13/12/2025

Consumo de chás sem orientação pode ser prejudicial à saúde

O ideal é buscar informações sobre o uso dos chás combinado com remédios em farmácias e UBSs | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF

Especialistas alertam sobre riscos de intoxicações, problemas hepáticos graves e interferência na absorção de medicamentos

O consumo de chás é uma prática milenar, iniciada na China e disseminada por diversos países, inclusive o Brasil. Por aqui, os “chazinhos” são tradicionalmente indicados para tratar diversas condições de saúde e aliviar o estresse. Porém, o uso excessivo ou sem orientação de um profissional de saúde pode ter efeitos adversos, incluindo toxicidade para o organismo.

“O consumo indiscriminado de chás pode trazer sérios riscos à saúde”

Alana Siqueira, nutricionista

A nutricionista Alana Siqueira, da Gerência de Apoio à Saúde da Família (Gasf) da Secretaria de Saúde (SES-DF), faz o alerta: “O consumo indiscriminado de chás pode trazer sérios riscos à saúde, como agravamento de ansiedade, toxicidade, estresse, alterações na pressão arterial, impacto na fertilidade, gastrite, entre outros problemas.”

De acordo com o farmacêutico da Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 de Santa Maria, Felipe Melo, embora sejam naturais, os chás apresentam contraindicações e podem interferir na eficácia de certos medicamentos. “Algumas plantas medicinais bastante conhecidas como o boldo e a erva de São João, por exemplo, podem prejudicar o efeito de anti-hipertensivos, antimicrobianos e sedativos. Isso porque o boldo pode aumentar o risco de hipotensão – pressão baixa ー se consumido com o anti-hipertensivo. Já o chá de erva de São João, pode influenciar no metabolismo de antibióticos e de sedativos, podendo causar intoxicação”, ressalta.

Para ele, o melhor é ter cautela e sempre perguntar ao profissional de saúde se o consumo de chás é seguro associado ao remédio receitado.

Intoxicação

O fígado é o principal órgão afetado pelo uso indiscriminado de infusões com plantas medicinais. A médica gastro-hepatologista Daniela Carvalho, do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), explica que o consumo inadequado de chás pode desencadear reações hepáticas graves. “Os efeitos variam de inflamação e colestase (redução do fluxo biliar) a necrose hepática. Em casos mais severos, pode ser necessário um transplante de fígado”, diz.

Entre os sintomas indicativos de hepatotoxicidade estão dor abdominal, urina escura e icterícia ー amarelamento da pele e dos olhos. “Esses sinais não devem ser ignorados e precisam de atenção médica imediata”, orienta a especialista.

Apesar dos inúmeros benefícios associados ao chá verde, a médica ressalta que o consumo exagerado da bebida pode levar ao desenvolvimento de hepatite. “O chá verde, especialmente em altas doses ou em forma de cápsulas, tem sido relacionado a casos de hepatotoxicidade, como inflamação hepática do tipo hepatocelular”, explica. Segundo Daniela, a ingestão de ervas medicinais sem a devida orientação é uma das principais causas de lesão hepática induzida por substâncias.

Orientações

Na Farmácia Viva do Centro de Referência em Práticas Integrativas em Saúde (Cerpis) de Planaltina, os farmacêuticos orientam pacientes com prescrição para o uso de plantas medicinais. “Durante o atendimento, verificamos se o paciente conhece o fármaco e o motivo da prescrição. Após entender a necessidade, fornecemos a planta medicinal”, explica a farmacêutica e fitoterapeuta Isabele Aguiar, que atua na chefia da Farmácia Viva.

Algumas plantas medicinais como capim-santo, erva-cidreira e manjericão são disponibilizadas sob demanda espontânea, necessitando que o usuário as solicite na Farmácia Viva. Por lá, a comunidade tem orientação em saúde sobre os métodos de preparo de chás e as quantidades seguras de consumo.

“Aqui, também fazemos medicamentos fitoterápicos e temos o atendimento direto para a comunidade, com orientação e disponibilização das plantas in natura para as preparações caseiras de infusão, decocção ou a maceração ー diferentes formas de utilizar as plantas”, conclui.

Tribuna Livre, com informações da Secretaria de Saúde

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