Caminhada ocorreu neste sábado (28/1), em Ceilândia, região
do DF que já registrou três mortes por feminicídio apenas neste ano
O mês de janeiro ainda não terminou e Ceilândia já
registrou três mortes por feminicídio. Protestando contra a escalada de
violência, mulheres se reuniram em uma manifestação, na manhã deste sábado (28/1),
no centro da região administrativa.
Os participantes se concentraram em frente à Casa da
Mulher Brasileira, de onde partiu a Caminhada Contra o Feminicídio no DF. Entre
os participantes do evento, estavam a secretária da Mulher, Giselle Ferreira, e
o administrador de Ceilândia, Dilson Resende.
A diretora da Casa da Mulher Brasileira, Rosilene
Machado, aproveitou a oportunidade para ressaltar a importância de as vítimas
de violência utilizarem os serviços prestados pela instituição.
“Nós realizamos atendimento psicossocial, que faz uma
análise da situação relatada; temos alojamento de passagem que acolhe quem está
em risco de morte; e seus familiares por 48 horas; ofertamos cursos
profissionalizantes para aquelas que querem ser empreendedoras; e temos ainda o
Programa Realize, que trabalha as partes emocional e psicológica, ajudando-as a
se conhecer melhor profissionalmente para serem encaminhadas a um curso de
capacitação”, explicou.
Na ocasião, a secretária Giselle Ferreira enfatizou: “Nós
queremos mostrar que a pauta da mulher não é só dela, mas de toda sociedade.
Também estamos aqui mostrando que elas têm o espaço delas, que é Casa da Mulher
Brasileira.”
Feminicídios em 2023
O início de ano traz números alarmantes sobre a violência
contra mulheres do Distrito Federal, em comparação ao ano passado. Somente na
primeira semana de janeiro, a capital do país somou — com dois registros — a
mesma quantidade de feminicídios que todo janeiro de 2022. Se, comparado até
março, são 50% das mortes, quando 4 havia sido notificadas.
Na semana passada, houve outros dois casos. Jeane Sena da
Cunha Santos, 42 anos, foi morta no dia 17 pelo companheiro, João Inácio dos
Santos, 54, no Setor de Mansões Park Way. Após cometer o feminicídio, o homem
tirou a própria vida.
No dia seguinte, 18 de janeiro, uma mulher de 20 anos foi
morta com dois tiros no rosto, em Ceilândia Sul. Segundo informações da Polícia
Militar do Distrito Federal (PMDF), o crime foi cometido pelo companheiro da
vítima após uma discussão.
O caso ocorreu na QNN 20. A jovem ainda chegou a ser
encaminhada ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC), mas não resistiu aos
ferimentos.