10/12/2024

A taxa de desmatamento na Amazônia apresentou a maior redução do ano em novembro.

Levantamento revela que, em novembro de 2023, 65% do desmatamento ocorreu em áreas privadas, 26% em áreas de assentamento, 8% em unidades de conservação (UCs) e 1% em terras indígenas - (crédito: Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia - IPAM/Divulgação)

Apesar da redução nos números de desmatamento na região, a devastação ainda equivale a uma área de 1,2 mil campos de futebol por dia.

No mês de novembro, o bioma amazônico registrou a maior redução na taxa de desmatamento do ano, de acordo com dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Essa análise foi consolidada por meio do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), uma ferramenta baseada em imagens de satélites desenvolvida pelo Imazon em 2008, que monitora mensalmente a degradação florestal e o desmatamento na região.

A pesquisa revelou uma perda de vegetação de 116 km² em novembro, representando uma diminuição de 80% em relação à área calculada em 2022, quando o desmatamento atingiu 590 km². No acumulado de janeiro a novembro, houve uma redução de 62%, passando de 10.286 km² em 2022 para 3.922 km² em 2023. Esse valor corresponde à menor taxa de desmatamento para o período desde 2017.

O desmatamento observado em novembro de 2023 ocorreu principalmente nos estados do Pará (32%), Roraima (16%), Mato Grosso (15%), Amazonas (12%), Acre (9%), Maranhão (8%), Rondônia (6%) e Tocantins (2%). Apesar da redução, a devastação ainda equivale a 1,2 mil campos de futebol por dia. O Imazon destaca a necessidade de uma redução contínua nos próximos anos para atingir a meta de desmatamento zero na Amazônia até 2030.

Os estados líderes em desmatamento foram Pará, Amazonas e Mato Grosso, que, mesmo registrando quedas significativas, respondem por 74% da área devastada. Rondônia, Acre e Maranhão mostraram reduções, enquanto Amapá (240%), Tocantins (33%) e Roraima (27%) apresentaram aumentos.

Carlos Souza Jr., pesquisador do Imazon, destaca a importância de combater o desmatamento na Amazônia para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, conforme discutido na recente COP28. O levantamento revela que, em novembro de 2023, 65% do desmatamento ocorreu em áreas privadas, 26% em áreas de assentamento, 8% em unidades de conservação (UCs) e 1% em terras indígenas.

Além disso, a degradação florestal aumentou pela segunda vez consecutiva em novembro, totalizando 1.566 km², um aumento de 112% em comparação com o mesmo período de 2022. O estado do Pará foi o mais afetado, respondendo por 70% do dano ambiental, seguido por Maranhão (12%), Amazonas (8%), Mato Grosso (6%) e Rondônia (4%). De janeiro a novembro, a degradação diminuiu em relação a 2022, passando de 9.127 km² para 5.042 km², uma redução de 45%.

Tribuna Livre, com informações do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon)

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