Desde o último sábado (18), 11 propriedades foram invadidas em São Paulo, Mato Grosso do Sul e no Paraná
Foto: FNL/Instagram/reprodução
A Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) é mais uma
entidade ligada ao setor produtivo a repudiar publicamente a onda de invasões
de terra que afeta, desde o último sábado (18), Mato Grosso do Sul, o Paraná e,
principalmente, o estado de São Paulo. Em nota, a entidade cobra ação por parte
das autoridades.
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“[A] Abag repudia todo e qualquer ato de invasão a
propriedades, públicas ou privadas, destinadas à produção agroindustrial e
clama para que o atual governo intervenha junto às lideranças dos movimentos
insurgentes no sentido de apaziguar a vida no campo, para que a agricultura e a
pecuária brasileiras continuem sendo a locomotiva da economia nacional”, afirma
a associação em comunicado divulgado na manhã desta segunda-feira (22).
A equipe da Abag reforça, ainda, que o agronegócio é
responsável por cerca de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. O setor,
contudo, poderá ser afetado caso invasões de terra voltem a crescer no país. De
acordo com a entidade, esse tipo de movimento afasta investidores e, além
disso, podem motivar campanhas internacionais contra o país.
“Clima de insegurança e desestímulo a quem planeja
investir em um setor de grande importância para a economia nacional” — Abag
“Um país que está em ampla campanha na busca de
investidores, nacionais e internacionais, para a garantia de seu
desenvolvimento econômico-social, não pode mais conviver com invasões a
propriedades rurais como novamente estamos assistindo nessas últimas semanas,
por criar um clima de insegurança e desestímulo a quem planeja investir em um
setor de grande importância para a economia nacional pela sua pujança e
organização”, pontua a entidade, que ressalta: imagina que esse tipo de ação
tinha sido ultrapassado e excluído do Brasil.
Apesar do clamor externado pela Abag, nenhum órgão do
governo federal se pronunciou — ao menos até o momento — sobre as recentes
invasões de terra.
As invasões de terra nos últimos dias
Criada em 2014 por José Rainha Júnior, ex-líder do MST, a
Frente Nacional de Lutas Campo e Cidade (FNL) assumiu a autoria de onze
invasões de terra desde o último fim de semana. Em ação intitulada pelo grupo
como “Carnaval Vermelho”, as seguintes propriedades foram invadidas:
• Mato
Grosso do Sul
Fazenda Fernanda — Japorã.
• Paraná
Terra da extinta Polar — Ponta Grossa.
• São
Paulo
Fazenda Floresta — Marabá Paulista.
Fazenda São João — Marabá Paulista.
Fazenda São Lourenço — Rosana.
Fazenda São Domingos — Sandovalina.
Fazenda Santana — Planalto do Sul (distrito do município
de Teodoro Sampaio).
Fazenda Santa Rosa — Mirante do Paranapanema.
Fazenda Santo Antônio — Presidente Epitácio.
Fazenda São José — Planalto do Sul (distrito do município
de Teodoro Sampaio).
Prédio residencial em obras — Sorocaba.
SRB e presidente da FPA repudiam atos
As invasões de terra promovidas pela FNL já haviam sido
recriminadas pela Sociedade Rural Brasil (SRB). Conforme registrado pelo site
do Canal Rural, a entidade destaca que esse tipo de movimento “fere o direito
de propriedade e traz insegurança jurídica para o campo”.
Deputado federal e presidente da Frente Parlamentar da
Agropecuária, Pedro Lupion (PP-PR) foi enfático ao reclamar da série de
invasões de terra nos últimos dias. “Isso é crime”, afirmou o parlamentar ao
abordar o assunto em seu perfil no Twitter.
“O Incra tem 90 milhões de hectares de áreas de
assentamento e 110 milhões de hectares de áreas da União que podem ser usadas
para a reforma agrária. Não tem cabimento!”, afirmou Lupion. “Nós, produtores
rurais, queremos saber que atitudes o governo vai tomar e o que será feito
sobre essa barbárie.”