O ex-ministro de Bolsonaro não reagiu bem à notícia, comunicada
por ligação, de que ele estaria exonerado do cargo. Desde a demissão, Ibaneis e
Torres não se conversaram mais
Torres teria reagido mal a demissão e ficou
“aborrecido” com Ibaneis. – (crédito: Lúcio Bernardo Jr./ Agência
Brasília)
O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal
(SSP-DF) Anderson Torres desligou o telefone na cara do governador afastado,
Ibaneis Rocha (MDB), após ter sido comunicado pelo chefe do Executivo local que
seria demitido durante os atos terroristas. O ex-ministro de Jair Bolsonaro
(PL) não recebeu muito bem a notícia.
A reportagem apurou que Ibaneis estava em casa, em
Brasília, quando ligou para Torres via WhatsApp. Ibaneis cobrou ações contra os
atos terroristas ao ex-secretário da SSP-DF. O secretário respondeu que estava
nos Estados Unidos. Na mesma ligação, o governador — que não sabia que Anderson
teria viajado antes das férias — comunicou que estava demitindo o ex-secretário
do cargo. O emebedista e o ex-ministro de Bolsonaro tiveram uma rápida
discussão, quando Torres desligou o telefone na cara do governador.
O Correio apurou que Torres, quando soube dos atos
terroristas na Praça dos Três Poderes, iniciou preparação para deixar Orlando,
nos Estados Unidos, e retornar ao Brasil. No entanto, com a demissão, o
delegado da Polícia Federal reagiu mal e ficou “aborrecido” com o chefe do
Executivo local. Desde então, nenhum dos dois se falaram.
As férias de Torres estavam marcadas para iniciar em 9 de
janeiro, segundo o interventor Ricardo Cappelli. A defesa de Ibaneis
argumentou, em documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e que o
Correio teve acesso, uma reportagem em que Cappelli afirma que os atos de
domingo só foram possíveis porque houve uma “operação de sabotagem” do esquema
de segurança do DF. O documento não faz menção direta ao ex-secretário, mas Cappelli
em suas declarações cita participação de Anderson Torres.
Pessoas próximas ao emebedista dizem que, além do Torres,
o ex-secretário executivo Fernando Souza Oliveira são os grandes responsáveis
pelo afastamento de Ibaneis por 90 dias. Em troca de mensagens com Oliveira, o
braço direito do ex-ministro de Bolsonaro cita em áudio, às 13h23, que a
manifestação está totalmente pacífica na Esplanada dos Ministérios. Quando
tomou a real situação, Ibaneis mandou duas mensagens ao secretário-executivo:
“Coloca tudo na rua” e “tira esses vagabundos do congresso e prenda o máximo
possível”. Oliveira foi exonerado na terça-feira (10/1) por Cappelli.











