24/05/2025

Após escapar da morte, Trump retoma campanha: “Tomei tiro pela democracia”

Trump e Vance fazem primeiro comício conjunto da campanha pelo Partido Republicano - (crédito: AFP)

O ex-presidente e o escolhido como vice, JD Vance, estiveram em Michigan, ontem (20/7), representando oficialmente a chapa. Evento marca primeiro comício pós-tentativa de assassinato do candidato republicano e o primeiro ato político conjunto da dupla

O candidato à Casa Branca Donald Trump realizou o primeiro comício de campanha após a tentativa de homicídio que o deixou levemente ferido e matou um espectador, há exatamente uma semana, na Pensilvânia. O evento político ocorreu na tarde de ontem, em Grand Rapids, no estado-pêndulo do Michigan, e marcou a estreia do vice-presidente escolhido, o senador JD Vance, de Ohio, em campanha para as eleições americanas, previstas para ocorrer em 5 de novembro. 

Antes de anunciar o companheiro de chapa, o senador JD Vance fez uma breve fala, na qual criticou o atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Ao entrar na arena, Trump elogiou seu vice, afirmando que escolheu Vance, principalmente, por levantar e defender a bandeira dos trabalhadores. O candidato relembrou o atentado que sofreu, afirmando que “tomou um tiro pela democracia”. Trump falou por aproximadamente duas horas e foi fortemente aplaudido por eleitores do Michigan, onde venceu em 2016 e perdeu nas presidenciais de 2020.

Discurso

Apesar de melhorias na situação econômica do país nos últimos anos, Trump repetiu as críticas sobre a economia norte-
americana e retomou o tom de patriotismo e protecionismo em seu pronunciamento. O candidato prometeu taxar novamente a China, dar fim a impostos, reduzir a inflação e aumentar a produção de veículos da indústria automotiva nos EUA.

“Em quatro anos da minha liderança, eu fiz mais pelo Michigan e pelos trabalhadores da indústria automobilística do que qualquer outro presidente”, afirmou. Em seguida, defendeu o combate à imigração ilegal no país: “Ao resgatar nossa economia, nós também vamos resgatar as fronteiras sagradas, soberanas de um lugar chamado Estados Unidos da América.”

Ao falar de educação sexual e racial nas escolas, assim como questões de saúde pública, Trump demonstrou resistência: “No primeiro dia, eu vou assinar um decreto presidencial para que qualquer escola não use teoria de raça ou de gênero. Não vou dar um centavo para qualquer escola que obrigue a vacina ou a máscara. E vou manter homens, desde o primeiro dia, fora de esportes femininos.”

Durante o comício, Trump levantou a atual indecisão em relação a quem concorrerá pelo Partido Democrata e propôs aos 12 mil presentes uma “pesquisa” sobre quem deveria ser seu adversário nas urnas: “Quem é seu candidato preferido?”, questionou. “Quem vocês gostariam que a gente concorresse, para a gente ganhar?”, disse, sugerindo os nomes de Biden e da vice, Kamala Harris. A resposta dos espectadores não surpreendeu: vaias. Ainda, Trump chamou Kamala de “louca” e Biden de “burro”, apelidando-o como “Joe trapaceiro”.

O republicano também teceu ofensas duras ao partido do concorrente. “Como vocês podem ver, o Partido Democrata não é o partido da democracia, são os inimigos da democracia. É o partido da corrupção. São parte dessa classe política falha. E nós somos o partido das pessoas, do povo, dos americanos que trabalham duro, junto com todas as raças, religiões e credos. Nos tornamos um partido muito grande”, exclamou, em meio à ovação. E frisou: “Não sou extremista em absoluto.”

  Trump aproveitou a oportunidade para agradecer o apoio de líderes mundiais e o carinho de seus eleitores, especialmente desde o episódio que quase ceifou sua vida, no último fim de semana. “Nós estamos mais fortes do que nunca e vamos ficar mais e mais”, disse. O candidato ainda divide opiniões.  Edward Young, 64 anos, já participou de 81 atos pró-Trump e se mostrou surpreso com o atentado. “O que presenciamos no sábado passado foi um milagre”, disse à Agence France-Presse (AFP). Outra eleitora, Sherri Bonoite, 75, participava de seu primeiro ato eleitoral como partidária do republicano e afirmou: “Até mesmo um tiro a toda velocidade não consegue detê-lo. É o que o país precisa.”

No entanto, nem todos compartilham entusiamo com a presença marcante de Trump em Michigan. “Só posso imaginar que vão tentar reescrever a história e fingir que se preocupam com os trabalhadores”, compartilhou, ontem, Debbie Stabenow, senadora democrata pelo estado. O ex-presidente também elogiou Elon Musk, citando a doação milionária que o empresário prometeu à campanha republicana. “Juntos, nós vamos lutar, lutar e lutar. E vamos vencer, vencer e vencer. Nós vamos vencer, Michigan! E vamos fazer a América boa de novo!”. “Juntos, faremos a América grande e poderosa novamente”, concluiu.

Tribuna Livre, com informações da Agence France Presse

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