Protesto massivo, liderado por várias organizações, contra as medidas de austeridade propostas pela Casa Rosada desafia as restrições anunciadas pela ministra da Segurança, Patricia Bullrich, e a possibilidade de cortes nos programas sociais.
Um conjunto de forças de esquerda, composto pelo Partido Obrero, Polo Obrero e várias organizações sociais e populares, promete desafiar o “protocolo antipiquete” anunciado pela ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, em 14 de dezembro. As medidas incluem o uso de força proporcional durante bloqueios de vias públicas, identificação e punição de transgressores, e custeio do aparato de segurança pelos organizadores das marchas. Diante das ameaças, dirigentes de esquerda, incluindo Alfredo Pérez Esquivel e Nora Cortiñas, apresentaram um “habeas corpus preventivo”. O protesto está programado para ocorrer na Praça de Maio, em frente à Casa Rosada.
O governo Milei informou uma mudança na política externa, afirmando que não nomeará embaixadores da Argentina para representações em Cuba, Venezuela e Nicarágua. O ministro da Economia durante o governo de Raúl Alfonsín, Jesús Rodríguez, destaca a necessidade de garantir os direitos constitucionais de protesto e livre circulação. O cientista político Hernán Toppi comenta que a postura do governo é consistente com a agenda de Milei, que sempre se mostrou contrário a interrupções de vias.
O governo enfrenta críticas de violação de direitos, especialmente após ameaças de retirada de benefícios sociais aos manifestantes. Sergio Eissa, doutor em ciência política, considera que a postura das autoridades viola a lei de inteligência argentina. A ameaça de retirada de benefícios sociais é vista como uma resposta política à prática dos piquetes, enquanto a oposição destaca a necessidade de transparência e ausência de manipulação nos programas sociais. A manifestação desta quarta-feira será observada como um teste significativo para o governo e os movimentos sociais na Argentina.
Tribuna Livre, com informações da AFP