Apresentado como o novo ministro da Justiça, o juiz aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) tem entre suas principais responsabilidades combater as facções e reduzir os índices de crimes violentos.
Nesta quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva oficializou a indicação de Ricardo Lewandowski, de 75 anos, para suceder Flávio Dino como chefe do Ministério da Justiça e Segurança Pública. O magistrado aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) assume um desafio complexo, tanto no âmbito das políticas públicas quanto em termos eleitorais. O foco da atuação de Lewandowski estará na área crítica da segurança pública, que impacta significativamente a vida da população e é um ponto de atenção quando os cidadãos avaliam o desempenho do governo.
Dentre os principais desafios que aguardam Lewandowski, destacam-se a necessidade de apresentar resultados efetivos no combate ao crime organizado e de promover uma “costura institucional” que aprimore o diálogo entre os diversos atores nos sistemas de Justiça e Segurança Pública.
Durante sua presidência no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Lewandowski demonstrou habilidade ao implementar mudanças significativas, como o estabelecimento das audiências de custódia a partir de 2015.
A escolha de Lewandowski pelo presidente Lula é vista como uma aposta em um perfil semelhante ao do renomado jurista Márcio Thomaz Bastos. O objetivo é substituir Flávio Dino, que assumirá uma cadeira no STF, com alguém experiente e capaz de impulsionar avanços institucionais, em linha com a gestão de Thomaz Bastos durante o primeiro mandato de Lula.
Reduzir os índices de violência no país é uma das missões primordiais de Lewandowski. Destacam-se problemas mais acentuados em dois estados, impactando diretamente as avaliações sobre o governo. No Rio de Janeiro, as milícias expandem sua influência, inclusive infiltrando-se no governo local, enquanto na Bahia, o crime organizado desafia o poder estatal, com altas taxas de letalidade policial.
Pesquisas indicam que a insegurança é uma preocupação para a maioria dos brasileiros, e dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública revelam números alarmantes de homicídios na Bahia. A expectativa é que Lewandowski, conhecido por seu trabalho nos bastidores e na costura institucional, seja capaz de enfrentar esse desafio complexo, embora algumas críticas à sua inexperiência na área de segurança pública tenham surgido.
Alguns observadores destacam que a eficácia do novo ministro dependerá da qualidade da equipe que ele formar, ressaltando a importância de contar com especialistas em segurança para auxiliá-lo na implementação de políticas nacionais bem-sucedidas.
Tribuna Livre, com informações da Agência Estado