Partidos acusam ex-juiz da Lava-Jato de abuso de poder econômico. Placar está em 1 a 1
A desembargadora Cláudia Cristofani, do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), pediu vista (mais tempo de análise) nesta quarta-feira (3/4) e interrompeu o julgamento das ações que pedem a cassação do senador Sergio Moro (União Brasil-PR). Ela se comprometeu a devolver os autos na próxima (8/4) para que a Corte possa retomar a discussão o momento. O placar está em 1 a 1.
“Esta não é aquela decisão que um CEO de uma empresa faz, vertical, instantânea, que começa e termina hoje. Estamos diante de um processo que precisa ser amadurecido”, disse a magistrada ao justificar o pedido de vista.
O TRE-PR analisa as ações apresentadas pelo PL e pelo PT em que o Sergio Moro é acusado de abuso de poder econômico nas eleições de 2022, por ter usado recursos do Podemos — quando era pré-candidato à Presidência da República — para alavancar sua candidatura ao Senado.
O julgamento começou na segunda-feira (1) e foi retomado nesta quarta-feira, com o voto do juiz José Rodrigo Sade. Ele divergiu do relator e afirmou que ex-juiz da Operação Lava-Jato se beneficiou da sua pré-campanha fracassada à Presidência pelo Podemos para emplacar sua ida ao Senado.
““Acabou por influenciar diretamente na quantidade maior de recursos na pré-campanha. A pré-campanha ao Senado teria recurso bem menor, por corresponder a 5% da Presidência”, disse.
O PT e o PL alegam que o Moro teria gasto R$ 6,7 milhões para chegar ao Congresso, quando o limite permitido por lei é de R$ 4,4 milhões. No primeiro dia de julgamento, o relator, desembargador Luciano Carrasco Falavinha, votou contra a cassação do parlamentar. Segundo ele, não há provas no processo que possam dar razão as acusações.
Tribuna Livre, com informações do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR)