Planos de saúde têm 900 queixas por dia; saiba o motivo

Campeãs de reclamações, operadoras são alvo de projeto para alterar legislação do setor. Levantamento do Idec mostra que empresas ocuparam o topo do ranking de insatisfação em nove dos últimos 10 anos. Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) aponta que as operadoras de planos de saúde ocuparam o topo do ranking de reclamações de clientes em nove dos últimos 10 anos. De acordo com o levantamento, entre os principais motivos estão reajustes nas mensalidades, falta de informações, demora para marcar um exame ou consulta, além de dúvidas sobre contratos. Mas recentemente, o cancelamento unilateral dos planos, deixando os usuários sem assistência, passou a fazer parte das preocupações. Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), são registradas cerca de 900 reclamações por dia contra operadoras de planos de saúde. “Não é nenhuma surpresa que o índice de reclamação seja altíssimo, porque realmente é uma relação historicamente não amistosa, fundamentada em inúmeros problemas, com diversos agentes com interesses distintos e, ainda, um agente regulador tentando moderar essa situação, mas muitas vezes criando problemas ainda maiores”, destacou Felipe Baeta, CEO da Piwi, corretora digital de planos de saúde. Para Baeta, essa relação tem origem em uma série de elementos conjunturais de mercado, inclusive o arcabouço regulatório confuso. O maior número de reclamações tem como alvo planos coletivos empresariais, que representam 70% do total de contratações. “É uma relação complicada historicamente e sem regras claras que, se apoiada no contrato, muitas vezes fere questões regulatórias. Já se apoiada no arcabouço regulatório, muitas vezes fere o entendimento do Poder Judiciário”, afirmou. A jornalista Cristiane Ferreira, 36 anos, vive uma batalha judicial desde que recebeu o diagnóstico de esclerose múltipla em novembro de 2021. Para tratar a doença, ela tem de usar ocrelizumabe, um medicamento de alto curto, pelo resto da vida. “A esclerose não tem cura, mas a medicação evita que eu não tenha novos surtos em curtos períodos de tempo”, contou. A medicação custa em torno de R$ 45 mil e precisa ser tomada a cada seis meses. Mesmo com o laudo médico, Cristiane teve o tratamento recusado pela operadora. “Consultei outro neurologista, que confirmou a indicação apontada anteriormente, mas eles voltaram a negar”, relata Cristiane. A jornalista recorreu à Justiça e conseguiu uma liminar que deu a ela acesso à primeira infusão do remédio, mas voltou a ter problemas. “O plano recorreu e voltei a ficar sem a medicação. Entrei em desespero, pois, sem ela, eu posso ter uma nova crise. Recentemente, consegui outra liminar, mas ainda não saiu a decisão final. A operadora ainda pode recorrer e o caso pode parar no STJ (Superior Tribunal de Justiça)”, disse. Prejuízo A advogada Vitória Noronha, de 26 anos, também precisou recorrer à Justiça para cancelar o seu plano empresarial. “Estou trabalhando em um local que fornece um bom plano e, por essa razão, decidi cancelar o plano antigo. Em meados de junho, solicitei o cancelamento, por telefone. Em 31 de agosto, entrei em contato para confirmar o cancelamento e eles ainda não tinham cancelado. Registrei reclamações no Procon, na ANS, no Reclame Aqui, e fiz até um boletim de ocorrência”, relatou. “A operadora respondeu à reclamação dizendo que o contrato estaria cancelado desde 16 de agosto, no entanto, o plano segue ativo. Assim, continuo precisando pagar R$ 400 todo mês, que já somam R$ 1.200,00 de prejuízo, e contando”, afirmou. Um projeto de lei (PL) apresentado neste mês, na Câmara dos Deputados, procura sanar as queixas dos consumidores com uma revisão da regulação. O texto reúne cerca de 270 projetos sobre o tema que tramitam há quase 20 anos no Congresso sem chegar a um desfecho. A proposta traz mudanças em relação à rescisão unilateral de contratos, ao reajuste de mensalidades, entre outros pontos. O objetivo seria estabelecer diretrizes mais claras e rígidas para as operadoras, buscando equilibrar os interesses das empresas com a proteção dos direitos dos beneficiários. O relator do projeto, deputado federal Duarte Junior (PSB-MA), aponta o cancelamento unilateral como um dos principais problemas atualmente. Isso acontece quando uma operadora decide encerrar o contrato, muitas vezes sem aviso prévio, o que gera grandes transtornos para os beneficiários. Uma das razões dos cancelamentos é o aumento dos custos para as operadoras, a ponto de tornar o plano financeiramente inviável. “O plano faz isso com idosos, pessoas com deficiência ou fazendo quimioterapia. É algo desproporcional. Pelo projeto, só vai poder rescindir se o consumidor estiver devendo”, argumenta o relator. A expectativa de Duarte Junior era de que o projeto fosse votado neste mês, mas o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que pretende ouvir as operadoras antes que as mudanças sejam votadas em plenário. “As operadoras estão preocupadas com o relatório. Não vamos fazer nada açodado sobre esse tema, que já é uma questão crítica. Tem muita reclamação sobre o parecer dele”, enfatizou Lira. Em posicionamento conjunto, cinco entidades representativas de operadoras de planos afirmaram que o projeto ameaça comprometer a sustentabilidade do setor e pode colocar em risco o atendimento prestado a mais de 50 milhões de brasileiros. “O relatório desconsidera peculiaridades do setor de saúde suplementar e compromete pilares fundamentais de seu funcionamento, ao propor, por exemplo, a proibição do cancelamento de planos coletivos pelas operadoras, e instituir regras de reajuste de mensalidades que carecem de mais especificidade, aperfeiçoamento técnico e análise atuarial para conhecimento dos impactos”, destaca o comunicado. A nota afirma que as cerca de 700 operadoras de planos e seguros de saúde médico-hospitalares privados em atividade no país enfrentam seu mais difícil momento desde que o setor passou a ser regulado no país, há 25 anos, com um prejuízo operacional acumulado de R$ 18,7 bilhões. – (crédito: Divulgação/ANS) Fachada da sede da Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS)
São Paulo derruba Flamengo e alcança sua maior conquista em 15 anos

O último título de grande expressão do São Paulo havia sido a Copa Sul-Americana, em 2012 O São Paulo, após 15 anos, é novamente dono de um título nacional. A equipe tricolor segurou o Flamengo, na tarde de domingo (24), no Morumbi, e conquistou sua primeira Copa do Brasil. Saiu atrás, em gol de Bruno Henrique, mas buscou com Rodrigo Nestor o empate por 1 a 1 na capital paulista, suficiente após a vitória por 1 a 0 no primeiro jogo da decisão, no Maracanã, no Rio de Janeiro. Trata-se do triunfo de maior expressão da agremiação desde o tri consecutivo no Campeonato Brasileiro, de 2006 a 2008. De lá para cá, a equipe só havia vencido uma Copa Sul-Americana (2012), torneio continental de segundo escalão, e um Campeonato Paulista (2021), disputa estadual longe da importância de outrora. Autointitulado Soberano, o clube viveu períodos difíceis após o tricampeonato e não conseguiu manter a solidez. Aclamado por seu trabalho na presidência desde 2006, Juvenal Juvêncio foi se perpetuando no poder e já não tinha a mesma avaliação quando finalmente deixou o cargo, em 2014. Aí, as coisas pioraram bastante. Eleito com apoio de Juvêncio, Carlos Miguel Aidar o sucedeu e durou apenas um ano e meio. Com denúncias de corrupção e pressionado por um processo de impeachment, renunciou em 2015. Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, assumiu seu posto e nele ficou até 2020, sem conquistar títulos e também questionado com ameaças de impeachment. Julio Casares foi o escolhido para assumir a presidência no triênio 2021-2023 e logo fez algo que os dois antecessores não conseguiram: levantou um troféu. O título do Paulista foi bastante festejado, mas não maquiou o fato de que o clube, com problemas financeiros, ainda tinha dificuldade para manter-se competitivo diante de rivais mais bem estruturados. A sequência foi de resultados ruins, e o presidente se defendia dizendo que tentava colocar a casa em ordem. Ao fim da temporada passada, celebrava ter tirado o clube da UTI. A dívida, pela primeira vez, em alguns anos, ficou estacionada, na casa dos R$ 700 milhões. O faturamento foi de R$ 660 milhões. Agora, Casares trabalha para se reeleger, algo possível graças a uma mudança no estatuto do clube, em 2022, muito criticada por opositores. A conquista da Copa do Brasil e seu prêmio total de R$ 88,7 milhões fortalecem o dirigente, que já está em campanha, na qual valoriza as decisões tomadas neste exercício. Uma delas foi a contratação do técnico Dorival Júnior, que substituiu o demitido Rogério Ceni em abril e ofereceu estabilidade ao time. Com seu jeito sereno, repetiu diversas vezes a um grupo questionado e sem estrelas -até a chegada de Lucas, outro trunfo do presidente- que ele era capaz de vencer. Adversário na decisão, o Flamengo teve trajetória inversa no ano. Mesmo campeão da própria Copa do Brasil e da Copa Libertadores no fim de 2022, o clube decidiu demitir o agora algoz Dorival. Com o português Vítor Pereira e com o argentino Jorge Sampaoli, foi da certeza de conquistas ao primeiro ano sem um troféu desde 2018. O clima foi ficando cada vez mais pesado, até que começaram a surgir múltiplos casos de agressão. O preparador físico Pablo Fernández deu um soco na cara do atacante Pedro e foi demitido. O meio-campista Gerson, em treino, quebrou o nariz do lateral Varela. O dirigente Marcos Braz se envolveu em briga com torcedor em shopping, e o boletim de ocorrência registrou até “mordida na virilha”. Nesse cenário, não surpreendeu que o São Paulo tenha chegado à final com maior tranquilidade. No jogo de ida, no Maracanã, a formação tricolor executou um plano de jogo claro e se impôs sobre um adversário desorganizado, sem um padrão claro, fruto de mudanças constantes na escalação. Calleri, de cabeça, definiu o triunfo por 1 a 0. A segunda partida, no Morumbi, foi tensa. Em desvantagem, o Flamengo esteve mais presente no ataque na etapa inicial e teve a primeira chance logo aos 30 segundos. Pedro parou em Rafael, assim como Gerson, em outra oportunidade clara. Aos 44 minutos, Rafael fez mais uma ótima defesa, em chute de Pulgar, mas a bola tocou na trave e em Bruno Henrique antes de entrar. Para delírio do público que pagou caríssimo para estar no Morumbi, o São Paulo achou o empate ainda no primeiro tempo, nos acréscimos, em cobrança de falta. Rossi saiu de soco após a batida de Wellington Rato, mas nada pôde fazer quando Rodrigo Nestor pegou o rebote, fora da área, e acertou chute forte no canto esquerdo. No segundo tempo, não houve grandes oportunidades. O Flamengo buscou o ataque, e Sampaoli deu suas cartadas, como a entrada de Gabigol, reserva na partida derradeira. O São Paulo soube controlar o ímpeto do adversário, no entanto, e pôde celebrar seu primeiro título nacional e uma década e meia. SÃO PAULO Rafael, Rafinha, Arboleda (Diego Costa), Beraldo e Caio Paulista (Wellington); Pablo Maia, Alisson (Gabriel Neves), Rodrigo Nestor (Luciano), Wellington Rato (Michel Araújo) e Lucas Moura; Calleri. FLAMENGO Rossi, Wesley, Fabrício Bruno, Léo Pereira e Ayrton Lucas; Pulgar, Thiago Maia (Luiz Araújo), Gerson (Victor Hugo) e Arrascaeta (Everton Ribeiro); Pedro (Gabigol) e Bruno Henrique. Técnico: Jorge Sampaoli. Estádio: Morumbi, em São Paulo (SP) Público: 63.077 pagantes Renda: R$ 24.520.800,00 Árbitro: Braulio da Silva Machado (Fifa/SC) Assistentes: Bruno Raphael Pires (Fifa/GO) e Bruno Boschilia (Fifa/PR) VAR: Wagner Reway (Fifa/PB) Cartões amarelos: Alisson, Pablo Maia, Rafinha, Gabriel Neves (SÃO); Léo Pereira (FLA) Cartão vermelho: Gabriel Neves (SÃO) Gols: Bruno Henrique (FLA), aos 44′, e Rodrigo Nestor (SÃO), aos 49’/1ºT Foto: Iago Rodrigues – Twitter Copa do Brasil Rodrigo Nestor comemora gol de empate do São Paulo na final da Copa do Brasil.
Dupla de estelionatários é presa com mais de 100 cheques falsos na Vila Brasília, em Aparecida

Autores de 44 e 47 anos tentaram aplicar golpe utilizando cheques falsos e identidades forjadas A Polícia Militar prendeu uma dupla de estelionatários que portava mais de 100 cheques falsos no Setor Vila Brasília, em Aparecida de Goiânia. Os dois homens, de 44 e 47 anos, tentaram aplicar um golpe na cidade de Planaltina de Goiás com a ajuda de um “laranja” e fugiram para a Grande Goiânia, onde foram detidos. Segundo informações da Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (ROTAM), os homens estavam a bordo de um veículo Onix vermelho, quando foram abordados pelos militares. Durante a abordagem, foram apreendidas 112 folhas de cheque e duas identidades falsas do estado de Minas Gerais. Os criminosos já tinham sido presos em quatro estados diferentes: Paraná, Bahia, Goiás e Distrito Federal. Os suspeitos estão à disposição da justiça goiana para responderem pelos atos criminosos. Foto: divulgação
Equatorial nega falta de energia em reservatório que deixou bairros sem água em Goiânia e Aparecida

A Saneago, no entanto, disse que o problema ocorreu em razão da falta de energia A Equatorial negou falta de energia na Elevatória de Água Tratada Senac, em Goiânia, que abastece bairros da capital e de Aparecida. Moradores enfrentaram falta de água na tarde de sexta-feira (22) e no sábado (23). Em nota, a Saneago disse que o problema ocorreu em razão da falta de energia. Também por meio de nota, a Equatorial afirmou que recebeu chamado de falta de energia às 12h29 e enviou uma equipe à EAT Senac. Segundo o texto, quando os profissionais ainda estavam em deslocamento, receberam a confirmação de que o fornecimento de energia estava normal. Moradores de diversos bairros ficaram sem água por mais de 24h. A Saneago explicou que o bombeamento foi restabelecido ainda na sexta-feira, mas que a normalização no sistema de abastecimento é gradual e ocorre à medida que as redes e os reservatórios são carregados com carga d’água, diferentemente do restabelecimento de energia, que ocorre imediatamente após a conclusão dos serviços na rede elétrica”, disse. Foto: Agência Brasil
Empresa de Goiânia é condenada após funcionária denunciar que era assediada e recebia tapas na bunda

Além dos gestos obcenos, homem dizia ter sonhos eróticos com a funcionári O laboratório de análises clínicas e uma empresa de prestação de serviços que havia contratado uma recepcionista foram condenados a pagar indenização no valor de R$ 50 mil por dano moral em razão de assédio sexual praticado pelo encarregado da recepção, que direcionava atos obscenos contra uma funcionária. A decisão é do juiz titular da 13ª Vara do Trabalho de Goiânia, Luciano Crispim. Entre outros fatos, a recepcionista alegou que o encarregado dava tapas em sua bunda, dizia que tinha sonhos eróticos com ela e que acordava molhado. Contou que o assediador passava a mão nas pernas dela, a chamava de gostosa e convidava para sair em troca de dinheiro. O homem também tentou agarrá-la na empresa e dizia que, se os dois saíssem, a mulher seria colocada como assistente dele quando assumisse a função de supervisor em uma das unidades do laboratório. A troca de favores, porém, não foi aceita pela trabalhadora. A recepcionista afirmou ter levado o assédio ao conhecimento de uma coordenadora e à responsável pela Segurança do Trabalho na empresa, mas nada foi feito, apesar de terem falado que tomariam providências. A vítima disse que, por causa do assédio, começou a faltar muito ao serviço, além de ter ficado emocionalmente abalada. A testemunha da recepcionista confirmou o assédio e afirmou ter sido assediada pelo mesmo homem. As empresas se defenderam alegando que, quando foram comunicadas pela recepcionista das várias situações constrangedoras sofridas, a transferiram para um posto de serviço mais próximo da residência dela. Disseram que a recepcionista teve diversas faltas injustificadas e salientaram que nenhum boletim de ocorrência foi apresentado. Além disso, afirmaram que tomaram todas as providências e realizaram averiguações administrativas acerca do assédio, porém não obtiveram provas. Ao proferir a sentença, o juiz titular da 13ª Vara do Trabalho de Goiânia, Luciano Crispim, afirmou que o assédio sexual, na maioria das vezes, é feito às escondidas, longe dos olhares de testemunhas, razão pela qual empresta-se maior credibilidade às palavras da vítima. Citou entendimento do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que “o depoimento de vítimas de estupro ou de assédio sexual tem grande valor como prova em uma ação judicial porque, em geral, são praticados na clandestinidade, sem a presença de testemunhas”. O magistrado disse que “não obstante as dúvidas da testemunha da empresa a respeito do ocorrido, dizendo que não tomou qualquer atitude eficaz de empatia para averiguar a versão das subordinadas, que preferiu acreditar na inocência do agressor, por sempre ter lhe tratado com respeito, e sequer levou o caso gravíssimo ao conhecimento dos superiores, orientou que procurassem a polícia sem oferecer apoio efetivo, tem-se que a testemunha da recepcionista corroborou sobremaneira a versão da colega, comprovando cabalmente o assédio sexual”. Para Crispim, ficaram demonstradas as investidas sexuais do superior hierárquico, afastando a alegação de ausência de prova do assédio sexual. O juiz ressaltou ter sido comprovado que a empregada levou ao conhecimento da direção os atos praticados, pedindo socorro a vários prepostos, tendo o mesmo ocorrido com a outra trabalhadora, testemunha na ação. No entanto, conforme o magistrado, a empresa limitou-se a transferi-las para outros postos de trabalho, inexistindo documentos demonstrando a alegada investigação administrativa (sindicância). O juiz deferiu, então, o pedido de reparação por dano moral pelo assédio sexual, fixando em R$ 50 mil o valor da indenização. Crispim entendeu que a condenação proporcionará à vítima um alívio para o seu sofrimento. O magistrado ainda afirmou que a condenação possui caráter pedagógico, para que a empresa fique alerta em relação a novos casos de assédio, até porque o assediador continua trabalhando normalmente como se nada tivesse acontecido. Ainda cabe recurso da decisão. (Foto: Reprodução) Assédio sexual provoca indenização a empresas de Goiânia
Policial penal é o primeiro do DF a liderar curso de ação tática especial

Formação da Polícia Militar de São Paulo é referência mundial em resgate de refém e negociação O policial penal Marcus Yuri Araújo, 33 anos, conquistou o primeiro lugar no curso do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da Polícia Militar de São Paulo. Lotado na Diretoria Penitenciária de Operações Especiais (DPOE), da Secretaria de Administração Penitenciária (Seape), ele é o segundo profissional de Brasília a concluir a formação e o primeiro do DF a ficar no topo do ranking. O curso do Gate é referência mundial em resgate de refém e negociação. A alta complexidade das avaliações faz com que o número de aprovações seja mínimo. Na edição mais recente, em que Marcus ficou em primeiro lugar, dos 30 policiais que iniciaram a trajetória, apenas nove concluíram. A formação teve duração de 37 dias. “É um curso que exige o extremo da capacidade física e técnica do participante. É fácil fazer qualquer tipo de prova no seu conforto, por isso, eles exigem que o candidato esteja no limite”, revela Marcus. Entre os temas abordados no treinamento, há práticas de negociação, tiro de comprometimento, arrombamento tático, manuseio de explosivos, combate em ambiente confinado, rapel tático e adaptação ao meio líquido. Esta foi a segunda vez que Marcus participou do treinamento. A primeira foi em 2022, mas, após 26 dias de formação, ele foi reprovado em uma prova técnica. Sem desistir da certificação, voltou neste ano ainda mais obstinado. “É um conhecimento muito válido para o setor penitenciário, principalmente quando se trata de resgate de reféns e gerenciamento de crise. Vamos crescer muito profissionalmente e ter mais informação sobre como garantir a segurança dos servidores e dos detentos”, avalia Marcus, que é policial penal há cinco anos. Segundo a DPOE, Thiago de Faria, a capacitação da corporação é essencial para a segurança pública, uma vez que amplia o leque de soluções para gerenciamento de crise. “O intercâmbio de conhecimentos teóricos e práticos, articulando contextos e realidades diferentes, favorece o arcabouço técnico e tático do policial”, avalia. “Com isso, ganha a Polícia que envia o aluno, a Polícia que promove o curso e recebe o aluno e ganha a sociedade com o elevado grau de especialização dos agentes de segurança. Para a Polícia Penal é fundamental ter servidores sendo constantemente aprimorados em suas áreas de atuação”, completa Faria. | Foto: Pati Bruni/ Gate O rapel tático é um dos desafios do treinamento reconhecido internacionalmente
Escolas rurais encontram no asfalto um aliado para a educação

Programa Caminho das Escolas já investiu aproximadamente R$ 26 milhões na pavimentação de quase 30 km de acessos, que deixam mais leve a rotina de pais, alunos e professores A pista de terra que dava acesso à Escola Classe Estância Pipiripau podia parecer pequena aos olhos de quem está acostumado ao conforto do asfalto – apenas 1,5 km separava a DF-345 da instituição de ensino Sair de casa para estudar não era uma tarefa fácil para a pequena Sophia Marcelino. Junto com seus colegas, a menina de 10 anos enfrentava uma verdadeira corrida de obstáculos para chegar à Escola Classe (EC) Estância Pipiripau, em Planaltina. Fosse no sol ou na chuva, de ônibus ou a pé, a estrada de terra que dava acesso ao colégio se mostrava difícil de ser vencida com algum conforto. Os momentos ruins vividos por Sophia a caminho da escola ficaram na lembrança. A antiga pista de terra que liga a DF-245 à EC Estância Pipiripau foi toda asfaltada, para a alegria de alunos e professores. “Agora, dá para dormir no ônibus e até para estudar, é muito tranquilo”, comemora. “Fora que a ida até minha casa, no Arapoanga, ficou mais rápida. Antes, eu demorava uns 50 minutos. Hoje, é só meia hora.” A chegada do asfalto à EC Estância Pipiripau é obra do Caminho das Escolas, solução buscada pelo Governo do Distrito Federal (GDF) para melhorar o acesso às instituições de ensino do campo. Desde a sua criação, em 2019, o programa já pavimentou as vias próximas a 11 colégios, todos localizados nas zonas rurais do Paranoá, Sobradinho, Planaltina, Taquari, Riacho Fundo II, Recanto das Emas e Jardim Botânico. “Investimos cerca de R$ 26 milhões no asfaltamento de quase 30 km de estradas de terra”, calcula o presidente substituto do Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF), Plínio Fragassi. “E estamos aguardando a liberação de outros R$ 25 milhões que vão financiar a pavimentação de mais 13,5 km, melhorando o acesso a oito escolas de Ceilândia, Planaltina e Gama.” As ações do Caminho das Escolas são comandadas pelo DER-DF, que cuida do planejamento, do projeto e da execução das pavimentações em quase sua totalidade. “De todas as obras entregues até hoje, apenas uma foi licitada, por se tratar do asfaltamento de uma pista muito extensa”, afirma Fragassi. “No mais, todo trecho com até 2 km de comprimento é pavimentado por nós mesmos, com maquinário e mão de obra próprios.” Fim dos problemas A pista de terra que dava acesso à Escola Classe Estância Pipiripau podia parecer pequena aos olhos de quem está acostumado ao conforto do asfalto – apenas 1,5 km separava a DF-345 da instituição de ensino. O curto trecho, porém, trazia inúmeros transtornos não só para os 50 alunos da unidade, mas também para os funcionários e a comunidade local. Sua pavimentação, no valor de R$ 2,5 milhões, foi custeada por emendas parlamentares. “Estou aqui há 26 anos e posso dizer que a realidade anterior ao asfalto era bastante precária”, garante Fernanda de Paiva, uma das professoras do colégio. “No período de chuva, a pista virava um atoleiro. Muitos professores precisavam deixar o carro no Acampamento 8 de Março e seguir para cá nos ônibus escolares, porque carro pequeno não conseguia passar. Às vezes, até o ônibus atolava”, relembra. Mais do que oferecer conforto aos frequentadores do colégio, Fernanda ressalta que o asfalto influencia diretamente no rendimento das crianças e dos docentes. “Agora, os alunos chegam à escola com mais disponibilidade para aprender. E nós, com mais vontade de ensinar”, observa a professora. “Se o acesso à escola é difícil, a rotina fica mais pesada para todos.” A estudante Yasmin Gomes, 9 anos, não gosta nem de lembrar da estrada de terra que enfrentava para chegar à EC Estância Pipiripau. “O caminho era bem difícil. Quando o ônibus passava levantando terra, não tinha jeito… Ficava tudo sujo. A gente precisava sentar no banco todo empoeirado”, conta. “Agora está superbom. A gente chega até mais rápido à escola”, resume. As ações do Caminho das Escolas são comandadas pelo DER-DF, que cuida do planejamento, do projeto e da execução das pavimentações em quase sua totalidade.
Semana começa com 227 vagas nas agências do trabalhador

Entre as oportunidades, 138 são vagas para PcDs, como repositor de mercadorias e mercados e telemarketing Nesta segunda-feira (25), as agências do trabalhador oferecem 227 vagas de emprego no Distrito Federal. Pessoas com deficiência (PcDs) têm o maior número de postos de trabalho: são 138 oportunidades para preencher. Somente na função de repositor de mercadorias e mercados (R$ 1.399), são 110 vagas para PcDs em locais não fixos. Na Asa Sul, são ofertadas dez vagas de operador de telemarketing receptivo (R$ 1.585), direcionados a este grupo. Há diversas oportunidades para a população em geral na região do Guará II, com dez postos para pedreiro (R$ 2.200), duas vagas para cozinheiro geral (R$ 1.442,53) e quatro oportunidades de motofrentista (R$ 1.870). Em outras regiões, há uma vaga de babá (R$ 1.450) na Asa Norte e três de balconista (R$ 1.320) no Recanto das Emas, além de cinco vagas para ajudante de obras (R$ 1.584) no Gama. Para quem procura estágio, há um para administrador disponível na Zona Industrial. O salário é de R$ 400, por quinzena. Não é necessária experiência comprovada e o nível de escolaridade exigido é o superior incompleto em administração. Mesmo que nenhuma das chances do dia seja atraente ao candidato, o cadastro vale para oportunidades futuras, já que o sistema cruza dados dos concorrentes com o perfil que as empresas procuram. Empregadores que desejam ofertar vagas ou utilizar o espaço das agências do trabalhador para entrevistas podem se cadastrar pessoalmente nas unidades ou pelo aplicativo Sine Fácil. Também é possível solicitar atendimento pelo e-mail gcv@setrab.df.gov.br. Pode ser utilizado, ainda, o Canal do Empregador, no site da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda (Sedet). Foto Arquivo
Campanha no metrô alerta para a violência contra a mulher

Ação ‘Mulher, não se Cale!’ busca sensibilizar a sociedade e ampliar o debate em locais de alta circulação de público A Secretaria da Mulher (SMDF), em parceria com o instituto Inside Brasil, realizará a campanha Mulher, não se Cale!, que busca ampliar o debate sobre a violência de gênero em todo o Distrito Federal. O objetivo é atingir o público que circula nas estações de metrô. A iniciativa começa na próxima quinta-feira (28), na Estação Galeria, e percorrerá de forma itinerante outras quatro estações até o dia 27 de outubro. Cartazes, banners e estandes de divulgação, conscientização e apoio estarão em estações estratégicas, como Central, Galeria dos Estados, Águas Claras, Praça do Relógio e Ceilândia Centro. Além disso, a campanha terá uma identidade visual marcante, com adesivagem dos trens. Para a secretária da Mulher, Giselle Ferreira, a ação Mulher, não se Cale! representa um passo importante na luta em defesa da mulher, buscando criar uma sociedade mais justa e igualitária. “A violência contra a mulher é uma realidade triste que o DF enfrenta. Entendemos que a informação é a maior arma que nós podemos ter para combater esse mal. O objetivo é sensibilizar os usuários do metrô sobre a gravidade da situação e incentivar a cultura do respeito e da paz nas relações familiares e sociais”, afirma Giselle. Com as ações do projeto, a SMDF espera alcançar diretamente mais de 30 mil pessoas, com impacto indireto ampliado, considerando que cada pessoa pode replicar a informação pelo menos uma vez. A campanha, além de conscientizar homens a não praticarem violência contra as mulheres, vai orientar as mulheres que sofrem ou testemunham essa violência a não se calarem e denunciarem os agressores. Campanha Mulher, não se Cale! Estação Galeria (Setor Comercial Sul) – 28/9 e 29/9 e 2/10 e 3/10 Estação Central (Rodoviária do Plano Piloto) – 4/10 a 6/10 e 9/10 e 10/10 Estação Águas Claras – 11/10, 13/10 e 16/10 e 17/10 Estação Praça do Relógio – De 18/10 a 20/10 e 23/10 Estação Ceilândia Centro – De 24/10 a 28/10 Clique para saber mais informações sobre a campanha. *Com informações da Secretaria da Mulher | Fotos: Divulgação/Secretaria da Mulher Peças da campanha focam na conscientização sobre a importância da denúncia
Projeto do GDF é premiado em fórum de nutricionistas da assistência social

Aplicação da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia) para concessão do Cartão Prato Cheio foi uma das iniciativas de destaque no encontro, realizado em Santa Catarina A aplicação da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia) no contexto das unidades socioassistenciais do Distrito Federal. Implementado pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes-DF) para avaliar o grau de insegurança alimentar das famílias vulneráveis, o relato dessa experiência foi um dos sete projetos premiados no 1º Fórum Nacional de Nutricionistas na Assistência Social, realizado na Universidade do Vale do Itajaí (Univali), em Santa Catarina. O evento ocorreu na última semana – quinta (21) e sexta-feiras (22). Além da Ebia, a Sedes teve outros dois projetos selecionados para apresentação no encontro: o que fala sobre a inserção do nutricionista na carreira pública de assistência social do Distrito Federal e o Programa Restaurante Comunitário no Distrito Federal. “Esse é o primeiro fórum de nutricionistas da assistência social. É um momento de construção e fortalecimento do papel do nutricionista dentro da assistência social. Ter esses trabalhos reconhecidos foi uma alegria enorme, é todo o nosso esforço reconhecido. Trouxemos a nossa experiência para servir de modelo para outros estados e municípios”, destacou a nutricionista Stefanie Coelho, assessora técnica da Subsecretaria de Segurança Alimentar e Nutricional da Sedes. Além dela, a nutricionista do Restaurante Comunitário de São Sebastião Walkyria Paula, e a secretária-executiva do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional, Lidiane Pires, representaram a Sedes e o Governo do Distrito Federal (GDF) no evento. O fórum foi promovido pelo Coletivo de Nutricionistas do Sistema Único de Assistência Social em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Secretaria Nacional de Assistência Social, Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e Conselho Federal de Nutricionistas (CFN). “Trazer as nossas experiências exitosas e ouvir outros municípios e estados compartilhando as experiências deles colabora no fortalecimento de ações e programas desenvolvidos na Sedes”, pontuou Stefanie. A programação também incluiu a 1ª Mostra de Alimentação e Nutrição no Sistema Único de Assistência Social e a Conferência Livre Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional na Assistência Social. O evento reuniu cerca de 200 profissionais de 18 estados e do Distrito Federal. “A política de segurança alimentar no DF, hoje, é referência para todo o país. Ter nossos programas servindo de modelo para outros estados mostra que estamos no caminho certo e é um reconhecimento do trabalho desta gestão, que, desde o começo, teve como prioridade facilitar o acesso das famílias em vulnerabilidade a uma alimentação adequada e de qualidade”, ressaltou a secretária de Desenvolvimento Social, Ana Paula Marra. Escala Brasileira Desde o ano passado, a Sedes trabalha com a Escala Brasileira de Medida de Insegurança Alimentar (Ebia) para reforçar a transparência e qualificar o atendimento para concessão do programa Cartão Prato Cheio e da Cesta Emergencial. A nova metodologia avalia a situação das famílias em relação à segurança alimentar e nutricional. Com base em uma escala de oito perguntas, é possível avaliar o grau de insegurança alimentar daquela família e definir os benefícios adequados para a caso. À nível de gestão, aprimora as ações e programas a fim de atender as necessidades daquele público. É uma ferramenta de aplicação e análise simples e de baixo custo. A partir da experiência vivenciada e percebida pelas pessoas afetadas, a escala classifica o domicílio em seguro ou inseguro em três níveis: leve, moderado e grave. Após o usuário responder as oito questões da escala, o sistema faz o cálculo das respostas positivas e apresenta a classificação do usuário. *Com informações da Sedes | Foto: Divulgação/Sedes Nutricionistas da Sedes representaram o GDF no 1º Fórum Nacional de Nutricionistas na Assistência Social, em Santa Catarina
Recuperação da Avenida Sayonara irá beneficiar 8 mil motoristas no Gama

Equipes da Novacap trabalham para trazer mais conforto e segurança a quem trafega diariamente pelo Setor Leste Em breve, quem trafega diariamente pela Avenida Sayonara, no Gama, verá os resultados das melhorias realizadas pelo Governo do Distrito Federal (GDF) na região. O asfalto da via, uma das mais movimentadas da cidade, está sendo recuperado pelas equipes da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), trazendo mais conforto e segurança para quase oito mil motoristas diários. A obra está na etapa de substituição do asfalto antigo que dará lugar à nova pista. Serão aplicadas 398 toneladas de massa asfáltica para recuperar o trecho com 667 metros de extensão. O investimento é de R$ 1,65 milhão, com geração de 14 empregos diretos e indiretos. “O GDF está trabalhando no sentido de transformar vidas, de trazer mais qualidade de vida para a população do Gama”, enfatiza Joseane Feitosa, administradora regional da cidade, acrescentando que os serviços de recuperação asfáltica se estendem a outras pistas. Além da Avenida Sayonara, as vias de acesso ao cemitério e a trecho da DF-290 passam por melhorias. “Fizemos o levantamento de algumas avenidas que necessitavam dessa recuperação asfáltica e estamos trabalhando no sentido de arrancar o asfalto antigo para dar lugar a um novo, trazendo mais segurança e conforto para os moradores”, completa a administradora. Quem mora na região elogia o trabalho desenvolvido pelo GDF para recuperar as principais vias da cidade. “Sou morador aqui do Gama desde que nasci. A melhoria vem ao encontro do anseio dos moradores que sofriam com crateras nos períodos de chuva, aumentando o número de acidentes. Com absoluta certeza, percebo que a recuperação asfáltica trará maior qualidade e segurança à via, beneficiando os moradores e motoristas da região”, avalia o bancário Guilherme Teles, de 32 anos. Tribuna Livre Brasil com informações da Novacap | Fotos: Divulgação/ Novacap Serão aplicadas 398 toneladas de massa asfáltica para recuperar o trecho com 667 metros de extensão
Alto custo na criação de vacas causa prejuízo para produtores de leite

De acordo com o IBGE, o valor dos produtos de origem animal chegou a R$ 116,3 bilhões de reais, em 2022, e o leite concentrou 68,8% deste total. A pecuária brasileira bateu recordes em 2022, mas o setor ainda apresenta dificuldades para 2023. O número de cabeças de gado cresceu 4,3% na comparação com o ano anterior, somando mais de 234 milhões de bovinos no país. A região Centro-Oeste lidera com mais de 77 milhões de animais. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), na Pesquisa da Pecuária Municipal, o valor dos produtos de origem animal chegou a R$ 116,3 bilhões de reais e o leite concentrou 68,8% deste total. No entanto, a produção do leite de vaca apresentou recuo de 1,6% e os produtores têm tido prejuízos. O IBGE aponta que um dos fatores para a queda é a elevação do custo para a criação de vacas. Com a queda na rentabilidade muitos produtores deixaram de produzir leite e derivados, o que acarretou em uma menor oferta do produto. Desta forma, o Brasil passou a importar leite o que gerou um excesso de lácteos no país. Para o pesquisador da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Glauco Rodrigues, a importação é um dos principais problemas do setor: “Historicamente a gente importa de 3% a 4% da produção. Neste ano, a gente vem importando 10%”. “No curto prazo, uma forma de resolver o excesso de oferta é tentar dar de fato uma estancada na importação, o que não é algo fácil”, explica. Entidades do setor e parlamentares têm se reunido para tentar mitigar os impactos causados aos produtores. Nesta semana, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávarose reuniu com o vice-presidente da República, Geraldo Alckminpara debater o assunto. Entre as medidas estudadas, está a possibilidade do próprio governo comprar o leite dos produtores. Rodrigues alerta que a iniciativa não seria suficiente: “A questão é mais problemática porque ela não é de estoque, é de fluxo. Você compra esse mês, no mês que vem chega mais e no outro mês chega mais. É uma medida que ajuda, acaba tirando um pouco do produto do mercado, mas ela de fato não resolve. Existem possibilidades analisadas, como tentar colocar o leite em uma lista de exceção, tentar estabelecer alguma salvaguarda”. O pesquisador da Embrapa destaca que os mais afetados são os pequenos produtores, que não têm tantos recursos para contornarem a crise. Fonte: Jovempan / *Com informações da repórter Camila Yunes / Pan com adaptações