12/07/2025

Em ato de 1º de maio, Lula sanciona lei que altera tabela do Imposto de Renda

Crédito: Paulo Pinto/Agência Brasil

“Não haverá desoneração para favorecer os mais ricos”, diz presidente

Nesta quarta-feira (1º), durante ato com trabalhadores na zona leste de São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou o Projeto de Lei nº 81/2024 que corrige a tabela do Imposto de Renda, aumentando a isenção para quem recebe até dois salários mínimos por mês. Ele reafirmou a promessa de, até o fim do seu mandato em 2026, aprovar a isenção do pagamento do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais. 

“Esse país vai tratar com muito respeito 203 milhões de homens e mulheres que moram nesse país. A economia brasileira já voltou a crescer, o salário já voltou a crescer, o imposto de renda eu prometi para vocês que até o final do meu mandato, até R$ 5 mil as pessoas não pagarão imposto de renda. E estou dizendo para vocês a palavra continua em pé”, disse Lula, destacando a articulação dos seus ministros com o Congresso Nacional na aprovação de medidas de interesse do governo.

“Foi assim que nós fizemos, pela primeira vez no momento de democracia, a reforma tributária em que a gente vai despenalizar a pessoa de classe média que paga muito e fazer com que o muito rico pague um pouco do Imposto de Renda nesse país porque só o pobre é que paga. Nessa proposta de Imposto de Renda todo o alimento da cesta básica será desonerado e não terá Imposto de Renda sobre comida do povo trabalhador desse país”, acrescentou.

Ainda durante o ato, Lula assinou o decreto de promulgação da Convenção e Recomendação sobre o Trabalho Decente para as Trabalhadoras e os Trabalhadores Domésticos

Desoneração

O presidente também aproveitou o discurso para criticar a manutenção da desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia. Lula disse que “não haverá desoneração para favorecer os mais ricos”.

No fim do ano passado, o Congresso Nacional aprovou o projeto de lei da desoneração que prorroga, até 2027, a troca da contribuição previdenciária – correspondente a 20% da folha de pagamento – por uma alíquota entre 1% e 4,5% sobre a receita bruta de empresas de 17 setores da economia. O projeto também cortou de 20% para 8% a alíquota das contribuições ao INSS por parte dos municípios com até 156 mil habitantes.

“A gente faz desoneração quando o povo pobre ganha, quando o trabalhador ganha, mas fazer desoneração sem que eles sequer se comprometam a gerar um emprego, sem que eles sequer se comprometam a dar garantia para quem está trabalhando. Eu quero dizer que no nosso país não haverá desoneração para favorecer os mais ricos e, sim, para favorecer aqueles que trabalham e que vivem de salário”, disse Lula.

O presidente Lula vetou o projeto de lei da desoneração, mas o Congresso derrubou o veto ainda em dezembro do ano passado, mantendo o benefício às empresas. Para Lula, a medida não garante a geração de empregos e não pode haver desoneração da folha de pagamento de empresas sem contrapartida aos trabalhadores.

A desoneração da folha de pagamento tem impacto de cerca de R$ 9 bilhões por ano à Previdência Social. A ajuda aos pequenos municípios fará o governo deixar de arrecadar R$ 10 bilhões por ano. O governo recorreu ao Supremo Tribunal Federal e a ação tem o placar de 5 a 0 na Corte para suspender a desoneração. Para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é preciso encontrar um caminho para evitar prejuízos à Previdência Social. “A receita da Previdência é sagrada para pagar os aposentados. Não dá para brincar com essa coisa”, disse Haddad, nessa semana.

O ato em São Paulo foi realizado no estacionamento da Neo Química Arena (estádio do Corinthians), na zona leste da capital paulista. Pela primeira vez, a celebração deixou de ser realizada na região central da cidade, no conhecido Vale do Anhangabaú.

Durante seu discurso, Lula comentou sobre o esvaziamento do evento e cobrou o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, responsável pela articulação do governo com os movimentos sociais.

