27/12/2025

Milei exige que opositores prestem esclarecimentos sobre custos relacionados às operações de segurança durante os protestos.

Pelo menos uma dezena de organizações sociais e sindicais receberam cartas do Ministério da Segurança da Nação - (crédito: AFP)

Organizações sociais e sindicatos argentinos declararam que o governo os convocou.

Organizações sociais e sindicatos argentinos relataram que o governo os notificou nesta semana para pagar até 56 milhões de pesos (R$ 320 mil) pelas operações de segurança realizadas durante duas manifestações em 22 e 27 de dezembro.

“A intimação para pagamento de uma quantia milionária foi recebida, assim como outras organizações sociais e sindicais”, declarou a organização Libres del Sur em um comunicado divulgado nesta sexta-feira (12), mencionando ter recebido a notificação no dia anterior.

“A imposição dessas multas é um ato de perseguição e intimidação por parte do governo de Javier Milei”, denunciou outro comunicado da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras da Argentina Autônoma (CTAA).

Ambas as organizações foram multadas por duas manifestações distintas: a primeira ocorreu em 22 de dezembro em uma praça no centro de Buenos Aires, onde dezenas de pessoas protestaram contra a interrupção da assistência alimentar que o Estado fornece periodicamente às organizações sociais.

A segunda manifestação, que atraiu dezenas de milhares de participantes, aconteceu em 27 de dezembro, quando as principais centrais sindicais da Argentina apresentaram um recurso de amparo ao Palácio dos Tribunais para declarar a nulidade do ambicioso decreto de necessidade e urgência do governo, que promove uma reforma trabalhista.

Pelo menos uma dezena de organizações sociais e sindicais recebeu notificações do Ministério da Segurança da Nação, liderado pela conservadora Patricia Bullrich, exigindo pagamento para cobrir os custos operacionais “empregados para encerrar os atos ilegítimos visando a manutenção da ordem pública”.

Bullrich, desde 10 de dezembro, quando assumiu como ministra, afirmou à população que “quem faz, paga”, seguindo sua política de linha-dura em relação à segurança, também em relação aos manifestantes que desrespeitam a lei ao bloquear o trânsito.

Assim, lançou um protocolo contra o bloqueio de vias de circulação, conhecido como “protocolo antipiquete”, que prevê o uso da força necessária para liberar o espaço de manifestantes ou objetos que impeçam a passagem. Bullrich determinou que “o Estado não pagará pelo uso da força de segurança” e anunciou que “enviará a conta às organizações ou indivíduos responsáveis” por todos os custos relacionados às operações de segurança.

Tribuna Livre, com informações da Agence France-Presse

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