Bia Kicis fala sobre comissão de investigação da fraude do INSS
A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) afirmou que o governo Lula está “desesperado” com o comando da oposição na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, que começou os trabalhos nesta terça-feira (26/8). Aliada do ex-presidente Jair Bolsonaro, Bia comentou, em entrevista ao programa CB.Poder — parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília — sobre a eleição presidencial de 2026, que, segundo a deputada, trata-se de um golpe por excluir Bolsonaro.
Kicis ainda prometeu denúncias no Tribunal Penal Internacional — organização que julga crimes contra a humanidade— em relação às ações do Poder Judiciário contra Jair Bolsonaro e outros acusados de envolvimento na tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023. “Isso ainda não foi divulgado, mas será divulgado nos próximos dias, nas próximas semanas. Uma instância que mostra e reafirma crimes que estão sendo cometidos. E digo mais, a coisa é grave, crimes análogos a crimes de guerra. Essas denúncias não partiram de Bolsonaro ou de apoiadores. Partiram de advogados e de instituições de análise política que são isentas, elas não têm lado direito ou esquerda, elas denunciam do lado que for”, declarou.
Os trabalhos da CPMI do INSS
A Comissão Mista de Inquérito do INSS, constituída por membros do Senado e da Câmara dos Deputados, tem como intuito descobrir e punir os envolvidos nas fraudes dos empréstimos e nos descontos indevidos dos contracheques de aposentados, ambas as situações ocorriam sem a aprovação dos beneficiários. A CPMI do INSS foi criada em junho e tem previsão de durar seis meses, com possibilidade de prorrogação.
O presidente da comissão, eleito pelo Congresso, foi o senador Carlos Viana (Podemos-MG), já o cargo de relator está nas mãos do deputado Alfredo Gaspar (União-AL). Os dois principais membros do processo são considerados opositores ao governo. De acordo com Bia, tomar a mesa diretora da CPMI foi um “golaço” da oposição contra o governo, que, para ela, estava negligenciando o inquérito a todo custo.“O governo tinha articulado para que essa CPMI terminasse em pizza. Eles haviam indicado um presidente e um relator que não assinaram o requerimento da CPMI, que são governistas e cujo destino, claramente, seria o das outras que a gente acompanhou nos últimos tempos”, disse.
A deputada enfatizou o compromisso da diretoria em apurar os casos independentemente do lado político, já que as fraudes serão analisadas desde o ano de 2015, passando pelos governos Dilma, Temer, Bolsonaro e Lula.
“Se alguém no governo Bolsonaro atuou de forma fraudulenta, tem que ser identificado e pagar também. Só que o que o relator trouxe é que começou os números das fraudes. Então, na época Bolsonaro, era em torno de 700 milhões, em 2024 passou para 2 bilhões. Então assim, há realmente um aumento”, falou.
A relação com Jair Bolsonaro e previsões para a oposição
Bia não esconde a admiração pelo ex-presidente, que, segundo ela, é um homem “honesto e íntegro”. A advogada ainda não visitou Bolsonaro depois que ele foi preso em domicílio, porém afirmou que o nome já está na lista de espera para a aprovação da visita.
Questionada sobre a eleição de 2026, que não terá a candidatura de Jair, devido à declaração de inelegibilidade até 2030, Kicis respondeu que uma eleição sem Bolsonaro é um golpe, feito por Alexandre de Moraes, ministro do STF. A autora da PEC do voto impresso, confessa ouvir de muitos que Tarcísio de Freitas — atual governador de São Paulo e possível candidato à presidência em 2026 — é muito competente, porém não admite ter Bolsonaro fora das eleições.
Bia complementou dizendo que as apostas da oposição, em tempos de pouco apoio do governo, são na tentativa de montar uma bancada forte na eleição do Senado em 2027 e na assistência do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “O apoio dos Estados Unidos é muito forte, porque estamos sendo vistos como um país sem democracia, o que é um constrangimento e tanto. Também apostamos no Senado forte em 2027, mas não só nisso, há coisas que estão acontecendo e virão à tona”, relatou.
Tribuna Livre, com informações da deputada federal Bia Kicis (PL-DF)