“Não pense que vai ficar assim. Vocês sabem que ontem eu conversei com ele sobre esse ato e eu disse para ele, ‘Márcio, o ato está mal convocado, nós não fizemos o esforço necessário para levar a quantidade de gente que era preciso levar’. Mas, de qualquer forma, eu estou acostumado a falar com mil, com 1 milhão, mas também, se for necessário, eu falo apenas com uma senhora maravilhosa que está ali na minha frente”, disse Lula.

Pelo sexto ano seguido, os atos políticos do Dia do Trabalhador em todo o país são organizados, de forma unificada, pelas centrais sindicais CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST, CSB e Intersindical Central da Classe Trabalhadora. Shows e apresentações culturais também fazem parte da programação.

“Sob o tema Por um Brasil mais Justo, o 1º de Maio 2024 será um dia de celebração e reflexão para levar a toda a população brasileira a luta do movimento sindical em defesa da classe trabalhadora”, informou a CUT. Entre as pautas das entidades estão emprego decente, correção da tabela de Imposto de Renda, juros mais baixos, valorização do serviço e dos servidores públicos, igualdade salarial e aposentadoria digna.

Tribuna Livre, com informações da Agência Brasil

Deixe um comentário

Leia também
Vazamento de dados em CPI preocupa, diz Wolney Queiroz
Vazamento de dados em CPI preocupa, diz Wolney Queiroz.
Comissão vota pelo fim da aprovação automática nas escolas
Comissão vota pelo fim da aprovação automática nas escolas
PEC da Segurança Pública tem votação adiada após embate na CCJ
PEC da Segurança Pública tem votação adiada após embate na CCJ
Reajuste de 9% para as Forças Armadas avança no Congresso
Reajuste de 9% para as Forças Armadas avança no Congresso
Justiça dos EUA volta a intimar Moraes por censura em ação da Trump Media e Rumble
Justiça dos EUA volta a intimar Moraes por censura em ação da Trump Media e Rumble
Decisão do STF para driblar arcabouço surte efeito contrário e reduz limite de gasto
Decisão do STF para driblar arcabouço surte efeito contrário e reduz limite de gasto
Lula volta a criticar Congresso por derrubada de decreto do IOF
Lula volta a criticar Congresso por derrubada de decreto do IOF
As falhas que o TCU descobriu no combate ao assédio em universidades
As falhas que o TCU descobriu no combate ao assédio em universidades
Líderes do Congresso afirmam que conciliação no STF deve passar por corte de gastos tributários e veem volta do IOF como ' muito difícil'
Líderes do Congresso afirmam que conciliação no STF deve passar por corte de gastos tributários e veem volta do IOF como ' muito difícil'
OAB-SP estuda proposta que limita em até 15 anos mandato de ministro do STF
OAB-SP estuda proposta que limita em até 15 anos mandato de ministro do STF.
Moraes: impacto financeiro de alta do IOF aponta ‘séria dúvida’ sobre natureza da medida
Moraes: impacto financeiro de alta do IOF aponta ‘séria dúvida’ sobre natureza da medida
EXCLUSIVO: Hugo Motta critica polarização política e diz que ‘Congresso está ao lado do Brasil’
EXCLUSIVO: Hugo Motta critica polarização política e diz que ‘Congresso está ao lado do Brasil’

Mesmo com juros altos, setor automotivo avança

Anfavea divulga alta nas exportações e produção no 1º semestre, mas mercado interno segue pressionado por crédito caro e queda no varejo A produção automóveis cresceu 7,8% no primeiro semestre, na comparação com o mesmo período de 2024, com 1,22 milhão de carros produzidos. o dado foi divulgado, ontem, pela

Leia mais...

Última noite de pecuária de Acreúna é marcada por pancadaria

PM precisou intervir para acabar com a briga generalizada A última noite da Exposição Agropecuária de Acreúna, domingo (6), foi marcada por pancadaria entre os participantes da festa. Circula nas redes sociais um vídeo que mostra uma confusão generalizada, inclusive com mulheres. A Polícia Militar (PM) de Goiás precisou intervir.

Leia mais...

A sua privacidade é importante para o Tribuna Livre Brasil. Nossa política de privacidade visa garantir a transparência e segurança no tratamento de seus dados pessoais.