As ações criminosas
foram executadas, segundo a polícia, pelos acusados que estão presos
(crédito: Marcelo Ferreira/ CB/ DAPress)
O núcleo criminoso responsável pela maior chacina do
Distrito Federal simulou dois assaltos para sequestrar Marcos Antônio Lopes, 54
anos, a mulher dele, Renata Belchior, 52, a filha do casal, Gabriela Belchior,
25, a ex-mulher dele, Cláudia Regina, 55, e a filha, Ana Beatriz, 19.
As ações criminosas foram executadas, segundo a polícia,
por Gideon Batista de Menezes, 55, Horácio Carlos, 49, Carlomam dos Santos, 26,
e Fabrício Silva Canhedo, 34. A informação foi passada pelo delegado-chefe da
6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), Ricardo Viana, em coletiva de imprensa nesta
sexta-feira (27/1).
O primeiro assalto falso ocorreu em 28 de dezembro, na
chácara onde moravam Marcos, Renata e Gabriela, no Condomínio Entre Lagos, no
Itapoã. O alvo era sequestrar os três familiares e levá-los ao cativeiro.
Horácio e Gideon estavam junto à família e sabiam de todo o plano. “O
responsável por invadir a casa e anunciar o assalto foi o Carlomam, contratado
por Gideon e Horácio. Enquanto Horácio estava sendo ‘rendido’ com a família,
Gideon estava do lado de fora facilitando a entrada de Carlemom e entrou em
seguida também se fazendo de vítima”, detalhou o delegado-chefe da 6ª DP,
Ricardo Viana.
Armado, Carlomam rendeu a família e Marcos reagiu. Com
isso, acabou sendo atingido por um tiro na nuca. Renata, Gabriela e Marcos
foram vendadas, amordaçadas e amarradas. Depois, colocadas em um carro e
levadas ao cativeiro, uma casa localizada no Vale do Sol, em Planaltina,
alugada por Horácio.
Segundo assalto
A segunda parte do plano criminoso envolveu sequestrar
Cláudia e a filha Ana Beatriz. No mesmo modus operandi, Carlomam chegou à
residência e rendeu as vítimas, vedou os olhos delas e as encaminhou ao
cárcere. Mãe e filha foram colocadas em um cômodo, enquanto Renata e Gabriela
estavam em outra parte da casa.
Segundo as investigações, elas foram mantidas por mais de
14 dias em cativeiro. Fabrício era o responsável por vigiar a casa e as
vítimas. “A todo momento, elas não sabiam que, quem estava por trás de tudo,
era Gideon e Horácio. Até porque, elas só viam o Carlomam. Quando Horácio e
Carlos queriam tratar de algum assunto, iam para uma área distante e
conversavam baixo. Para elas, eles também eram vítimas”, afirmou o delegado.
Thiago é sequestrado em 12 de janeiro por Carlos Henrique
Alves da Silva, 27, e também levado ao cativeiro. Na mesma noite, a
cabeleireira Elizamar da Silva, 37, é atraída para uma emboscada junto aos três
filhos, Gabriel, 7, Rafael e Rafaela, 6. A mulher saiu por volta das 21h do
salão onde trabalhava, na 307 Norte. Ao chegar na chácara de carro com os
filhos, ela e as crianças são asfixiadas e mortas e, depois, levadas até
Cristalina, em Goiás, onde são carbonizadas.
Renata e Gabriela são as próximas a serem levadas de
carro até Unaí, em Minas Gerais, um dia depois de Elizamar. “Nessas ações de
incendiar os veículos e corpos participavam Carlomam, Horácio e Gideon. Eles
combinaram o que fariam com o Thiago, a Cláudia e Ana Beatriz e sabiam
exatamente onde iriam jogar os corpos”, acrescentou Ricardo Viana.