Tensões entre Venezuela e Guiana aumentam após um referendo que ratificou o desejo dos venezuelanos de incorporar o Essequibo. O Brasil se encontra potencialmente sujeito a uma possível invasão, dada a situação.
O Ministério da Defesa planeja posicionar pelo menos 20 veículos blindados na fronteira entre Roraima e a Venezuela. Segundo a pasta, o deslocamento desses veículos estava inicialmente previsto para auxiliar no combate ao garimpo ilegal na região, mas também será crucial para reforçar a segurança na fronteira. De acordo com informações da CNN, os veículos blindados serão estacionados em Boa Vista, prontos para se deslocar para Pacaraima, se necessário.
No domingo (3/12), a população venezuelana, por meio de um referendo, expressou apoio à anexação do Essequibo, território da Guiana, pela Venezuela. Caso o país decida invadir o território vizinho, a fronteira brasileira é apontada como o caminho mais viável. Desde a semana passada, o governo brasileiro tem mobilizado tropas na região.
Ao anunciar o resultado da votação nesta segunda-feira (4/12), o presidente Nicolás Maduro prometeu recuperar o território, que já pertenceu à Venezuela e está em disputa desde 1841. “A decisão que vocês tomaram dá um impulso vital poderosíssimo (…) Agora, sim, vamos recuperar os direitos históricos da Venezuela na Guiana Essequiba; agora, sim, vamos fazer justiça”, afirmou Maduro. O presidente da Guiana, Irfaan Ali, declarou que está trabalhando para garantir a integridade das fronteiras do país.
As tensões na região aumentaram desde 2015, quando a empresa americana ExxonMobil descobriu campos de petróleo na área, que abriga aproximadamente 11 bilhões de barris de petróleo. Além disso, a região é rica em ouro e diamantes. Com 160 mil km², o território em disputa corresponde a cerca de 70% da área total da Guiana.
No domingo, o ex-presidente Lula pediu “bom senso” à Venezuela e à Guiana na resolução do conflito. “A humanidade deveria temer a guerra, pois ela só ocorre quando falta o bom senso, quando o poder da palavra se esgota pela fragilidade dos diálogos. Vale mais a pena uma conversa do que uma guerra”, destacou.
Tribuna Livre, com informações do Ministério da Defesa.