 casos de feminicídios no estado. Essa estatística coloca o Estado em 9º lugar no ranking nacional de violência doméstica, segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Números que evidenciam não somente a sobrecarga no sistema de Justiça, assim aumentam a necessidade de medidas urgentes que não apenas punam, mas também que orientem e acolham as vítimas, prevenindo a reincidência da violência.
Conforme o MPGO, o Navita foi projetado para transmitir acolhimento e segurança, com salas individuais de atendimento, espaço reservado para escuta sigilosa, recepção humanizada e estrutura para reuniões com profissionais especializados, funciona como porta de entrada para a rede de proteção, encaminhando vítimas para órgãos parceiros, como delegacias especializadas, Defensoria Pública, serviços de saúde, assistência social e abrigos sigilosos. Por enquanto, o Navita funciona apenas em Goiânia, mas há planos de expansão para todo o estado de Goiás.
O espaço conta com uma equipe inicial formada por psicólogos, estagiários de direito e psicologia e, futuramente, assistentes sociais. O atendimento será humanizado, com escuta ativa e acompanhamento integral do caso, oferecendo suporte desde o registro da ocorrência até o andamento processual.
Tribuna Livre, com informações do Ministério Público de Goiás (MP-GO)