Os nossos especialistas na Índia opinam sobre um resultado que poucos esperavam e o que isso poderá significar para o futuro.
Quando Narendra Modi definiu para si mesmo como meta uma vitória “esmagadora” — 400 dos 543 assentos no Parlamento para a sua aliança — poucos desconfiaram de tamanha ambição.
Afinal de contas, o primeiro-ministro indiano e o BJP (Partido do Povo Indiano) têm sido uma força imparável desde que chegaram ao poder, há uma década.
Caso a pretensão do premiê se concretizasse, sua coalizão obteria assentos suficientes para compor uma maioria de dois terços do Parlamento — e, com isso, o poder de aprovar alterações na Constituição.
Mas embora Modi e a sua aliança estejam a caminho de obter a maioria, não é exatamente a vitória arrasadora que ele e os seus aliados imaginaram quando a contagem começou na manhã desta terça-feira (4/6).
Segundo projeções sobre os resultados preliminares até o momento, o partido de Modi e seus aliados devem conquistar cerca de 290 das cadeiras no Legislativo, com a oposição tendo crescido e chegando a cerca de 230.
A relativa frustração para Modi se completa com a projeção de que seu próprio partido, o BJP, não deve alcançar os 272 assentos necessários para uma maioria. Pela primeira vez desde que chegou ao poder, o premiê dependerá de alianças para conseguir fazer avançar sua agenda no Legislativo.
Pelo X (antigo Twitter), Modi reivindicou sua vitória. “Eu me curvo ao povo por essa demonstração de apreço e prometo que continuarei com o bom trabalho feito na última década para cumprir as vontades do povo”, afirmou.
A Índia é o país mais populoso do mundo, com 1,4 mil milhões de habitantes, e 969 milhões deles estavam aptos a votar nas eleições deste ano – aproximadamente uma pessoa em cada oito da população mundial.
Os eleitores devem ser cidadãos indianos, ter 18 anos ou mais e estar inscritos no registro eleitoral. Eles também precisam de títulos de eleitor válidos.
Abaixo, os correspondentes da BBC na Índia expõem a sua opinião sobre a razão pela qual os resultados não parecem ser exatamente os que Modi esperava — e o que isso poderá significar para o futuro da maior democracia do mundo.
Tribuna Livre, com informações da BBC News