06/12/2025

Ciro Nogueira: “Progressistas continuará na oposição ao governo Lula”

Líder do PP, Ciro Nogueira garantiu, em entrevista ao Correio, que o partido não está negociando cargos com o governo, mas admitiu que alguns parlamentares da sigla no Nordeste têm sintonia com a atual gestão Presidente do Progressistas, Ciro Nogueira (PI) participou nesta quinta-feira (10/8) do programa CB.Poder, parceria entre o Correio e a TV Brasília. Em entrevista às jornalistas Denise Rothenburg e Ana Maria Campos, o senador falou que o partido não está negociando cargos com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele admitiu, contudo, que alguns parlamentares do PP do Nordeste têm, sim, uma sintonia com o governo, mas garantiu que a legenda deve permanecer na oposição. “No que depender da maioria do partido e do partido como um todo, nós continuaremos na oposição a esse governo, oposição não ao Brasil mas ao governo. É um governo com o qual não temos identificação, não temos sintonia, não fomos eleitos a nada desse governo. Então, acho que o papel do Progressistas continuará sendo o papel de um partido completamente de oposição.” Independência Questionado se o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), tem uma relação amistosa com o governo Lula, Ciro Nogueira afirmou que é necessário ajudar a gestão petista para que ela dê certo. E afirmou ainda que o que Lira fez no primeiro semestre já “pagou a conta” por ter recebido o apoio do PT na reeleição da Casa Baixa. “Tudo que o Arthur fez agora no primeiro semestre já pagou essa conta. Eu acho que agora, eu espero que a postura dele, que tem que ser de presidente da Câmara, seja uma postura de independência. Nada que ele possa fazer que venha a atrapalhar o país, eu acho que o Arthur vai fazer. Nós temos que ajudar (o país). Eu mesmo, no que puder ajudar o governo para que ele dê certo, para que as pessoas possam melhorar suas vidas, que venha para acontecer um progresso, crescimento econômico, pode contar comigo.” Críticas ao governo Ciro também aproveitou para criticar o governo Lula ao dizer que gestão petista só se preocupa com gastos e excessos. “Nós temos um governo que só pensa em gastar, eu desafio vocês a procurarem, aí nas notícias deste semestre, se teve algum corte de gastos, alguma preocupação com excessos. Nada. Esse é um governo que só pensa em gastar e nós temos agora que discutir as medidas que esse governo manda. Nós temos feito isso em tudo”, apontou. Por outro lado, segundo ele, o PP “não é aquela oposição como a do PT, que era contra tudo e contra todos”. “Nós queremos melhorar, um exemplo claro disso foi o arcabouço. O arcabouço chegou lá na Câmara com uma pedalada fiscal, e foi melhorado lá por um membro do nosso partido. O deputado Cláudio Cajado (BA) fez um bom trabalho e nos estamos procurando melhorar.” 10/08/2023 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasília – DF – CB.Poder entrevista o Senador Ciro Nogueira –  (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Políticas públicas do GDF visam proteção dos direitos da população indígena

Ações de saúde, assistência social, trabalho e renda, cultura, entre outras, promovem a valorização da cultura originária Mais de 5,8 mil indígenas vivem no Distrito Federal, o equivalente a 0,21% do total de residentes. A população é considerada a segunda menor do país, conforme o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e está incluída no leque de políticas públicas governamentais. Além disso, são desenvolvidas ações específicas para valorizar os originários, no âmbito de saúde, assistência social, cultura e mais. Nesta quarta-feira (9), é celebrado o Dia Internacional dos Povos Indígenas, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1994. Nacionalmente, há também o Dia do Indígena, em 19 de abril, que visa contribuir com a preservação da cultura e da história das etnias brasileiras. A homenagem surgiu em 1943 com o nome de Dia do Índio e, em 2020, trocou de nomenclatura. Conforme o censo do IBGE, os indígenas do DF são classificados como residentes fora de terras indígenas, tendo em vista a inexistência de terra indígena declarada ou legalmente instituída. De acordo com a professora do Departamento de História da Universidade de Brasília (UnB) e coordenadora do programa de pós-graduação em Sustentabilidade junto a Povos e Territórios Tradicionais, Cristiane Portela, grande parte da população originária que reside na capital federal é oriunda do Nordeste. “O DF, historicamente, é um lugar de passagem de diversos povos. Tivemos populações que ocuparam o Planalto muito antes de nós”, explica. “Durante a construção de Brasília, trabalhadores de todo o país vieram para a capital e indígenas também atenderam a esse chamado, vindos principalmente do Nordeste. Hoje, temos uma população estimada em seis mil indígenas que vivem principalmente nas periferias”, afirma. O GDF está atento às demandas da população. A Secretaria de Saúde (SES-DF) dispõe de quatro equipes de referência para a saúde indígena, instaladas na Unidade Básica de Saúde (UBS) 2 da Asa Norte, na UBS 1 de São Sebastião, na UBS Cariru da região do Café Sem Troco, na área rural do Paranoá, e na UBS 3 do Morro Azul, em São Sebastião. As equipes atendem regularmente 230 indígenas Warao, 50 Kariri-Xokó e 130 Guajajara. A SES-DF observa que as populações “são muito itinerantes e nem sempre há esse contingente nas comunidades”. Além disso, cabe ressaltar que o número é inferior ao total de indígenas mapeados pelo censo do IBGE, tendo em vista que a maioria da população não reside em aldeias. As equipes promovem a assistência à saúde respeitando as especificidades culturais da população indígena, o rastreio e acompanhamento de doenças infectocontagiosas, a análise da situação vacinal, a atualização do calendário vacinal, entre outros pontos. Os serviços são oferecidos a outras etnias, caso haja solicitação. Além disso, a Gerência de Atenção à Saúde de Populações em Situação Vulnerável e Programas Especiais (GASPVP) faz visitas regulares a essas comunidades com o intuito de realizar diagnóstico situacional para minimizar os riscos de saúde a que são submetidas as populações indígenas. Há ainda programas e linha de cuidados regulares, como saúde da criança, idoso, adolescente, mulher, homem, rastreio de hipertensão e diabetes, saúde bucal, vacina, conforme a carteira de serviços da atenção primária. Cuidado A Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes-DF) também estabelece medidas afirmativas para os cidadãos originários. O Centro de Referência Especializado de Assistência Social Diversidade (Creas) Diversidade, na Asa Sul, é específico para públicos indígenas, quilombolas, membros da comunidade LGBTQIA+ e afins. O atendimento é voltado a situações de discriminação, por orientação sexual, identidade de gênero, raça, etnia ou religiosidade. Por sua vez, a Equipe Imigrantes faz a oferta dos serviços, benefícios, programas e projetos socioassistenciais a pessoas vindas de outros países, por exemplo os membros da etnia Warao, indígenas provenientes da Venezuela. O Cras Móvel também atua junto às etnias no DF, levando atendimento socioassistencial a comunidades mais afastadas em ações concentradas. No âmbito da geração de emprego e renda, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda (Sedet) oferece vagas para indígenas refugiados e migrantes venezuelanos nos programas de qualificação profissional. O 1º Ciclo de 2023 do RenovaDF, por exemplo, tem a participação de 33 indígenas Warao. Abrigo da ancestralidade O Memorial dos Povos Indígenas é considerado um reduto da ancestralidade originária. Criado em 1987, o equipamento público é mantido pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) e fica no Eixo Monumental, próximo ao Memorial JK. O visitante pode conhecer uma série de artefatos valiosos de etnias de todo o Brasil em uma exposição permanente. “O memorial é considerado uma instituição educacional, intelectual, científica e política indígena. É o lugar de discutir os problemas indígenas, em que podem apresentar a sua cultura”, afirma o gerente do equipamento público, David Terena. Neste ano, a Secec abriu linhas de investimentos em projetos sobre a cultura indígena dentro do Edital FAC (Fundo de Apoio à Cultura) Multicultural 2, cujas inscrições chegaram ao fim no dia 10 do mês passado. O destaque é uma vaga para projeto educativo no Memorial dos Povos Indígenas com aporte de R$ 350 mil, dentro da categoria Cultura de Todo Jeito. O proponente precisa garantir a realização de atividades educativas com o público geral e escolas públicas e privadas, além de cumprir uma série de critérios, para ser selecionado. Além disso, neste ano, foi criada uma linha específica para ações de formação para a Cultura Indígena e/ou Afrobrasileira. São duas vagas, sendo que cada uma oferece aporte de R$ 60 mil. O resultado do edital será divulgado em meados de dezembro. Aqueles que conseguirem os recursos terão até 12 meses para informar o período de execução e mais 24 meses para pôr a ideia em prática. Comemoração Uma celebração do Dia Internacional dos Povos Indígenas está marcada para este sábado (12). O evento foi organizado por três voluntários – os indígenas Aptsi Juruna Xavante, Jehn Karipuna e Mirim Ju Yan Guarani -, junto à administração do memorial. A partir das 14h30, haverá a contação de histórias para crianças, com contos e brincadeiras tradicionais. Às 15h30, ocorrerá um bate-papo com adultos, em que serão

Com bençãos de Ana Paula, Mendanha escolhe escritório de Iris Rezende para evento de retorno ao MDB

Ex-prefeito de Aparecida e empresária estiveram juntos na tarde da terça-feira (08) O ex-prefeito Gustavo Mendanha, hoje no Patriota, bateu o martelo e definiu que a solenidade que marcará o seu retorno ao MDB será no escritório do ex-prefeito Iris Rezende Machado, no Setor Marista. O anúncio foi feito pelo político no fim da tarde desta terça-feira (08), ao lado da empresária Ana Paula Rezende, após ambos se reunirem. Mais cedo, Mendanha teve um encontro com o presidente nacional do MDB em Brasília, Baleia Rossi. O ex-prefeito saiu de lá com a confirmação da presença do deputado federal. “Eu sei que vai ser numa terça-feira ou quinta-feira pela manhã que serão os dias que ele estará disponibilizando para estar aqui”, explicou o ex-prefeito. “Claro que além da presença da Ana, do Daniel e de vários atores do MDB a gente quer contar com a presença do governador Ronaldo Caiado”, destacou. Nesse sentido, Mendanha revelou que fará o convite pessoalmente ao ex-presidente Michel Temer. “Irei visitá-lo na próxima semana e vou convidá-lo para estar aqui”. Certo mesmo é o local para a solenidade. “Eu pedi para a Ana e ela topou para a gente fazer a filiação aqui no escritório em que foi palco de grandes reuniões e encontros. Para mim especialmente vivi momentos importantes aqui. Acho que o legado do Iris é isso que a gente quer passar para as próximas gerações.”, destacou. O escritório de Iris Rezende é o mesmo que Ana Paula tem utilizado para o expediente diário, recebendo lideranças políticas, eleitores e admiradores de seu pai. “Não é só o emedebista de carteirinha que tem paixão pelo Iris não. Acho que o Iris transcende a questão partidária e geracional. Isso é importante para dizer que estamos juntos. Não só Ana Paula, Daniel, eu.”, pontuou. O encontro serviu para o início das discussões dos projetos políticos para 2024. Ambos são citados como prefeitáveis dentro do MDB. Ana Paula defendeu que houvesse união entre a dupla. “Nossos país tiveram uma história juntos. Eu disse a ele que cabe a nós aprender com a história deles e dar continuidade e para que isso aconteça precisamos estar juntos e unidos”, destacou a empresária. O encontro serviu para o início das discussões dos projetos políticos para 2024.

Em Belém, Lula critica “protecionismo mal disfarçado de preocupação ambiental”

Lula fez declaração à imprensa ao fim do segundo dia da Cúpula da Amazônia, que não conseguiu consenso sobre metas de desmatamento Belém (PA) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a cobrar os países ricos por financiamento para a proteção das florestas tropicais e para o desenvolvimento sustentável dos povos que vivem nela. Lula fez, no início da tarde desta quarta-feira (9/8), um balanço final da Cúpula da Amazônia. O encontro diplomático em Belém teve o objetivo de fortalecer a cooperação dos oito países que abrigam a Floresta amazônica no sentido de combater o desmatamento e promover o desenvolvimento econômico e social sustentável. Essa cooperação foi fortalecida, mas a falta de metas concretas, na declaração final assinada na terça (8/8) por representantes dos oito países, de zerar o desmatamento e de vetar novas explorações de petróleo na região amazônica, eclipsou a cúpula. Entidades ambientalistas se mostraram frustradas com a falta de cumprimento das promessas feitas antes do evento em Belém. Para Lula, porém, o documento “teve iniciativas muito concretas para o enfrentamento dos desafios compartilhados por nossos oito países”. “Trabalharemos juntos no combate ao desmatamento e aos ilícitos. Na criação de mecanismos financeiros em apoio às nações nacionais e regionais de desenvolvimento sustentável, na criação de painel técnico científico, e na criação de novas instâncias de coordenação e participação”, discursou o presidente brasileiro. Numa fala com muitos recados aos países que, segundo Lula, não cumprem seus próprios compromissos, o presidente brasileiro disse que “medidas protecionistas mal disfarçadas de preocupação ambiental por parte dos países ricos não são o caminho a trilhar”. Nesta quarta, a Cúpula da Amazônia teve uma versão ampliada, com outras nações que têm florestas tropicais (República do Congo, República Democrática do Congo e Indonésia) e os maiores financiadores do Fundo Amazônia (Noruega e Alemanha). Lula quer liderar um bloco geopolítico de países que conservam florestas tropicais a fim de ganhar força na cobrança a países ricos por recursos financeiros para financiar a transição energética. “Não se pode falar de florestas tropicais e mudança do clima sem tratar da responsabilidade histórica dos países desenvolvidos. Foram eles que, ao longo dos séculos, mais dilapidaram recursos naturais e mais poluíram o planeta. Os 10% mais ricos da população mundial concentram mais de 75% da riqueza e emitem quase a metade de todo o carbono lançado na atmosfera”, disse o petista, mais cedo nesta quarta, em discurso lido para os demais participantes da cúpula. “É hora de nossos países se unirem. É hora de acordar para a urgência do problema da mudança do clima. Se não agirmos agora, não vamos atingir a meta de evitar que a temperatura suba mais que um grau e meio em relação aos níveis anteriores à Revolução Industrial”, complementou o petista. O encontro diplomático em Belém teve o objetivo de fortalecer a cooperação dos oito países que abrigam a Floresta amazônica no sentido de combater o desmatamento e promover o desenvolvimento econômico e social sustentável.

Lula sobre Cúpula da Amazônia: “Divisor de águas para preservação”

“Por aqui já passaram mais de 27 mil pessoas que estão discutindo a questão do clima, do desenvolvimento sustentável, dos indígenas, das terras. Esse encontro é um marco”, disse o presidente O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, está em Belém, no Pará, para participar da Cúpula da Amazônia, que começou nesta terça-feira (8/8). O petista falou, ao programa Conversa com o Presidente desta terça-feira (8/8), transmitido por seu canal no YouTube e pelas redes sociais, sobre as expectativas do Brasil para o encontro, que reúne lideranças de oito países signatários da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), após 14 anos desde o último encontro do grupo. Lula destacou que a reunião “será um divisor de águas para a preservação da Amazônia” e classificou o encontro como um marco. “O evento já começou antes, porque por aqui já passaram mais de 27 mil pessoas que estão discutindo a questão do clima, do desenvolvimento sustentável, dos indígenas, das terras. Esse encontro é um marco”, comentou, fazendo referência ao Diálogos Amazônicos, evento que antecedeu à cúpula. “Muitos falam sobre a Amazônia e muitas vezes nunca estiveram nela. Agora é a Amazônia levantando sua voz para que o mundo assuma o compromisso com o desenvolvimento aliado com a preservação do nosso bioma”, afirmou o chefe do Executivo no Twitter. De acordo com o presidente, o governo federal contará com o apoio das Forças Armadas e da Polícia Federal para combater os crimes ambientais e  o narcotráfico. “Quem quiser derrubar árvores, que plante. O que não dá é para destruir aquilo que não é deles”, disse. Participação social Além da fiscalização do Estado, o presidente afirmou que a participação social também será essencial no processo de desenvolvimento da Amazônia. “Vamos fazer, neste ano e no próximo, todas as conferências necessárias para participação popular. O que nós queremos é que o povo esteja cada vez mais organizado e participativo”, afirmou. O presidente disse ainda que é preciso colocar mais pessoas, cada vez mais preparadas, para fiscalizar o meio ambiente. “O movimento popular para nós será a vanguarda e o instrumento para implementar nossas políticas públicas.” Lula reúne em Belém os chefes de Estado dos oito países que compõem a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), após 14 anos desde o último encontro do grupo – (crédito: Ricardo Stuckert/PR)

Justiça condena ex-presidente da Câmara de Niquelândia por desvio de verbas do legislativo

Segundo denúncia da promotoria, foram 14 transferências feitas pela Casa de Leias para a conta de Leonardo Ferreira Rocha A Justiça condenou o ex-presidente da Câmara de Niquelândia, Leonardo Ferreira Rocha, a três anos e quatro meses de prisão. Ele é acusado de desviar mais de R$ 91 mil, entre agosto e novembro de 2018, para as próprias contas quando estava à frente do parlamento. Segundo a denúncia da promotora Nathalia Botelho Portugal, em 2019, foram 14 transferências feitas pela Câmara para a conta do então presidente. No período, também foi sacado R$ 3 mil da conta da Casa, em 26 de novembro daquele ano. O vereador justificou que eram verbas de representação e pendências salariais e que fez os cálculos pelos meses que tinha direito, e que os mesmos foram levados a um contador. O juiz Leonardo de Souza Santos, contudo, não aceitou o argumento.  “Nesse ponto, depreende-se que, no momento em que foram realizadas as transferências, não havia qualquer respaldo jurídico para tanto. Não é demais lembrar, inclusive, que a gestão pública se pauta no princípio da legalidade, pelo qual, ao gestor público (em sentido amplo) somente é lícito fazer o que a lei autoriza, o que não é o caso”, argumentou o juiz. Ainda cabe recurso. Conforme a sentença do magistrado, todavia, a pena será cumprida em regime inicial aberta. A reportagem não conseguiu contato com a defesa do ex-presidente, mas o espaço segue aberto. (Foto: Reprodução – Youtube)

‘Muro já’: separatistas aplaudem falas de Zema sobre frente Sul-Sudeste

João Fellet tenta entender como brasileiros chegaram ao grau atual de divisão. A criação de uma frente política em defesa do “protagonismo” de Estados do Sul e do Sudeste, recém-anunciada pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), tem sido defendida por grupos que pregam uma separação definitiva entre Sul e Norte do Brasil. Em entrevista do jornal O Estado de S. Paulo no domingo (06/08), o governador mineiro anunciou o novo Cossud (Consórcio Sul-Sudeste) e comparou o país a um produtor rural que dá “tratamento bom para as vaquinhas que produzem pouco e deixa de lado as que estão produzindo muito”. As primeiras seriam Estados do Norte e Nordeste, enquanto as últimas seriam Estados do Sul e Sudeste. As falas, que tiveram forte reação em Brasilia, também rendem debate intenso nas redes sociais. Pelo Twitter, um mapa do Brasil com as palavras “muro já” separando Estados ao Sul e ao Norte junto à frase “força Zema, apoiamos você” foi curtido e compartilhado quase 10 mil vezes. “Já passou da hora de pensarmos na possibilidade de independência dos Estados do Sul e Sudeste. Chega de pagar a conta de Estados que não querem nada a não ser sugar até a última gota de sangue de quem trabalha e produz”, reagiu o perfil de um grupo separatista paulista no Facebook, junto a um link para a entrevista do governador de Minas Gerais. A Constituição brasileira não permite a independência de Estados da Federação. Questionado pela reportagem sobre o apoio de movimentos separatistas às falas do Zema, o governo de Minas Gerais encaminhou link para um tuite em que o governador afirma que “a união do Sul e Sudeste jamais será pra diminuir outras regiões” (veja mais abaixo). Separatismo Episódios Outra versão do mapa do Brasil, excluindo totalmente estados acima de Minas Gerais, circula em grupos no Telegram com hashtags separatistas defendendo a independência do Sul do país. Nas mesmas redes, separatistas compartilham junto à fala de Zema a defesa do que chamam de “Brasil do Sul” ou “Confederação Sul-Sudeste” – uma proposta de divisão política definitiva no país. “A bandeira deles é uma das nossas há 31 anos”, diz à BBC News Brasil Nãna Freitas, presidente do Movimento O Sul é o Meu País, que desde 1992 defende a separação definitiva de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná do resto do Brasil. “Mas sabemos que um passo precisa ser dado de cada vez”, continua Freitas. “Não estamos aqui pra buscar uma secessão à força. Isso nunca fez parte de nossa caminhada. Agimos de maneira democrática e consultiva a população, aderindo simpatizantes da ideia. Existimos e resistimos ano após ano por trabalharmos dentro do que a Constituição Federal nos permite.” Segundo o primeiro artigo da Constituição Federal, a República Federativa do Brasil é “formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal”. O pacto federativo é cláusula pétrea da Constituição – ou seja, não pode ser alterado a não ser que uma nova Carta Magna seja promulgada. Ao Estadão, Zema disse que governadores do Sul e do Sudeste estão se organizando em busca de “protagonismo” político e econômico no Congresso Nacional. Segundo o governador de Minas, a criação formal do Cossud (Consórcio Sul-Sudeste) tem como objetivo defender a região do que ele define como tratamento privilegiado às demais regiões do país. “Está sendo criado um fundo para o Nordeste, Centro-Oeste e Norte. Agora, e o Sul e o Sudeste não têm pobreza? Aqui todo mundo vive bem, ninguém tem desemprego, não tem comunidade… Tem, sim”, disse o mineiro ao jornal. “Nós também precisamos de ações sociais. Então Sul e Sudeste vão continuar com a arrecadação muito maior do que recebem de volta? Isso não pode ser intensificado, ano a ano, década a década. Se não você vai cair naquela história, do produtor rural que começa só a dar um tratamento bom para as vaquinhas que produzem pouco e deixa de lado as que estão produzindo muito. Daqui a pouco as que produzem muito vão começar a reclamar o mesmo tratamento. É preciso tratar a todos da mesma forma.” Na entrevista ao jornal paulista, Zema disse ainda que Sul e Sudeste representam “56% dos brasileiros” e “70% da economia do pais”, mas agem de maneira desarticulada no Congresso. “Estados muito menores em termos de economia e população se unem e conseguem votar e aprovar uma série de projetos em Brasília.” “Nós (…), que sempre ficamos cada um por si, olhando só o seu quintal, perdemos”, afirmou. Resposta política As falas geraram uma onda de críticas de autoridades em todo o espectro político. À direita, o deputado federal e ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB) disse que “infelizmente, o governador Zema, talvez por não ter se expressado da forma adequada, acabou por criar mais problemas que as soluções que busca”. “Sempre precisamos e muitas vezes contamos com alianças com outras regiões, em especial o Nordeste brasileiro. Minas nunca foi antagônica às regiões mais pobres do país, até porque fazemos parte delas, muito menos imaginou liderar esse antagonismo”, continuou Neves. Ex-ministro do Turismo de Jair Bolsonaro, Gilson Machado (PL-PE) disse “repudiar veementemente qualquer fala que sequer ventile a separação de nosso País”. “O Nordeste não é peso para ninguém,o Nordeste é rico”, afirmou, endossado pelo ex-chefe da Secom (Secretaria de Comunicação Social) de Bolsonaro, Fabio Wajngarten. “Parabéns, Gilson. O Brasil é nordestino”, escreveu o bolsonarista. Até o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB-ES), que também faz parte do Cossud, se colocou. “Sobre a entrevista do Governador Zema (MG) para o jornal Estado de SP, é importante deixar claro que é sua opinião pessoal. O ES participa do Cossud para que ele seja um instrumento de colaboração para o desenvolvimento do Brasil e um canal de diálogo com as demais regiões”, disse. À esquerda, o ministro da Justiça Flavio Dino classificou Zema como “traidor da Constituição é traidor da pátria”. “Absurdo que a extrema-direita esteja fomentando divisões regionais”, disse. Para a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede-AC),

Vítimas de violência doméstica contam com ampla rede de apoio no DF

Lei Maria da Penha completa 17 anos nesta segunda (7); saiba quais os mecanismos e canais para denunciar crimes A Lei Maria da Penha completa 17 anos nesta segunda-feira (7). Na capital, mulheres agredidas ou ameaçadas em contexto de violência doméstica contam com diversos mecanismos para denunciar o crime e encontram amparo em uma verdadeira rede de apoio oferecida pelo Governo do Distrito Federal (GDF), que traz desde atendimentos psicossociais até abrigo e serviços de capacitação profissional às vítimas. Desde fevereiro, o GDF, por meio de diversas secretarias, atua em parceria com representantes do Judiciário e da sociedade civil em busca de soluções para o enfrentamento ao tema. A força-tarefa já resultou na proposição e regulamentação de leis voltadas para o acolhimento de vítimas e de órfãos do feminicídio. Recentemente, foi criada a Rede Distrital de Proteção aos Órfãos do Feminicídio, com o objetivo de oferecer políticas de atenção para crianças e adolescentes dependentes de mulheres assassinadas em contexto de violência de gênero. Outra novidade é a destinação de 10% das vagas do programa Jovem Candango, voltado para formação técnico-profissional de adolescentes, para este público. Em breve, serão inauguradas quatro unidades da Casa da Mulher Brasileira (CMB) para atender as populações de São Sebastião, Recanto das Emas, Sobradinho II e Sol Nascente. Nos espaços, as vítimas receberão acolhimento e terão acesso a cursos profissionalizantes e de capacitação. Já há uma unidade da CMB em funcionamento, em Ceilândia. Só neste ano, foram mais de 5,1 mil atendimentos realizados. Vítimas de violência doméstica também contam com todo amparo nas unidades do núcleo de atendimento à família e aos autores de violência doméstica (Nafavds). São sete unidades atendendo a população no Plano Piloto e nas regiões de Brazlândia, Gama, Paranoá, Planaltina, Santa Maria e Sobradinho. Uma outra alternativa para quem procura ajuda é a Casa Abrigo. O espaço oferece garantia de defesa e proteção às vítimas de violência em contexto familiar e de seus dependentes. No local, há atendimentos psicológico, jurídico, pedagógico e de assistência social. O ingresso ocorre por meio de encaminhamento da Polícia Civil do DF, pela CMB ou por ordem judicial. Por motivos de segurança, o endereço é mantido em sigilo. Há, ainda, os centros especializados de atendimento à mulher (Ceams). Há unidades na Asa Sul, Planaltina e na área central da capital, no Centro Integrado de Operações de Brasília (Ciob) da Secretaria de Segurança Pública do DF  (SSP). O acesso é gratuito e independe de qualquer tipo de encaminhamento. As unidades funcionam de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. Mais segurança No âmbito da segurança pública, as ações de combate à violência passam por programas como o Serviço de Proteção à Mulher. A iniciativa, pioneira da SSP-DF, disponibiliza monitoramento constante às mulheres com Medida Protetiva de Urgência (MPU) em vigor. Desde sua criação, foram 370 pessoas monitoradas. Nenhuma das participantes do programa teve a integridade física violada pelos ex-companheiros durante o período. A SSP também permite maior celeridade no atendimento e proteção das vítimas por meio do aplicativo Viva Flor. A plataforma criada pela pasta é acessível às beneficiárias do programa Sistema de Segurança Preventiva para Mulheres e está disponível desde 2017 para todas as varas de violência doméstica e familiar e tribunais do júri do DF. As forças de segurança e salvamento do DF também promovem encontros regionais com redes de proteção à mulher em várias comunidades da capital. O objetivo é atuar próximo a lideranças religiosas e sociais, que desempenham papel relevante na conscientização e instrução da população. O secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, defende que o combate à violência no contexto familiar é assunto prioritário da pasta. “Estamos trabalhando de uma forma em que várias áreas do governo estão empenhadas em busca de soluções, até para que a mulher, vítima desses crimes, tenha condições de sair de casa, recebendo um respaldo do GDF. Temos procurado tornar a segurança pública cada vez mais presente. Estamos enfrentando isso com muita transparência, buscando um debate com a sociedade”, ressalta. Denuncie Dados da SSP apontam que, até julho deste ano, o DF registrou 8.820 ocorrências de violência doméstica e familiar. Desse total, houve 21 casos de feminicídio, em que 76,2% das mortes envolveram mulheres que já haviam sido vítimas de agressões anteriores. Entretanto, apenas metade destes episódios foi comunicada às autoridades competentes. A secretária da Mulher, Giselle Ferreira, destaca que a denúncia segue sendo o instrumento mais eficaz no enfrentamento à violência doméstica: “Devemos envolver a sociedade na iniciativa de denunciar esses crimes. É preciso um engajamento da família, vizinhos e amigos na causa. Em briga de marido e mulher, nós vamos meter a colher, sim. Pedimos que essas mulheres não deem uma segunda chance ao agressor, procurem ajuda. Os dados mostram que muitos casos de violência aconteceram no retorno”. Por este motivo, a Secretaria da Mulher do DF (SMDF) segue investindo em campanhas de conscientização da população sobre a importância em comunicar esses crimes. O retorno das ações conduzidas pela pasta tem sido positivo e já resultou em aumento, neste ano, de 37% nas denúncias. “Nós vemos que os equipamentos públicos estão sendo mais procurados e os canais de atendimento estão mais acessíveis”, completa a secretária. omo denunciar O DF conta com diversos mecanismos de denúncia de casos de violência doméstica. Uma possibilidade é fazer a comunicação dos crimes nas duas unidades da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), localizadas no centro de Ceilândia e na Asa Sul. Elas funcionam 24h por dia. As delegacias circunscricionais também contam com seções de atendimento à mulher. A Polícia Civil do DF (PCDF) também disponibiliza o registro de ocorrência por meio da Maria da Penha Online. Na plataforma, a comunicante pode enviar provas com fotos, vídeos e requerer acolhimento. Além disso, as comunicações podem ser feitas por meio dos seguintes canais: → E-mail denuncia197@pcdf.df.gov.br; →  Telefone 197, opção 0 (zero); →  WhatsApp (61) 9.8626-1197. A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) também está disponível para atendimento, pelo número 190. Só no ano passado, a corporação registrou 19.383 visitas

O Barça já está cansado de dizer “não” a Neymar. Ele que não entendeu

Segundo o jornal As, já houve várias tentativas de Neymar para voltar, “mas o técnico Xavi não o ama” Após o anúncio público de Neymar, dizendo oficialmente que pretende sair do Paris Saint-Germain, surgiram novos rumores de sua volta para o Barcelona. Mas o Barcelona não quer Neymar de volta. Nunca quis. É o que diz o jornal As, em sua edição online, nesta segunda-feira (7/8):  “No Barcelona já não sabem o que mais têm a dizer a Neymar para que entenda de uma vez por todas, seja ele ou os seus representantes ou o próprio Paris Saint-Germain, que as suas portas já lhe estavam fechadas há muito tempo”, assegura o jornal. O diário As acrescenta que Neymar, desde que deixou o Barça, começou a lamentar a decisão e fez várias tentativas de retorno. Entretanto, “seja pela dignidade, pelo que vão dizer ou pela economia, a diretoria blaugrana nunca atendeu aos pedidos de Neymar que agora voltaram a ser ouvidos após a Operação Dembélé”. Na Espanha, o que se sabe é que o PSG ofereceu o jogador brasileiro ao Barça como parte do pagamento por Dembélé, conforme apurou o jornalista Mahmout Al-Marri em suas redes sociais neste sábado (5/8), mas, novamente, o Barça deu-lhe as costas. Não quer conversa com ele.  “Desde o início, Xavi não o ama”- complementa o As, afirmando que a economia “culé” não está preparada para assumir as reivindicações salariais do craque brasileiro. O Barcelona não quer Neymar de volta. Nunca quis. É o que diz o jornal As, em sua edição online, nesta segunda-feira (7/8):

Mulher que sumiu em 2011 é encontrada na França; marido é suspeito

A vítima foi encontrada pelas forças de segurança com a cabeça raspada, desnutrida e com fraturas nas duas pernas e nos dedos Uma mulher de 53 anos foi encontrada em um quarto com grades na cidade de Forbach, na França. Ela afirma ter sido sequestrada em 2011 e sido mantida em cativeiro desde então. A vítima foi encontrada na cidade, que faz fronteira com a Alemanha, com a cabeça raspada, desnutrida e com fraturas pelo corpo. Segundo fontes policiais, as forças de segurança da França prenderam o marido da mulher, de 55 anos. Ele foi levado sob custódia e a mulher foi hospitalizada. O casal teria nacionalidade alemã. De acordo com a rádio RMC, primeiro veículo que noticiou o caso, a mulher apresentava fraturas nas duas pernas e nos dedos. Indícios apontam que a vítima provavelmente foi torturada. Uma fonte da polícia de Metz, cidade da França, disse à Agência France-Presse que “é muito cedo para dizer qualquer coisa. Muitas verificações estão sendo feitas e prefiro ser prudente”. Os agentes ainda teriam encontrado uma espécie de diário, no qual o homem anotava seus atos e os momentos em que alimentava a vítima. O caso está sendo investigado. Mulher sequestrada desde 2011 é encontrada na França – (crédito: Reprodução/Freepik)

Moraes autoriza Ministério da Justiça a enviar imagens do 8 de janeiro à CPMI

Magistrado atendeu a um pedido feito pelo ministro da Justiça, Flávio Dino O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta segunda-feira (7) que o Ministério da Justiça compartilhe imagens das câmeras de segurança da sede da pasta no dia 8 de janeiro com a CPMI que apura os atos de invasão às sedes dos Três Poderes. Moraes autorizou o envio de imagens do circuito interno e externo do Palácio da Justiça. O magistrado também permitiu que o fornecimento das imagens seja feito diretamente pelo ministério. A decisão atendeu a um pedido do ministro da Justiça, Flávio Dino, para compartilhar as imagens com a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro. “Não está caracterizada qualquer excepcionalidade que vede a cessão e compartilhamento de imagens à CPMI, que deverá analisar a eventual publicização ou manutenção do sigilo em virtude das diligências em andamento”, afirmou Moraes, na decisão. Em nota, o Ministério da Justiça disse que tomou conhecimento da decisão e que “irá acionar a Polícia Federal para enviar as imagens. Tão logo seja feito, será avisado à imprensa.” Na última terça-feira (1°), o presidente do colegiado, Arthur Maia (União Brasil-BA), disse que pediria ao STF uma ordem para que Dino entregasse as imagens feitas no dia dos ataques contra os Três Poderes. Na quinta-feira (4), deputados da oposição acionaram a Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Dino após o ministro negar fornecer as imagens internas do prédio do Ministério da Justiça do dia 8 de janeiro. Manifestantes bolsonaristas invadem o Congresso Nacional, na cidade de Brasília Wallace Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo

Morre, aos 83 anos, a atriz Aracy Balabanian

Artista estava internada em clínica no Rio de Janeiro A confirmação foi feita pela Clínica São Vicente, na Gávea, zona sul da cidade. A causa da morte não foi revelada. “A Clínica São Vicente lamenta a morte da paciente Aracy Balabanian e se solidariza com a família e amigos por essa irreparável perda”, diz o hospital, ao informar não ter autorização da família para divulgar mais detalhes.  A artista é dona de uma carreira de cerca de 50 anos, com participação em mais de 30 novelas e peças de teatro. Além disso, ficou marcada pelo programa Sai de Baixo, da TV Globo. Filha de uma família de origem armênia, Aracy Balabanian nasceu em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, em 22 de fevereiro de 1940. Na adolescência, cultivava o sonho de ser atriz. Ainda na época de escola, quando morava em São Paulo, entrou para o Teatro Paulista do Estudante. Aos, 18 anos, Balabanian passou para duas faculdades, Escola de Arte Dramática de São Paulo e Ciências Sociais, na Universidade de São Paulo (USP). Mas deu razão à vocação e terminou apenas a de Arte Dramática, mesmo contrariando pai, que não queria que ela se tornasse a atriz. A partir de 1963, aos 23 anos, iniciou a participação de espetáculos do Teatro Brasileiro de Comédia, entre eles, Os Ossos do Barão. Ainda na década de 50, começou a trajetória na TV. Em 1965, trabalhou em Marcados pelo Amor, na TV Record. Em seguida, fez novelas na extinta TV Tupi. Nos anos 70, Aracy Balabanian estreou na TV Globo. A primeira novela foi O Primeiro Amor, em 1972. No ano seguinte, trabalhou no programa infantil Vila Sésamo. A maior parte da trajetória artística dela foi na emissora carioca, ao mesmo tempo em que se apresentava também em peças teatrais. Entre 1986 e 1988 trabalhou na TV Manchete, voltando à Globo, em 1989, para fazer Que Rei Sou Eu. Dona Armênia O sotaque e alguns costumes da família de origem armênia ajudaram a forjar a personalidade de dona Armênia, papel de destaque de Balabanian na novela Rainha da Sucata (1990). A aceitação do público foi tão grande que a personagem voltou na novela Deus nos Acuda (1992). “Eu aprendi a ler e a escrever, e declamava em armênio, porque começaram a fazer isso comigo [ensinar] muito cedo. Meu pai e minha mãe me ensinavam poemas, que eu declamava”, lembrou a atriz em entrevista ao Programa Sem Censura, da TV Brasil, em 2015. No programa, ela lembrou que recitava os poemas em festas que reuniam outras famílias de origem armênia. “Aí os velhos choravam, então eu percebi que fazia as pessoas se comoverem, bem pequenininha”, contou. “Isso eu fui cobrar meu pai mais tarde, ele me incentivou [na carreira artística]”, brincou. O sucesso mais duradouro de Aracy Balabanian é a socialite Cassandra, do humorístico Sai de Baixo (1996-2002). O programa de TV era gravado no Teatro Procópio Ferreira, em São Paulo, com a presença de plateia, o que fazia com que os artistas levassem ao ar cenas repletas de improvisação. Muitas vezes, a atriz não segurava o riso no meio dos diálogos. O último trabalho na televisão foi em 2019, no especial de fim de ano Juntos a Magia Acontece. Repercussão Parceiro de Balabanian no Sai de Baixo, o ator Miguel Falabella publicou uma homenagem à atriz nas redes sociais. “Minha amada Aracy, minha rainha, atriz de primeira grandeza, companheira irretocável, amor de muitas vidas. Obrigado pela honra de ter estado ao seu lado exercendo nosso ofício, obrigado pelo afeto, pelos conselhos, pelas gargalhadas e pela vida que você tão delicadamente me ofereceu”. “Uma atriz referência para todos nós, um ícone de várias gerações, seus personagens ganharam as ruas com seus bordões maravilhosos, com sua integridade, sua dignidade, sua inteligência e humor”, publicou a atriz Beth Goulart. A atriz Patrícia Pillar também se despediu de Balabanian. “Atriz adorável, com seu jeito tão próprio, tão original… Lembro a alegria enorme que senti quando soube que trabalharia a seu lado em Rainha da Sucata! E sempre me senti assim a cada vez que trabalhamos juntas. Fico aqui com o coração partido, desejando paz e conforto a seus familiares, aos inúmeros amigos e fãs”. O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta, lamentou a morte na rede social X (antigo Twitter). “Notícia triste que recebo agora da partida da querida Aracy Balabanian. Uma grande mulher, filha de refugiados, pioneira na televisão brasileira, atriz brilhante. Impossível pensar em Aracy e não lembrar de suas risadas em cena como Cassandra. Fez história e vai fazer falta. Meus sentimentos à família e aos amigos”, escreveu. O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, escreveu nas redes sociais que a atriz “dedicou sua vida à cultura, nos presenteando com o seu brilhantismo em personagens que marcaram gerações”. Castro acrescentou que “seu legado ficará para a história do país e no nosso coração. Meus sentimentos e abraço para familiares e amigos de profissão de Aracy”. “O Brasil perde uma grande atriz”, lamentou o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. “Meus sentimentos aos amigos, familiares e fãs”, completou. A atriz Aracy Balabanian morreu na manhã desta segunda-feira (7), no Rio de Janeiro, aos 83 anos. Foto: Reprodução

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