As críticas de Zambelli sobre Bolsonaro e a aproximação do
governador de São Paulo com o presidente Lula estremecem a base bolsonarista
(crédito: EVARISTO SA/AFP e Miguel Schincariol/AFP)
As críticas da deputada Carla Zambelli (PL-SP) ao ex-presidente Jair Bolsonaro e a aproximação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva provocaram discordâncias na base bolsonarista.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, Zambelli afirmou que Bolsonaro não fugiu ao ir para os Estados Unidos, mas enfatizou que ele já deveria ter voltado ao Brasil para liderar a oposição. “Passar um tempo fora para pensar no que vai fazer é legítimo. Mas concordo que ele deveria estar aqui para liderar a oposição. A gente teria mais condições, capacidade e força”, disse.
Ela também ressaltou: “Acho (que Bolsonaro pode ser preso). Ele deve ter mais informações do que a gente (sobre a possibilidade de prisão), por isso está lá. Temos de ser compreensivos com ele”.
Uma das principais aliadas de Bolsonaro, Zambelli fez críticas ao discurso do então presidente em 30 de dezembro. Segundo a deputada, ele deveria ter “deixado claro o que pensava” e “seria um remédio se tivesse dito que era para as pessoas saírem dos quartéis”.
Após a repercussão das declarações, Zambelli usou o Twitter para dizer que suas falas não foram “críticas” ao ex-presidente.
Já Tarcísio de Freitas foi alvo de desaprovação por parte de bolsonaristas por ter se unido a Lula para lidar com os estragos causados pelos temporais no litoral norte de São Paulo.
Aliado de Bolsonaro, o deputado Evair de Melo (PP-ES) saiu em defesa do governador. “Ele tem de manter relações institucionais e republicanas com o presidente da República e outras bases.Tem meu respeito, admiração e confiança”, destacou, ao Correio. “Acho que Tarcísio, em um momento difícil como este, fez o que é preciso ao relevar qualquer desentendimento ideológico e salvar as pessoas.
Sobre a cobrança pela volta do ex-presidente, Melo ressaltou que há deputados federais da base bolsonarista que estão “afoitos”. “O presidente já tinha alinhado que poderia voltar após o carnaval a qualquer momento, mas não imediatamente. Ele vai avaliar o momento de voltar ao Brasil e se juntar a nós para defender o legado do nosso governo.”