03/12/2024

O aumento da dívida pública pode atuar como um obstáculo para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Professor doutor de Economia da USP, Simão Silber acredita que a economia externa deverá contribuir para uma expansão menor do PIB brasileiro no ano que vem - (crédito: Nattanan Kanchanaprat/Pixabay)

Especialistas destacam que o crescimento desordenado de gastos é um risco a ser evitado.

Simão Silber, professor doutor de Economia na Universidade de São Paulo (USP), expressa a perspectiva de que a economia global terá uma contribuição reduzida para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no próximo ano. Ele destaca que o crescimento global não deve atingir 2%, um valor significativamente abaixo da média de 3,8% dos últimos 20 anos. Silber ressalta a limitação do governo em impulsionar um crescimento mais robusto e expressa preocupação com o aumento da dívida como meio de estimular a economia, alertando para possíveis impactos negativos.

Ao abordar declarações recentes do presidente Lula, Silber destaca a importância do bom senso e da capacidade persuasiva do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, para evitar um crescimento desordenado dos gastos. Ele antecipa que 2024 pode não ser um ano positivo para a economia global devido a diversos fatores, incluindo os efeitos contínuos da pandemia de covid-19, a guerra no Leste Europeu e fatores macroeconômicos adversos.

Rodolfo Margato, economista da XP Investimentos, chama a atenção para fatores de preocupação em 2024, como as eleições municipais que podem influenciar o cenário político para 2026. Ele destaca a possibilidade de eleições acirradas e com viés expansionista, considerando o orçamento significativo destinado à corrida eleitoral.

Margato também menciona um ponto positivo para o próximo ano, indicando a possibilidade de os Estados Unidos iniciarem cortes nas taxas de juros, o que poderia beneficiar ativos de mercados emergentes, incluindo o Brasil. Ele destaca o impacto positivo da última decisão do Federal Reserve (Fed) na Bolsa de Valores de São Paulo (B3).

Luís Otávio de Souza Leal, economista-chefe da G5 Partners, destaca o risco fiscal interno em 2024, mesmo considerando as aprovações no Congresso. Ele menciona o limite de R$ 23 bilhões para o contingenciamento imposto pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) como um desafio a ser observado.

Fernando Honorato, economista-chefe do Bradesco, adota uma perspectiva moderadamente otimista para o crescimento econômico em 2024. Ele destaca a expectativa de melhora no ambiente internacional com potenciais cortes nas taxas de juros pelo Fed. Honorato enfatiza que o cenário interno dependerá do comportamento fiscal e da possibilidade de desvalorização da moeda, mas mantém a possibilidade de corte nas taxas de juros para até 9% em 2024, com a inflação em torno de 4%. Ele observa que, com o novo arcabouço fiscal, a dívida pública brasileira deve crescer menos do que a média dos países do G20.

Tribuna Livre, com informações da Agência Estado

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