18/09/2025

Em ato de 1º de maio, Lula sanciona lei que altera tabela do Imposto de Renda

Crédito: Paulo Pinto/Agência Brasil

“Não haverá desoneração para favorecer os mais ricos”, diz presidente

Nesta quarta-feira (1º), durante ato com trabalhadores na zona leste de São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou o Projeto de Lei nº 81/2024 que corrige a tabela do Imposto de Renda, aumentando a isenção para quem recebe até dois salários mínimos por mês. Ele reafirmou a promessa de, até o fim do seu mandato em 2026, aprovar a isenção do pagamento do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais. 

“Esse país vai tratar com muito respeito 203 milhões de homens e mulheres que moram nesse país. A economia brasileira já voltou a crescer, o salário já voltou a crescer, o imposto de renda eu prometi para vocês que até o final do meu mandato, até R$ 5 mil as pessoas não pagarão imposto de renda. E estou dizendo para vocês a palavra continua em pé”, disse Lula, destacando a articulação dos seus ministros com o Congresso Nacional na aprovação de medidas de interesse do governo.

“Foi assim que nós fizemos, pela primeira vez no momento de democracia, a reforma tributária em que a gente vai despenalizar a pessoa de classe média que paga muito e fazer com que o muito rico pague um pouco do Imposto de Renda nesse país porque só o pobre é que paga. Nessa proposta de Imposto de Renda todo o alimento da cesta básica será desonerado e não terá Imposto de Renda sobre comida do povo trabalhador desse país”, acrescentou.

Ainda durante o ato, Lula assinou o decreto de promulgação da Convenção e Recomendação sobre o Trabalho Decente para as Trabalhadoras e os Trabalhadores Domésticos

Desoneração

O presidente também aproveitou o discurso para criticar a manutenção da desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia. Lula disse que “não haverá desoneração para favorecer os mais ricos”.

No fim do ano passado, o Congresso Nacional aprovou o projeto de lei da desoneração que prorroga, até 2027, a troca da contribuição previdenciária – correspondente a 20% da folha de pagamento – por uma alíquota entre 1% e 4,5% sobre a receita bruta de empresas de 17 setores da economia. O projeto também cortou de 20% para 8% a alíquota das contribuições ao INSS por parte dos municípios com até 156 mil habitantes.

“A gente faz desoneração quando o povo pobre ganha, quando o trabalhador ganha, mas fazer desoneração sem que eles sequer se comprometam a gerar um emprego, sem que eles sequer se comprometam a dar garantia para quem está trabalhando. Eu quero dizer que no nosso país não haverá desoneração para favorecer os mais ricos e, sim, para favorecer aqueles que trabalham e que vivem de salário”, disse Lula.

O presidente Lula vetou o projeto de lei da desoneração, mas o Congresso derrubou o veto ainda em dezembro do ano passado, mantendo o benefício às empresas. Para Lula, a medida não garante a geração de empregos e não pode haver desoneração da folha de pagamento de empresas sem contrapartida aos trabalhadores.

A desoneração da folha de pagamento tem impacto de cerca de R$ 9 bilhões por ano à Previdência Social. A ajuda aos pequenos municípios fará o governo deixar de arrecadar R$ 10 bilhões por ano. O governo recorreu ao Supremo Tribunal Federal e a ação tem o placar de 5 a 0 na Corte para suspender a desoneração. Para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é preciso encontrar um caminho para evitar prejuízos à Previdência Social. “A receita da Previdência é sagrada para pagar os aposentados. Não dá para brincar com essa coisa”, disse Haddad, nessa semana.

O ato em São Paulo foi realizado no estacionamento da Neo Química Arena (estádio do Corinthians), na zona leste da capital paulista. Pela primeira vez, a celebração deixou de ser realizada na região central da cidade, no conhecido Vale do Anhangabaú.

Durante seu discurso, Lula comentou sobre o esvaziamento do evento e cobrou o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, responsável pela articulação do governo com os movimentos sociais.

“Não pense que vai ficar assim. Vocês sabem que ontem eu conversei com ele sobre esse ato e eu disse para ele, ‘Márcio, o ato está mal convocado, nós não fizemos o esforço necessário para levar a quantidade de gente que era preciso levar’. Mas, de qualquer forma, eu estou acostumado a falar com mil, com 1 milhão, mas também, se for necessário, eu falo apenas com uma senhora maravilhosa que está ali na minha frente”, disse Lula.

