Lares de acolhimento se mobilizam para proporcionar um fim
de ano com amor e presentes para crianças e adolescentes em situação de
vulnerabilidade
(crédito:
Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
O Natal é uma
das épocas mais esperadas do ano. Presentes, festas e muita comida fazem parte
da tradição do dia destinado a celebrar o nascimento de Jesus. Além disso, a
data traz a reflexão sobre amor, solidariedade, humanidade, união e
generosidade. Para milhares de crianças em situação de vulnerabilidade no
Distrito Federal, o cenário é de tristeza, angústia e esperança por dias
melhores. Pensando em minimizar esses sentimentos, abrigos e lares de
acolhimento se organizam para proporcionar um fim de ano digno a todas elas.
Na Casa Azul
Felipe Augusto, 1.150 crianças e adolescentes de 6 a 14 anos aguardam
ansiosamente o período de festas. Por meio da campanha Natal dos Sonhos, eles
são apadrinhados para ganhar um kit escolar contendo uma mochila e um
brinquedo. Para a entrega, a instituição prepara cinco dias de comemoração em
dezembro, quando o Papai Noel distribui os presentes. Para ajudar, são R$ 75. O
doador pode transferir o dinheiro via cartão de crédito, débito, Pix ou
dinheiro. “Nós distribuímos cartinhas com opções. As crianças preenchem
com o nome e o que querem ganhar, além de contar se foram um bom menino ou uma
boa menina durante o ano”, explica a coordenadora administrativa do local,
Carla Guedes. “Se a pessoa preferir, pode apadrinhar e montar ela própria
o kit. Basta pegar o nome da criança e ver o que escolheu”, completa.
A unidade atende
crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade encaminhadas pelos
centros de referência em assistência social (Cras), que moram nas regiões
administrativas de Samambaia, Riacho Fundo 2, Vila Telebrasília e São
Sebastião. No total, são 1.450 estudantes, de 6 a 17 anos, em contraturno ao
horário da escola, recebendo café da manhã, almoço e lanche.
Além das doações
de Natal, a instituição precisa de contribuições durante o ano. Segundo a
coordenadora, os alimentos são os itens mais necessários. “Nosso consumo
com alimentação aumentou. Os valores dos produtos também estão bem mais
altos”, diz. “É uma área que a gente não pode restringir e não pode
diminuir os gastos, porque estamos aqui para oferecer o melhor para eles”,
destaca.
Com o projeto
Natal Solidário, o Lar de São José, em Ceilândia Norte, também busca oferecer
um acalento para as 46 crianças e adolescentes de até 18 anos que são atendidos
no espaço e outros 15 que vivem na casa de apoio. A ação procura padrinhos para
doar um kit com roupa e sapatos. A instituição acolhe jovens que vêm para o DF
fazer tratamento de saúde e todas as despesas são custeadas por empresários da
cidade, como alimentação, transporte e hospedagem, além de crianças e
adolescentes que estão sob medida protetiva e são encaminhados pela Vara da
Infância.
“Assim como
todas as crianças, nossos acolhidos também aguardam, ansiosamente, pela noite
natalina. Alguns até escreveram sua cartinha ao bom velhinho, outras sonham com
a roupa nova, a ceia, e todos os detalhes que exalam o amor nessa época do
ano”, comenta a coordenadora da instituição, Aline de Souza. Para as
contribuições, está disponível uma lista no Instagram do Lar de São José.
A casa também
precisa de ajuda no decorrer do ano. São aceitos itens em bom estado, que as
pessoas não usam mais, produtos de higiene, de limpeza e alimentos em geral.
Neste momento, o mais urgente é o leite, cujo estoque está praticamente zerado,
e fraldas de tamanho G e GG. Os produtos podem ser entregues diretamente no
local. Outra maneira de colaborar é depositando o valor mínimo de R$ 15, por
meio do site do Lar São José.
Cuidado e amor
Acolhendo 60
crianças e adolescentes de menos de um a 17 anos, a Casa da Criança Batuíra, em
Ceilândia, também não deixará o Natal passar em branco. Com ceia e presentes, a
instituição recebe doações de alimentos natalinos e demais itens para
proporcionar um dia inesquecível aos acolhidos, que chegam à instituição devido
à aplicação de medidas protetivas por estarem sofrendo situações de violência,
negligência ou abandono no contexto familiar.
“Aqui,
damos atendimento integral com alimentação, a matrícula na escola, cuidado com
saúde, o carinho e o afeto que as crianças e adolescentes merecem”,
destaca o coordenador de captação de doações, Rogério Cabral. Para a ceia, a
casa pede a doação de aves natalinas e demais produtos típicos da época, a fim
de preparar uma mesa bonita para os assistidos. As doações podem ser feitas nas
casas de apoio ou pelo site.
Também são
recebidos produtos de limpeza e de higiene pessoal. “Como elas moram aqui,
nós temos que prover tudo”, diz Rogério, ressaltando que nos últimos anos
diminuiu a quantidade de doadores permanentes.