Em um comunicado, o Ministério da Defesa nomeou Guerasimov como
“comandante do agrupamento de tropas” destacadas na Ucrânia,
substituindo Serguei Surovikin
(crédito: Sergei Guneyev/Sputnik/AFP)
A Rússia voltou a substituir o comandante de sua ofensiva
na Ucrânia, nomeando agora o general Valeri Guerasimov, chefe do Estado-Maior
da Forças Armadas russas. Em um comunicado, o Ministério da Defesa nomeou
Guerasimov como “comandante do agrupamento de tropas” destacadas na
Ucrânia, substituindo Serguei Surovikin, que tinha assumido o cargo em novembro
passado.
“O aumento do nível de comando da operação especial
(na Ucrânica) está associado à ampliação na escala das missões a serem
realizadas e à necessidade de uma interação mais próxima entre os componentes
das forças armadas”, explicou a pasta. O novo comandante também terá ao
seu lado os generais Serguei Surovikin, Oleg Saliukov e Alexei Kim. O
reposicionamento ocorre depois de derrotas diante das ofensivas ucranianas de
Kharkiv (nordeste) e Kherson (sul).
A cidade ucraniana de Soledar (leste) continua sendo
cenário de “intensos combates” entre as forças de Moscou e de Kiev ,
em um momento em que a Rússia tenta reverter o curso do conflito. “Tudo o
que acontece em Bakhmut ou Soledar faz parte das cenas mais sangrentas desta
guerra”, disse à agência France-Presse Mikhailo Podoliak, conselheiro da
Presidência ucraniana.
Os combates “prosseguem” em Soledar, o front
“se mantém”, afirmou presidente ucraniano, Volodimir Zelensky.
“Fazemos o possível para reforçar a nossa defesa, sem nenhuma pausa, nem
sequer por um dia”, acrescentou. Soledar, outrora conhecida por suas minas
de sal, tem sido alvo de uma ofensiva russa há semanas. A cidade, que antes do
conflito tinha cerca de 10 mil habitantes, fica perto de Bakhmut, um local da
região de Donetsk que os russos tentam conquistar há meses.
O grupo paramilitar russo Wagner, formado em grande parte
por mercenários, anunciou a tomada desta pequena localidade, que está totalmente
devastada pela guerra. Mas a afirmação foi desmentida pelos militares
ucranianos e pelo Exército russo. A tomada de Soledar significaria uma vitória
militar simbólica para Moscou, após vários reveses das tropas russas no terreno
desde setembro. “Estão sendo travados intensos combates em Soledar”,
afirmou a vice-ministra ucraniana da Defesa, Ganna Maliar, por meio do Twitter.
Os russos tentaram “romper a defesa” ucraniana e “capturar
completamente a cidade, mas sem sucesso”.
O Ministério da Defesa russo informou, em nota, que suas
tropas aerotransportadas “bloquearam as zonas norte e sul de
Soledar”. “As forças russas atacam, neste momento, os redutos
inimigos. Forças de assalto estão lutando na cidade”, destacou. O governo
russo se mostrou prudente sobre a situação no terreno. “Não é preciso ter
pressa. Esperemos as declarações oficiais”, declarou o porta-voz do
Kremlin, Dmitri Peskov, acrescentando que havia “uma dinâmica positiva no
avanço” das forças russas. Segundo Podoliak, as perdas militares de Moscou
são “enormes”.