03/11/2025

O Irã se considera vingado e pede para Israel não reagir militarmente ao ataque

Uma manifestação anti-iraniana é realizada em frente à Embaixada do Irã em Londres, em 14 de abril de 2024. Na noite de sábado, o Corpo da Guarda Revolucionária do Irã anunciou que havia lançado "dezenas de drones e mísseis" contra locais militares em território israelense. O Irã instou no domingo Israel a não retaliar militarmente a um ataque sem precedentes durante a noite, que Teerã apresentou como uma resposta justificada a um ataque mortal ao prédio do seu consulado em Damasco. - (crédito: HENRY NICHOLLS/AFP)

O ataque com drones e mísseis teve como alvo dois centros militares envolvidos no lançamento de um bombardeio contra o consulado iraniano em Damasco, na Síria, em 1º de abril.

Um dia depois do ataque lançado pelo Irã contra Israel, a população da República Islâmica oscilava, neste domingo (14), entre o medo de uma escalada e o orgulho pelas capacidades militares de seu país.

O ataque com drones e mísseis teve como alvo dois centros militares envolvidos no lançamento de um bombardeio contra o consulado iraniano em Damasco, na Síria, em 1º de abril.

Teerã acusou Israel pelo ataque, no qual morreram sete integrantes do Exército da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC), dois deles generais da Força Quds, seu braço de operações no exterior.

Na capital iraniana, alguns cidadãos expressavam orgulho e alegria pelo primeiro ataque lançado pela República Islâmica, de seu próprio território, contra Israel. Porém, outros temiam a escalada bélica incessante entre os dois países que polarizam as tensões na região.

Milad, um professor que preferiu omitir seu sobrenome, espera que “o conflito não continue”, porque, na sua opinião, provocaria “uma guerra destrutiva” tanto para Israel quanto para o Irã.

“Ainda não reconstruímos completamente as ruínas da guerra Irã-Iraque [1980-1988] no sudoeste do país”, destacou este homem de 46 anos. “A guerra não é uma piada”, acrescentou.

As autoridades iranianas, incluído o líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, haviam ameaçado em diversas ocasiões responder ao bombardeio contra seu consulado na capital síria.

Jafari, um funcionário do sistema judicial que tampouco quis dar seu sobrenome, considera “normal” a preocupação pela situação atual, “sobretudo do ponto de vista econômico”, e cita o temor de uma depreciação do rial iraniano.

– ‘Nos sentimos melhor’ –

Centenas de pessoas se reuniram na Praça da Palestina de Teerã, no centro da capital, pouco depois que o IRGC havia anunciado o início da Operação “Promessa Honesta” contra Israel.

Os presentes comemoraram os ataques iranianos entoando cânticos de “Morte a Israel” e “Morte aos Estados Unidos”, dois lemas bastante presentes no país desde a Revolução Islâmica de 1979.

Os manifestantes agitaram bandeiras iranianas e do movimento libanês Hezbollah, apoiado por Teerã, assim como retratos do general Qassem Soleimani, o arquiteto das operações militares iranianas no Oriente Médio, morto em um bombardeio americano no Iraque em janeiro de 2020.

Vários dirigentes militares iranianos foram eliminados na Síria desde o início da guerra em outubro entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas na Faixa de Gaza, em ataques atribuídos ao Exército israelense.

O ataque que destruiu o consulado iraniano na Síria em 1º de abril matou, entre outros, Mohammad Reza Zahedi e Mohammad Hadi Haji Rahimi, dois comandantes da Força Quds.

“Estamos extremamente felizes por esta ação dos Guardiões e, de fato, nos sentimos melhor” hoje, declarou Ali Erfanian, um funcionário aposentado de 65 anos.

“Ajudamos assim a população oprimida de Gaza e da Cisjordânia ocupada” após seis meses de guerra no estreito e sitiado território palestino, acrescentou.

“Havia tristeza e raiva em nossos corações, e sempre esperávamos esta vingança e que os israelenses sejam punidos por sua brutalidade”, afirmou Mahdi, um apicultor de 35 anos.

Tribuna Livre, com informações da Agence France Presse

Deixe um comentário

Leia também
Ataque a trem na Inglaterra: polícia descarta motivação 'terrorista'
Ataque a trem na Inglaterra: polícia descarta motivação 'terrorista'
Ataque dos EUA contra suposta embarcação 'narco' deixa três mortos
Ataque dos EUA contra suposta embarcação 'narco' deixa três mortos
Nobel da Paz questiona Lula como mediador entre EUA e Venezuela
Nobel da Paz questiona Lula como mediador entre EUA e Venezuela
Massacre em hospital do Sudão deixa mais de 450 mortos, diz OMS
Massacre em hospital do Sudão deixa mais de 450 mortos, diz OMS
Trump espera uma 'grande reunião' com Xi Jinping na Coreia do Sul
Trump espera uma 'grande reunião' com Xi Jinping na Coreia do Sul
Sobe para 20 o número de mortos no Haiti pelo furacão Melissa
Sobe para 20 o número de mortos no Haiti pelo furacão Melissa
Mídia internacional repercute megaoperação no Rio: “Cenas de guerra”
Mídia internacional repercute megaoperação no Rio: “Cenas de guerra”
Trump descarta candidatura à vice-presidência em 2028
Trump descarta candidatura à vice-presidência em 2028
O único recado de Trump sobre Bolsonaro na reunião com Lula na Malásia
O único recado de Trump sobre Bolsonaro na reunião com Lula na Malásia
Netanyahu afirma que não precisa de autorização para atacar inimigos
Netanyahu afirma que não precisa de autorização para atacar inimigos
Trump se reunirá com nova primeira-ministra do Japão
Trump se reunirá com nova primeira-ministra do Japão
Trump rompe negociações comerciais com o Canadá
Trump rompe negociações comerciais com o Canadá

Vídeo flagra homem de cueca invadindo casa de mulher

Vítima contou à polícia que homem chegou a entrar no quarto, mas fugiu depois que ela começou a gritar Uma mulher foi surpreendida com um homem, apenas de cueca, dentro da sua casa, no Bairro Monte Castelo, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A invasão aconteceu na noite

Leia mais...

A sua privacidade é importante para o Tribuna Livre Brasil. Nossa política de privacidade visa garantir a transparência e segurança no tratamento de seus dados pessoais.