A yeshivá localizada em Sderot, estabelecida há trinta anos na pequena cidade do sul de Israel, interrompeu suas atividades imediatamente após o ataque.
A yeshivá de Sderot, estabelecida há três décadas na pequena cidade do sul de Israel, interrompeu temporariamente suas atividades imediatamente após o ataque. Apesar da significativa evasão de moradores após o atentado do Hamas em 7 de outubro, a escola talmúdica retomou as aulas com a esperança de contribuir para a revitalização da cidade israelense, situada em proximidade da Faixa de Gaza.
Dentro das salas de estudo da yeshivá, as conversas dos alunos são intercaladas pelo som dos disparos do Exército israelense contra a Faixa, localizada a menos de cinco quilômetros de distância. A maioria dos 35.000 habitantes de Sderot ainda não retornou desde o ataque, que resultou na morte de pelo menos 40 pessoas na localidade, incluindo vários policiais em uma delegacia que foi alvo por várias horas.
Apesar dos desafios, a yeshivá, composta por 600 alunos, foi uma das primeiras instituições a retomar suas atividades na cidade. O diretor espiritual, Rabbi David Fendel, enfatiza o compromisso da escola em fortalecer Sderot por meio da Torá e do sionismo. Ele vê a presença de centenas de jovens idealistas como um impulso vital para a vida na cidade.
A escola, uma instituição proeminente do sionismo religioso, visa não apenas educar, mas também preconiza uma futura “presença judaica” dentro da Faixa de Gaza. Este objetivo é expresso pelo diretor como uma continuação da retirada do Exército e dos colonos israelenses da região em 2005.
Após os eventos de 7 de outubro, alguns estudantes, que eram reservistas do Exército, participaram dos combates, enquanto outros prestaram assistência aos feridos e ajudaram na evacuação da cidade. A escola, agora com menos alunos devido a convocações militares, continua a desempenhar um papel fundamental na comunidade.
Ron Amar, um estudante de 20 anos na instituição, destaca a importância de dar o exemplo e encorajar o retorno dos moradores de Sderot. Ele relata o impacto emocional de testemunhar a situação em outubro e como os estudantes, acostumados com os disparos de foguetes de Gaza, sentiram a diferença na intensidade do evento.
Enquanto os moradores de Sderot gradualmente retornam às suas casas, as ruas da cidade permanecem relativamente vazias e muitos estabelecimentos comerciais continuam fechados. A yeshivá, contudo, representa uma fonte de esperança e resistência, demonstrando que a comunidade está unida e decidida a superar os desafios. O rabino Fendel reitera a necessidade de permanecer forte e apoiar uns aos outros, afirmando que a cidade conta com o compromisso de todos.
Tribuna Livre, com informações da Agence France-Presse