28/08/2025

Ministro André Mendonça tem até 60 dias para analisar processo de cassação do governador de RR

Ministro André Mendonça pediu vista para reanalisar processo de cassação contra governador de Roraima e vice. — Foto: Luiz Roberto/TSE

Pedido de vista foi feito após a relatora do processo, ministra Isabel Gallotti, votar a favor da cassação dos mandatos de Antonio Denarium e do vice-governador Edilson Damião, nessa terça-feira (26).

O ministro André Mendonça pediu vista — mais tempo para análise — e suspendeu nessa terça-feira (26) o julgamento que discute o processo de cassação do mandato do governador de Roraima, Antonio Denarium (PP) e do vice Edilson Damião (Republicanos) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Agora, ele tem até 60 dias para analisar a ação, que começou a ser julgada há mais de um ano na Corte.

Pelas regras do TSE, o pedido de vista tem duração de 30 dias, prorrogáveis por mais um mês desde que haja uma manifestação fundamentada do ministro à presidência da Corte. Caso a data-limite não seja cumprida, o processo é automaticamente liberado para a continuação do julgamento.

Essa foi a segunda vez que o processo sobre a cassação é suspenso no TSE. A primeira foi em 13 de agosto de 2024, mesmo dia em que a ação começou a ser julgada na Corte.

No dia, o julgamento foi suspenso em comum acordo pelos ministros e, desde então, o processo estava parado. À época, o ministro André Mendonça já fazia parte do colegiado responsável por julgar a ação.

Caso o ministro Mendonça analise o processo dentro do prazo inicial de 30 dias, ele poderá devolvê-lo à pauta de julgamento já no dia 25 de setembro. No entanto, se esse prazo for estendido, a devolução poderá ocorrer até o dia 25 de outubro.

Nesta terça, antes do pedido de vista, a ministra relatora Isabel Gallotti negou os recursos apresentados pelos políticos e votou a favor da cassação dos diplomas dos dois políticos por abuso de poder político e econômico nas eleições de 2022. O voto dela teve 82 páginas.

 Nesse processo, o governador e o vice são acusados de distribuir bens e serviços durante o ano eleitoral, repassar quase R$ 70 milhões em recursos para municípios do estado sem a observância de critérios legais e extrapolar gastos com publicidade.

“Diante dessas considerações entendo configurado a prática de abuso de poder político e econômico com gravidade suficiente para ensejar as sanções de cassação do diploma e de inelegibilidade neste segundo caso somente ao recorrente Antonio Denairum”, disse a relatora Isabel Gallotti.

Após o voto da relatora, a presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, agradeceu Isabel e disse que, apesar já ter voto escrito sobre o processo, aguardaria o retorno do julgamento. Os outros ministros não quiseram antecipar o voto.

Denarium foi cassado quatro vezes pelo Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR). A ação que o TSE retomou e suspendeu nesta terça refere-se à terceira cassação, decidida em janeiro de 2024. Denarium e Edilson recorreram da decisão estadual, o que levou o caso para julgamento no Tribunal Superior.

Entenda: O governador permaneceu no cargo porque ainda há o recurso pendente de julgamento no TSE. Esse recurso tem efeito suspensivo, o que significa que a decisão de cassação não pode ser executada até que o TSE, última instância da Justiça Eleitoral, analise e decida de forma definitiva sobre o caso. O mandato atual do governador vai até 31 de dezembro de 2026.

Caso tenham os mandatos cassados, ele o vice podem recorrer da decisão ao Supremo Tribunal Federal (STF). O recurso, no entanto, não tem efeito suspensivo e eles são afastados dos cargos imediatamente.

Nesse cenário, a decisão é comunicada ao TRE-RR, que deve iniciar os procedimentos para realização de uma eleição suplementar. Até que ela ocorra, o presidente da Assembleia Legislativa de Roraima (Ale-RR) e ex-aliado de Denarium, Soldado Sampaio (Republicanos), deve assumir.

Além desse processo, em 2023 o governador de Roraima teve o mandato cassado em outros dois: por distribuir cestas básicas no período eleitoral e por executar reformas nas casas de eleitores roraimenses. Em 2024, ele foi cassado pela quarta vez também por abuso de poder político e econômico.

Tribuna Livre, com informações do G1

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