A Inteligência Artificial (IA) está em franca expansão, projetando-se para gerar um mercado global de US$ 1,5 trilhão neste ano. Essa transformação tecnológica impulsiona mudanças significativas na economia e na sociedade. Diante desse cenário, o Brasil precisa urgentemente definir políticas e regulamentações que garantam que o avanço da IA beneficie a economia e a população brasileira. O objetivo é estabelecer uma soberania em IA, utilizando seu potencial transformador para impulsionar o desenvolvimento econômico e social, além de digitalizar setores prioritários e democratizar o acesso à educação, saúde e outros serviços públicos.
Apesar dos esforços governamentais em criar marcos regulatórios para gerenciar os desafios da IA, o ritmo acelerado da tecnologia torna difícil enfrentar esses desafios de forma isolada. Para manter a competitividade no mercado global e converter oportunidades em ganhos econômicos concretos, é crucial que o governo e o setor privado colaborem em um plano de IA soberana. Isso implica desenvolver soluções de inteligência artificial utilizando infraestrutura, dados, força de trabalho e cadeias de negócios nacionais.
Nessa colaboração público-privada, o governo desempenha um papel vital ao fornecer a visão e as estruturas regulatórias necessárias para as iniciativas de IA. O setor privado, por sua vez, contribui com sua experiência, inovação e capacidade de escalabilidade, garantindo o sucesso sustentável e de longo prazo dessas iniciativas.
Um relatório recente alerta para o potencial da IA em aprofundar as desigualdades socioeconômicas em países em desenvolvimento, como o Brasil, especialmente se não houver ações para mitigar problemas relacionados à infraestrutura, educação e investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Uma IA soberana, robusta e coerente pode ajudar a enfrentar esses desafios.
O Plano Nacional de Data Centers, aprovado pelo governo brasileiro em setembro, é um exemplo da importância dessa parceria público-privada para a soberania da IA em relação aos investimentos em infraestrutura. Este plano visa atrair investimentos privados estrangeiros para a instalação de data centers de IA no país. Será fundamental garantir que os mais de 2 bilhões de dólares a serem investidos se traduzam em avanços reais para a economia, a indústria e a sociedade brasileira.
Dentro do conceito de IA soberana, o Plano Nacional de Data Centers deve priorizar que esses novos centros de dados atendam aos interesses nacionais, exigindo a aquisição de equipamentos produzidos no Brasil e garantindo a geração de empregos e investimentos em pesquisa e desenvolvimento locais.
Outro pilar essencial para o avanço da IA soberana no Brasil é o investimento na formação de profissionais. A escassez de mão de obra em TI no mercado brasileiro pode ser agravada pela inteligência artificial. É urgente que o governo e a iniciativa privada se unam para criar políticas e programas que acelerem a capacitação de profissionais para as novas áreas de conhecimento exigidas pela IA, evitando a dependência de profissionais estrangeiros.
Para que o Brasil possa se beneficiar das inúmeras possibilidades proporcionadas pela IA, é fundamental uma atuação coordenada entre governo, empresas e sociedade, aproveitando essa oportunidade de forma inteligente e exercendo o protagonismo que ela oferece.
Fonte: forbes.com.br











