Ministério Público denunciou Igor por feminicídio
A Justiça aceitou denúncia e tornou Igor Porto réu, nesta quinta (30), pela morte da esposa, Marcela Luise de Souza, em Aparecida de Goiânia. A investigação foi concluída pela Polícia Civil na última sexta-feira (24), ocasião em que ele foi indiciado por feminicídio.
Marcela teve múltiplas faturas pelo corpo. Ela morreu dez dias após ser internada em estado gravíssimo em um hospital de Aparecida em decorrência de traumatismo craniano.
A decisão é do juiz Leonardo Fleury, que acatou denúncia do Ministério Público (MPGO). O órgão afirmou que Igor cometeu o crime por meio cruel, que impossibilitou a defesa da vítima. Além disso, apontou feminicídio, pois, segundo o MP, o crime contra a companheira teria ocorrido por razões da condição de sexo feminino.
Em nota, a defesa do acusado disse que não se surpreendeu com a decisão da Justiça em acatar a denúncia. Afirmou, ainda, que acredita na instrução criminal e que demonstrará que os fatos não ocorreram conforme narrados pela acusação.
Caso
Marcela foi internada em 10 de maio em um hospital particular de Aparecida de Goiânia, onde foi levada pelo próprio companheiro, e morreu dez dias depois, em decorrência de várias agressões. Quando chegou na unidade, o fisiculturista Igor Porto Galvão, de 31 anos, afirmou que a esposa tinha se machucado após cair com a cabeça no chão, enquanto limpava a casa.
Os médicos que a atenderam, porém, decidiram acionar a polícia após constatarem que a mulher tinha vários hematomas não condizentes com uma queda, como traumatismo craniano dos dois lados da cabeça e na base do cérebro, além de fraturas na clavícula e em oito costelas.
Com as provas em mãos, a Polícia Civil solicitou e a justiça decretou a prisão temporária do fisiculturista, que foi preso alguns dias depois da internação da mulher. Durante audiência de custódia, Igor Porto Galvão teve sua prisão transformada em preventiva.
Feminicídio consumado
Após a morte da mulher de 31 anos em 20 de maio, que teria sido agredida pelo marido, a delegada Bruna Coelho antecipou que ele responderá por feminicídio consumado. No dia 24 de maio, o inquérito foi apresentado.
“A defesa do investigado Igor Porto Galvão lamenta profundamente a morte de Marcela Luise, e continuará pronunciando apenas com relação às investigações”, disse após a confirmação do óbito. Já sobre a detenção do suspeito, que também é nutricionista, eles dizem que, no ponto de vista da defesa, “não estão presentes os requisitos da prisão preventiva, ou seja, garantia da ordem pública, garantia da instrução criminal ou assegurar a aplicação penal”.
O advogado Thiago Marçal reforça que o cliente possui profissão licita (é nutricionista e educador físico), tem endereço fixo, é primário e em momento algum existe algo no processo que ele interferiu no bom andamento da investigação.
“Pelo contrário, a Polícia Civil esteve em sua residência fora de horário, a fim de fazer perícia, e ele autorizou. Perícia essa que teve como resultado inconclusiva. Importante salientar que o colega advogado, que estava acompanhando o Igor, já havia ido à delegacia e o colocado à disposição da autoridade policial. Até o momento, o Igor não foi ouvido. A defesa vai entrar com os pedidos cabíveis a fim de que a prisão preventiva seja substituída por medidas cautelares diferentes do cárcere.”
Tribuna Livre, com informações do Ministério Público (MPGO).