O pedido de cassação feito pela Procuradoria Eleitoral do Paraná desperta o interesse de diversas forças políticas, incluindo o PL e o PT, que veem a oportunidade de disputar a vaga no Senado. Ambos os partidos já têm nomes em consideração para uma eventual eleição suplementar.
O parecer da Procuradoria Regional Eleitoral do Paraná (PRE-PR) divulgado na última quinta-feira, que solicita a cassação do mandato e a inelegibilidade por oito anos do senador Sergio Moro (União Brasil-PR), tem gerado expectativas de condenação no meio político e jurídico. A acusação de abuso de poder econômico contra Moro uniu interesses de adversários políticos, com o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, e o PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, movendo ações contra o parlamentar. Agora, as legendas planejam ocupar a vaga que pode ser aberta com a cassação.
A primeira ação contra Moro foi iniciada pelo PL, seguido por outra movida pela federação partidária liderada pelo PT. Os pedidos foram consolidados, e ambos os partidos já estão elaborando estratégias para a possível eleição suplementar. Moro, que deixou a magistratura em 2019 para se tornar ministro da Justiça no governo Bolsonaro, foi eleito com o apoio do eleitorado antipetista, mas posteriormente se afastou do bolsonarismo, sendo criticado por isso.
A irritação dos bolsonaristas com Moro aumentou quando ele foi flagrado conversando com Flávio Dino na sabatina do ministro da Justiça e Segurança Pública para o Supremo Tribunal Federal. A ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, é cogitada como possível concorrente ao Senado em caso de cassação de Moro.
O parecer da PRE-PR recomenda a condenação de Moro por abuso de poder econômico na pré-campanha eleitoral de 2022. O Podemos, no processo, alegou que gastou R$ 2 milhões no projeto presidencial de Moro, favorecendo-o na disputa ao Senado e ultrapassando os limites de gastos permitidos na campanha. Moro, por meio de seu partido, contesta esses valores e destaca que apenas R$ 140 mil foram utilizados na pré-campanha ao Planalto.
Com a expectativa de cassação, especialistas apontam que Moro poderá deixar o Senado até meados de 2024, quando o caso chegar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A previsão é de uma condenação no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR). No meio jurídico, as chances de Moro são consideradas pequenas, comparando seu caso ao da ex-juíza Selma Arruda, cassada por gastos abusivos na pré-campanha. A possível eleição suplementar no Paraná para preencher a vaga interessa ao PL e ao PT, isolando politicamente Moro. Possíveis candidatos incluem Michelle Bolsonaro pelo PL e Gleisi Hoffmann pelo PT.
Tribuna Livre, com informações da PRE/PR