02/11/2025

Uma rede logística intrincada garante o transporte eficiente de órgãos no Distrito Federal.

Sérgio Dolghi, chefe da Unidade de Operações Aéreas do Detran: “É uma equipe que trabalha 24 horas de sobreaviso. Fazemos todo o planejamento para quando a aeronave da FAB tocar o solo, já estejamos ao lado para efetuar o transporte” | Foto: Paulo H. Carvalho/ Agência Brasília

Desde 2015, um grupo de busca aérea tem estado ativo e conseguiu viabilizar com sucesso a entrega de 65 órgãos para procedimentos de transplante. Essa parceria envolve uma colaboração entre o Detran, a Secretaria de Saúde, a Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros e o Samu.

Quatro horas é o tempo crítico durante o qual um coração mantém sua viabilidade após ser retirado do corpo de um doador, necessitando, portanto, de uma rede de logística altamente sofisticada para garantir que o órgão chegue ao receptor dentro desse período. No Distrito Federal, essa tarefa é incumbida à Central Estadual de Transplantes (CET), que coordena todo o processo.

O trabalho da CET começa imediatamente após a confirmação da morte cerebral do possível doador. “Assim que recebemos a indicação de uma possível doação com um receptor compatível, iniciamos a logística para a retirada e o transporte do órgão. Levamos em consideração o tempo de isquemia de cada órgão para garantir sua viabilidade”, explica Gabriella Ribeiro Christmann, diretora da CET.

Órgãos com maior tempo de isquemia, ou seja, maior período sem suprimento sanguíneo, geralmente são transportados por meios terrestres convencionais, como ambulâncias ou veículos fornecidos pela própria CET. Independentemente do meio de transporte, uma equipe médica qualificada e credenciada acompanha todo o processo.

Em situações de maior urgência, que envolvem órgãos com menor tempo de isquemia ou doadores de fora do Distrito Federal, o transporte requer o uso de meios alternativos, como aeronaves. Sérgio Dolghi, chefe da Unidade de Operações Aéreas (Uopa) do Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF), que integra a rede de cooperação técnica de transporte de órgãos, explica: “Se o órgão não é de um doador local, o transporte interestadual é realizado por uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB). Quando o avião aterrissa na base, realizamos a captação com um helicóptero nosso e o transportamos até o centro onde será realizado o transplante”.

Essa parceria entre a aeronave do Detran e várias entidades, incluindo a Secretaria de Saúde do DF (SES), a Polícia Militar (PMDF), o Corpo de Bombeiros Militar (CBMDF) e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), está em vigor desde 2015 e já possibilitou a entrega de 65 órgãos, incluindo 54 corações, quatro fígados, um rim e seis córneas.

A Uopa, que conta com dois comandantes, quatro copilotos e seis tripulantes de prontidão para responder aos chamados, opera 24 horas por dia, garantindo um planejamento eficaz para o transporte imediato dos órgãos assim que a aeronave da FAB pousa.

Recentemente, a Uopa realizou o transporte do décimo coração do ano, proveniente de Goiânia, para a Base Aérea de Brasília. Esse órgão foi transplantado com sucesso em um homem de 38 anos no Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal (ICTDF).

O médico Marcelo Botelho, coordenador clínico de transplante cardíaco do ICTDF, enfatiza a importância da eficiência da logística de transporte de órgãos. Ele a descreve como uma “operação de guerra” e destaca a necessidade de cooperação entre instituições públicas para viabilizar os transplantes.

O paciente Alexandre Ventura Domingues, de 46 anos, é um exemplo dos benefícios dessa eficiência logística. Após anos de espera e uma fase com um coração artificial, ele finalmente recebeu um transplante cardíaco que lhe proporcionou uma segunda chance de vida e a capacidade de respirar livremente. Sua história destaca a importância do transporte rápido e eficaz de órgãos para salvar vidas.

Tribuna Livre, com informações

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