18/11/2025

Enfraquecido, Hamas promove mortes e acusa clãs de serem aliados de Israel.

Vídeo publicado pelo próprio Hamas mostra oito pessoas desarmadas e vendadas sendo mortas em uma rua da Cidade de Gaza Imagem: AFP PHOTO / AL-AQSA TV "- HANDOUT

Dias após o cessar-fogo em Gaza entrar em vigor, o grupo extremista Hamas assassinou pessoas em ruas da Cidade de Gaza, publicando vídeos das mortes nas redes sociais.

O que aconteceu

Em um dos vídeos das “execuções públicas”, é possível ver oito homens ajoelhados e vendados sendo baleados pelos extremistas. As vítimas estão desarmadas e ajoelhadas no chão, e o assassinato é testemunhado por outras pessoas.

Imagens foram publicadas pelo canal de TV al-Aqsa, de propriedade do Hamas, em uma rede social. Os vídeos foram verificados pelo canal britânico BBC, que apontou que as imagens foram gravadas na área central da Cidade de Gaza.

Grupo extremista acusou as vítimas de serem de clã que colabora com Israel. Segundo a agência de notícias RFI, os mortos são membros de clãs e milícias rivais, todos de famílias tradicionais de Gaza, que “se mantêm fortemente armadas”.

Autoridade Palestina afirmou que os atos são “crimes hediondos”, cometidos “fora da estrutura da lei e sem julgamento justo”. Uma nota assinada pelo presidente Mahmoud Abbas condenou as execuções.

Não há até o momento um número oficial de mortos. Segundo o portal israelense Ynet, ao menos 52 pessoas de um só clã, o Dagmoush, teriam morrido. A Autoridade Palestina mencionou “dezenas” de vítimas.

Autoridade Palestina também diz que Hamas tenta controlar a Faixa de Gaza, “obstruindo a reconstrução”. “Restaurar o estado de direito e as instituições legítimas é o único caminho para acabar com o estado de caos”, diz a nota.

Israel afirma que não existe vácuo na Faixa de Gaza e que o Hamas voltou a ser a autoridade local. O grupo extremista teria assumido o que restou das maiores cidades do território. Isso porque, segundo o que foi determinado pelo acordo, os militares israelenses deixaram esses pontos, recuando para a chamada “Linha Amarela”, traçada no acordo com os EUA.

Anos de guerra abriram espaço para clãs locais

Ao menos quatro grandes clãs se opõem à hegemonia do Hamas hoje no enclave, segundo agência de notícias Reuters. O desgaste vivido ao longo de dois anos de guerra abriu espaço para que inimigos de longa data se impusessem.

Um dos maiores deles é o de Doghmosh, que se envolveu em disputas com o Hamas no domingo e na segunda-feira, segundo fontes locais. Seus membros têm afiliações com grupos extremistas diferentes, alguns deles com o próprio Hamas, e outros com o Fatah. O paradeiro do líder do clã, Mumtaz Doghmosh, é desconhecido desde antes do 7 de outubro.

Na área de Rafah e na parte sul de Gaza, o comando tem sido disputado pelo clã de Abu Shabab, de origem beduína. A estimativa das forças locais é de que eles tenham cerca de 400 homens, que teriam sido recrutados em troca de “salários atrativos”.

Na região de Khan Younis, o comando é disputado pelo clã Al-Majayda, que também teve confrontos recentes com o Hamas. Apesar das brigas recentes, o grupo divulgou um comunicado na segunda-feira afirmando que apoia a campanha do Hamas para “manter a lei e a ordem em Gaza” e pedindo que os membros do clã cooperem com os extremistas.

Na Cidade de Gaza, mais precisamente na vizinhança de Shejaia, opera o clã de Rami Hellis. O grupo é declaradamente oposto ao Hamas e opera em uma região que ainda está controlada pelo Exército de Israel.

Apesar da oposição que a maioria dos clãs faz ao Hamas, nenhum deles assume ter ligação direta com Israel. Não há informações precisas sobre quantos membros de quais clãs foram mortos nas execuções públicas feitas pelo Hamas após o fim do cessar-fogo.

Execuções mostram fragilidade de cessar-fogo

Acordo proposto por Trump e aceito pelos dois lados previa o desarmamento total do grupo extremista. Outro ponto importante do acordo é a entrega dos corpos de reféns por parte do Hamas, o que foi parcialmente cumprido.

Quatro corpos foram entregues até o momento e, segundo Israel, um deles não era de um refém israelense. O governo de Netanyahu afirmou hoje que o quarto corpo entregue seria de um palestino. Outros 24 corpos – 25, caso a informação sobre o corpo errado se confirme – são esperados pelas famílias dos reféns.

Forças do Egito entraram na Faixa de Gaza para auxiliar nas buscas pela localização dos restos mortais. A informação e do canal saudita Al Arabiya. Segundo a imprensa israelense, a expectativa é que mais quatro corpos sejam transferidos ao Exército de Israel no dia de hoje.

Tribuna Livre, com informações da Agence France Presse

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