Provocada por danos nas pequenas artérias que fornecem irrigação à retina, essa condição representa uma das complicações mais frequentes decorrentes da glicemia descontrolada, podendo inclusive resultar em perda da visão.
A retinopatia diabética, uma das complicações mais comuns associadas ao descontrole da glicemia, afeta aproximadamente quatro milhões de brasileiros, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Originada por lesões nas pequenas artérias que irrigam a retina, essa enfermidade compromete o tecido no fundo do olho, responsável por interpretar imagens para o cérebro, podendo, em casos extremos, levar à cegueira.
O oftalmologista Fabrício Borges, especialista na doença no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), destaca a importância do controle precoce da retinopatia diabética para evitar complicações sérias. Ele enfatiza que a realização anual do exame de fundo de olho da retina é crucial para diagnosticar a doença em estágios iniciais, permitindo a implementação de tratamentos eficazes e prevenindo a cegueira, especialmente em pessoas com diabetes abaixo dos 50 anos.
A prevenção da retinopatia diabética envolve a manutenção dos níveis de açúcar no sangue e da pressão arterial dentro dos parâmetros normais. Pacientes diabéticos devem realizar consultas periódicas com oftalmologistas, adotar hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada e atividades físicas regulares, para evitar complicações. O diagnóstico precoce e o tratamento oportuno são essenciais para evitar sintomas como visão embaçada ou flutuante, glaucoma, descolamento de retina e cegueira.
O tratamento oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), conhecido como antiangiogênico, é fundamental para estabilizar e tratar a retinopatia diabética, embora seu custo seja elevado. No Hran, especialistas capacitados utilizam esses medicamentos, que inibem o crescimento de vasos sanguíneos anômalos, contribuindo significativamente para um tratamento eficaz. Atualmente, a rede pública, através das unidades básicas de saúde (UBSs), é a porta de entrada para o atendimento oftalmológico, encaminhando os pacientes para os especialistas após avaliação.
O Centro Especializado em Diabetes, Hipertensão e Insuficiência Cardíaca (Cedhic), localizado no Hospital Regional do Guará (HRGu), busca aumentar sua capacidade de atendimento, ampliando o horário de funcionamento às terças e quintas-feiras. Essa iniciativa visa acompanhar um maior número de pacientes e fortalecer a abordagem preventiva.
Tribuna Livre, com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal