O condomínio residencial que colapsou completamente na manhã desta quinta-feira (23/11) já apresentava problemas estruturais há pelo menos cinco anos.
Após o surgimento de fissuras no solo, rachaduras e até o desabamento de um edifício, o Ministério Público pretende exigir que a prefeitura de Gramado conduza novos mapeamentos geológicos na região para identificar áreas de risco no município da serra gaúcha. Os problemas estruturais no condomínio que colapsou já eram registrados há cinco anos.
O promotor Max Guazzelli, encarregado da investigação, afirmou: “Essas movimentações de massa (referindo-se às rachaduras no solo) revelam a necessidade urgente de ampliação das áreas de mapeamento, porque surgiram na cidade outras regiões que não estavam no mapeamento de 2015 e que necessitam de novos levantamentos, novos estudos para ampliação dessas zonas de risco.”
A sugestão do promotor é que esses estudos geológicos sejam realizados a cada três anos. Ele destacou que, em 2015, foi iniciada uma ação civil pública contra o município de Gramado para que os órgãos competentes mapeassem as áreas de risco de deslizamentos de terra. Naquela ocasião, a prefeitura providenciou o mapeamento em conjunto com o Serviço Geológico do Brasil, identificando dez áreas na zona urbana de Gramado com alto risco de desabamentos. No entanto, o bairro Três Pinheiros, onde ocorreu o desabamento, não constava no registro.
A prefeitura de Gramado informou por meio de uma rede social que continua trabalhando para “conter os danos causados pelas fortes chuvas dos últimos dias”. Acrescentou que a defesa civil, equipes técnicas municipais e bombeiros estão monitorando as áreas de risco, prestando assistência no isolamento. Geólogos e outros especialistas estão assessorando as ações de mitigação, salvamento e resgate, se necessário. Quanto ao prédio que desabou, a prefeitura afirmou pela manhã que “a instabilidade do solo persiste, e o colapso é apenas uma das situações de risco”, mantendo o isolamento da área onde estava o prédio e do bairro Três Pinheiros.
Tribuna Livre, com informações da Agência Estado.