Pelo sexto ano seguido, os atos políticos do Dia do Trabalhador em todo o país são organizados, de forma unificada, pelas centrais sindicais CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST, CSB e Intersindical Central da Classe Trabalhadora. Shows e apresentações culturais também fazem parte da programação.

“Sob o tema Por um Brasil mais Justo, o 1º de Maio 2024 será um dia de celebração e reflexão para levar a toda a população brasileira a luta do movimento sindical em defesa da classe trabalhadora”, informou a CUT. Entre as pautas das entidades estão emprego decente, correção da tabela de Imposto de Renda, juros mais baixos, valorização do serviço e dos servidores públicos, igualdade salarial e aposentadoria digna.

Tribuna Livre, com informações da Agência Brasil

Deixe um comentário

Leia também
Líder do PL se reúne com Motta para tentar pautar urgência da anistia
Líder do PL se reúne com Motta para tentar pautar urgência da anistia
Embaixada dos EUA no Brasil ataca Alexandre de Moraes: “Descontrolado”
Embaixada dos EUA no Brasil ataca Alexandre de Moraes: “Descontrolado”
Com PEC da Blindagem e anistia, Motta ensaia afastamento de Alcolumbre
Com PEC da Blindagem e anistia, Motta ensaia afastamento de Alcolumbre
Médicos de SP virão a Brasília para acompanhar Bolsonaro: "Urgência"
Médicos de SP virão a Brasília para acompanhar Bolsonaro: "Urgência"
Oposição pressiona por anistia e busca contemplar Bolsonaro
Oposição pressiona por anistia e busca contemplar Bolsonaro
Bolsonaro não tem previsão de alta, diz deputado
Bolsonaro não tem previsão de alta, diz deputado
Presidente da CPMI do INSS rebate rumores de delação premiada
Presidente da CPMI do INSS rebate rumores de delação premiada
POL
Nikolas Ferreira e Whindersson Nunes trocam ataques após morte de Charlie Kirk
Relator da CPMI critica ausência do "Careca do INSS" em depoimento
Relator da CPMI critica ausência do "Careca do INSS" em depoimento
Bolsonaro pede ao STF autorização para visita de relator da anistia
Bolsonaro pede ao STF autorização para visita de relator da anistia
Bolsonaro será julgado por racismo pelo TRF-4 nesta terça-feira
Bolsonaro será julgado por racismo pelo TRF-4 nesta terça-feira
Deputado dos EUA diz que apoiadores de Moraes serão “punidos”
Deputado dos EUA diz que apoiadores de Moraes serão “punidos”.

Boletim apresenta inserção dos jovens do DF no mercado de trabalho

Boletim Juventude e Mercado de Trabalho, apresentado pelo IPEDF e Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), apresentará panorama sobre a empregabilidade dos jovens no DF O Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apresentam, nesta quinta-feira

Leia mais...

Árabes e muçulmanos fazem cúpula emergencial e tentam frear Israel

Países da Liga Árabe e da Organização para Cooperação Islâmica se reúnem em Doha para avaliar revisão de relações diplomáticas e comerciais com o Estado israelense. Manifestação é resposta ao ataque contra negociadores do Hamas no Catar Em uma manifestação articulada sem precedentes, lideranças de países árabes e muçulmanos pediram

Leia mais...

Oposição pressiona por anistia e busca contemplar Bolsonaro

Reunião de líderes desta quarta (17/9) deve decidir se urgência será votada; governo e aliados veem proposta como inconstitucional Após meses de articulação e derrotas regimentais, a oposição acredita que a pauta da anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro avançará nesta quarta-feira (17/9). A estratégia é votar

Leia mais...

Bolsonaro não tem previsão de alta, diz deputado

Ex-presidente deu entrada no Hospital DF Star na tarde desta terça-feira (16/9) com crises de soluços e pressão baixa O deputado Evair de Melo (Progressistas-ES) afirmou que o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) não tem previsão de alta. Bolsonaro deu entrada no Hospital DF Star na tarde desta terça-feira (16/9)

Leia mais...

A sua privacidade é importante para o Tribuna Livre Brasil. Nossa política de privacidade visa garantir a transparência e segurança no tratamento de seus dados pessoais.