05/11/2025

Após virar ré no STF, Zambelli compartilha post que chama apoiadores para ato contra Moraes

Deputada se tornou ré pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Em nota, a defesa de Zambelli informou que vai recorrer da decisão no plenário do  STF

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) compartilhou nesta segunda-feira, 3, uma postagem que conclama apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a pedirem o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal ( STF) Alexandre de Moraes na manifestação que vai ocorrer neste domingo, 9, na Avenida Paulista. No último dia 21, o  STF aprovou a abertura de um processo criminal contra a parlamentar por suposta participação na invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Zambelli compartilhou um vídeo do blogueiro Paulo Figueiredo Filho, que é investigado pela Polícia Federal (PF) por incitar militares a aderirem à tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Na gravação, Figueiredo Filho diz que a parlamentar é uma das congressistas que apoiam o ato, previsto para ocorrer a partir das 14 horas do domingo.

“Essa manifestação é com cartaz, é com pauta. A foto é do Alexandre e do Lula. É fora esses dois. Não é em apoio ao Bolsonaro, não é apoio ao raio que o parta”, afirmou Paulo Figueiredo Filho.

No último dia 27, Zambelli convocou o ato pelas redes sociais. Na postagem, porém, a parlamentar declara que a manifestação vai pedir apenas o impeachment do presidente da República.

A deputada também disse que os cartazes permitidos são os que se referem ao impeachment do petista, apoio ao Rio Grande do Sul e a defesa da liberdade de expressão e manifestação. Zambelli também delimitou que faixas que pedem o fim de instituições constitucionais e golpe de Estado não serão admitidas.

 STF tornou Zambelli ré por invasão do sistema do CNJ que incluiu mandado de prisão ‘fake’ de Moraes

No último dia 21, Zambelli e o hacker Walter Delgatti, o “Vermelho”, se tornaram réus pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica, após uma decisão unânime da Primeira Turma do  STF.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou a denúncia para o STF após a Polícia Federal (PF) apontar, no relatório final do inquérito que apurou a invasão ao sistema do CNJ, que documentos apreendidos com Zambelli correspondem, integral ou parcialmente, aos arquivos inseridos por Delgatti no sistema do órgão.

Para os investigadores, isso comprova que ela participou do ataque, planejado para colocar em dúvida a credibilidade do Poder Judiciário.

Em nota, a defesa de Zambelli informou que vai recorrer da decisão no plenário do  STF: “A deputada não praticou qualquer ilicitude e confia no reconhecimento de sua inocência porque a prova investigação criminal evidenciou que inexistem elementos de que tenham contribuído, anuído e ou tomado ciência dos atos praticados”.

Durante a apreciação da denúncia da PGR, a ministra do  STF Cármen Lúcia usou a expressão “desinteligência natural” ao falar sobre um mandado falso onde Moraes determina e assina a própria prisão. O documento foi incluído durante a invasão hacker no CNJ.

“Eu começo a não me preocupar mais só com a inteligência artificial, mas com a desinteligência natural de alguns que atuam criminosamente, além de tudo sem qualquer tracinho de inteligência. Porque aí Vossa Excelência se auto prender por uma falsificação num órgão que é presidido por um colega de Vossa Excelência é um salto triplo carpado criminoso impressionante. Só para acentuar a minha preocupação com a desinteligência natural ao lado da inteligência artificial”, disse Cármen Lúcia.

“Vossa Excelência, sempre muito educada, disse ‘desinteligência natural’, eu diria ‘burrice’ mesmo, natural”, respondeu o ministro Alexandre de Moraes.

Em resposta, Zambelli pediu a suspeição de Moraes e Cármen Lúcia. “A postura relatada não corresponde àquilo que se espera de julgadores imparciais, de modo que entende estar caracterizada a suspeição dos ministros”, disse a parlamentar em nota.

Tribuna Livre, com informações do O Estadão

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