Delegado afirma ao Mais Goiás que dona dos cães pode responder por omissão no cuidado de animais perigosos e lesão corporal culposa
A Polícia Civil colhe, nesta terça-feira (21), o depoimento da dona de dois cachorros que andam soltos no setor Sul, sem monitoramento, e que já teriam atacado pessoas, cães menores, e matado mais de 40 gatos desde 2024. O delegado Fernando Alves Barbosa Martins, do 1º Distrito Policial de Goiânia, disse que as pessoas feridas pelo chow-chow e pela vira-lata já foram submetidas a exames de corpo de delito e que ele aguarda a conclusão dos laudos para o eventual encaminhamento do Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) ao poder Judiciário.
A dona dos cães é uma mulher de aproximadamente 25 anos, que mora com a mãe. Vizinhos disseram para reportagem que os relatos de matança de gatos começaram em 2024, em um grupo de Whatsapp com moradores da região. A princípio, essa tutora, que também estava no grupo, ficava calada diante das denúncias, mas acabou se manifestando depois que os moradores descobriram de quem eram aqueles cachorros que sempre apareciam em imagens de câmeras de segurança quando gatos eram mortos.
O delegado adianta que a mulher pode ter que responder por omissão de cautela na guarda ou condução de animais, conduta prevista no artigo 31 da lei de contravenções penais, e por lesão corporal culposa, tipificada pelo artigo 129 do Código Penal. No caso da omissão, a pena é de prisão simples, de dez dias a dois meses, ou multa. No caso da lesão corporal, a pena é de detenção de até seis meses.
Vaquinha para o portão
Depois que se descobriu quem era a tutora do chow-chow e da vira-lata, a mulher disse aos vizinhos que não conseguia manter os animais presos por causa de um defeito no portão da casa dela. Eles então fizeram uma vaquinha e arrecadaram R$ 275 para ela custear o conserto, mas o problema continuou.
A mulher também recebeu dinheiro da vizinhança para levar a vira-lata para castração. Ela informou que havia ganhado o procedimento, mas que a clínica ficava longe e que precisaria de um valor aproximado de R$ 150 para custear o transporte por aplicativo. Os moradores fizeram uma nova vaquinha e levantaram a quantia.
A despeito de todos esses esforços, os cães voltaram a fazer vítimas. Houve um caso no começo do ano e o mais recente aconteceu na semana passada: Catarina, a pet de estimação da psicóloga Júlia Perillo, morreu dois dias depois de ser atacada.
Tribuna Livre, com informações da Polícia Civil (GO)