Governadora em exercício comentou que, com fim da
intervenção federal na segurança, Ibaneis poderá “argumentar uma situação
de retorno”
A governadora em exercício do Distrito Federal, Celina
Leão (PP), comentou o fim da intervenção federal na segurança pública da capital
da República, a partir desta quarta-feira (1º/2). “É um dia de muita
responsabilidade para o Governo do Distrito Federal”, declarou Celina.
Em agenda no Parque Nacional de Brasília, na manhã desta
terça-feira (31/1), a atual chefe do Palácio do Buriti avaliou que, com o
término da intervenção na segurança pública do DF, haverá elementos para que o
governador afastado Ibaneis Rocha (MDB) volte ao cargo.
“A intervenção federal na segurança era um grande
elemento que criava essa dificuldade. Com ela finalizada, acho que ele [Ibaneis
Rocha] tem condições de argumentar uma situação de retorno”, opinou Celina
Leão.
A representante do Executivo local acrescentou que não há
qualquer indicativo de alerta no sistema de inteligência do DF para esta
quarta-feira (1º/2), dia em que deputados federais e senadores tomarão posse no
Congresso Nacional e que o Supremo Tribunal Federal (STF) retomará os trabalhos
na Corte.
Na oportunidade, Celina Leão fez um apelo à população:
“Amanhã [quarta-feira], teremos toda a área dos Três Poderes fechada somente
para carros credenciados. Pedimos que as pessoas fiquem em alerta, para se
locomoverem por outros locais”.
Passarela da Água Mineral
A governadora em exercício do Distrito Federal assinou,
pela manhã, uma ordem de serviço para início da construção da passarela da Água
Mineral.
A passarela ficará no Km 9,2 da Estrada Parque de
Indústria e Abastecimento (Epia). A empresa escolhida por licitação será
responsável pela construção da estrutura entre o Parque Nacional de Brasília e
a Aldeia Kariri-Xocó, além da urbanização no entorno da área.
A futura passagem para pedestres faz parte de uma
compensação ambiental e integra um projeto de implantação de passarelas ao
longo de rodovias distritais. O valor estimado da obra é , aproximadamente, R$
3,7 milhões, com execução em cinco meses.
Intervenção federal na segurança pública
Esta terça-feira (31/1) é o último dia do período de
intervenção federal na segurança pública da capital do país, sob comando de
Ricardo Cappelli.
Após 23 dias na função, o interventor voltará para a vaga
de secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). Ao
mesmo tempo, a responsabilidade sobre o setor retornará para o Executivo local.
Nomeado em decreto assinado por Ricardo Cappelli há cinco
dias, o secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar, assumirá a pasta
a partir desta quarta-feira (1º/2). O ex-chefe da pasta, Anderson Torres,
continua preso desde os atos terroristas cometidos em Brasília, em 8 de
janeiro.
Relatório
Na semana passada, o interventor Ricardo Cappelli
entregou um relatório no qual apontou os principais “erros” que levaram aos
atos extremistas, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)
invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes.
O documento destaca que todos os eventos — inclusive os
ataques em frente à sede da Polícia Federal (PF), em 12 dezembro de 2022 —
tiveram relação com o acampamento instalado por dois meses em frente ao
Quartel-General do Exército em Brasília.
No texto entregue ao atual ministro de Justiça e
Segurança Pública, Flávio Dino, o interventor afirmou que o então comandante da
Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), Fábio Augusto Vieira, perdeu o
controle das tropas e não acionou os batalhões da segurança da capital do país
para conter o avanço dos golpistas.