Chefe do Executivo do Brasil sugeriu que o governo
ucraniano abrisse mão da região da Criméia para interromper a guerra
(crédito: AFP)
A Ucrânia afirmou nesta sexta-feira (7) que não vai abrir
mão do território da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014. A declaração foi uma
resposta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que na quinta-feira (6)
sugeriu que o país teria que ceder seu direito sobre a região para acabar com a
guerra.
Lula disse também que o presidente ucraniano, Volodymyr
Zelensky, “não pode querer tudo”. “Putin não pode ficar com o
terreno da Ucrânia. Talvez se discuta a Crimeia. Mas o que ele invadiu de novo,
tem que se repensar”, completou Lula, durante conversa com jornalistas em
Brasília.
A resposta ocorreu por meio de um post no Facebook feito
pelo porta-voz da diplomacia ucraniana, Oleg Nikolenko. “Não há razão
legal, política nem moral que justifique abandonar um só centímetro de
território ucraniano”, escreveu. Apesar da declaração, Oleg afirmou que
valoriza “os esforços do presidente brasileiro para encontrar uma maneira
de deter a agressão russa”.
O porta-voz do governo ucraniano afirmou ainda que os
esforços para restaurar a paz devem respeitar a soberania do país.
“Qualquer esforço de mediação para restabelecer a paz na Ucrânia deve ser
baseado no respeito à soberania e à integridade territorial plena e total da
Ucrânia, de acordo com os princípios da Carta das Nações Unidas”, completa
o texto.
Lula pretende negociar uma união de nações em torno do
fim da guerra na Europa. A articulação deve ser realizada por ele em viagem à
China, na próxima semana, onde ele pedirá apoio ao governo chinês nas
articulações.