Durante o Outubro Rosa, o Distrito Federal ampliou a realização de mamografias em três até vezes, resultando em uma redução de 80% na fila de espera para esse exame.
No ano de 2023, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) prevê que o Brasil terá um registro de mais de 73 mil casos de câncer de mama, o que representa uma taxa de incidência de 41,89 casos por 100 mil mulheres. No Distrito Federal (DF), a estimativa é de 1.030 casos para o mesmo ano, equivalendo a uma taxa de 49,76 por 100 mil mulheres.
Com o objetivo de reduzir a incidência do câncer de mama na região, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) implementou um plano em maio deste ano para diminuir a fila de espera para mamografias. As estratégias adotadas produziram resultados significativos, resultando em uma redução de mais de 80% na fila de espera em apenas alguns meses.
No período de abril a junho, a capacidade mensal de realização de exames aumentou de 2.384 para 6.078. No início de setembro, a lista de espera para mamografias, que anteriormente contava com 14 mil mulheres, estava com 2.800 pacientes. A nova estratégia empregada pela SES-DF otimizou o uso dos 11 mamógrafos da rede de saúde, resultando em um tempo de espera para o exame de menos da metade do período anterior. Antes, as pacientes precisavam aguardar entre nove meses e um ano para serem chamadas, agora, no máximo, esperam por quatro meses.
O médico Flávio Lúcio Vasconcelos, Referência Técnica Distrital (RTD) de mastologia, enfatiza a importância da redução da fila de espera para garantir o acesso rápido das mulheres à mamografia, possibilitando a detecção precoce dos tumores, um direito legal das pacientes.
O diagnóstico precoce do câncer de mama é essencial, pois a chance de cura é superior a 90% quando a doença é detectada nos estágios iniciais. A campanha Outubro Rosa, realizada anualmente, reforça a importância de estar atenta a sinais, fazer regularmente o autoexame e buscar exames de rastreamento. Na rede pública de saúde do Distrito Federal, as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) estão à disposição para acessar esses serviços.
A mamografia é o exame mais eficaz na redução da mortalidade por câncer de mama, e a recomendação é que as mulheres a partir dos 50 anos o façam anualmente. Já as pacientes com risco aumentado de câncer de mama, devido ao histórico familiar da doença, devem iniciar o rastreamento mais cedo, aos 35 anos.
Na UBS, a paciente passa por avaliação e, se necessário, é encaminhada para a realização da mamografia na rede, por meio do sistema de regulação. Após obter o resultado do exame, ela deve retornar à UBS para que a equipe de saúde avalie a situação. Caso haja alguma alteração, a paciente é encaminhada para atendimento com mastologista, que pode solicitar outros exames, como a ultrassonografia mamária ou a biópsia. Se for identificado o câncer de mama, a paciente pode receber tratamento oncológico, incluindo radioterapia, quimioterapia e/ou cirurgia, nos locais especializados da rede pública.
No Distrito Federal, há 11 mamógrafos em diferentes hospitais da região, garantindo o acesso das pacientes a esses exames essenciais.
Um exemplo inspirador é o de Maria das Neves Pereira, que há 10 anos descobriu a presença de dois nódulos nos seios por meio de uma mamografia de rotina em 2013. A biópsia confirmou que um deles era maligno. Com a detecção precoce da doença, ela iniciou o tratamento na rede pública de saúde do DF, incluindo cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Maria destaca a importância de as mulheres fazerem mamografias regularmente e não terem medo dos resultados, enfatizando que a detecção precoce aumenta significativamente as chances de sobrevivência.
Embora o câncer de mama não possa ser completamente prevenido, é possível reduzir os fatores de risco. Portanto, é fundamental que as mulheres façam a mamografia periodicamente, estejam atentas a quaisquer alterações nas mamas e mantenham hábitos de vida saudáveis.
Para conscientizar sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, o Governo do Distrito Federal (GDF) iniciou a iluminação do Palácio do Buriti em cor-de-rosa como parte da campanha Outubro Rosa, realizada anualmente.
Tribuna Livre, com informações da Sec. Saúde