Os advogados de
Ibaneis Rocha querem pedir a Alexandre de Moraes a reconsideração da decisão
que afastou o emedebista do cargo de governador
Os advogados de Ibaneis Rocha (MDB) planejam pedir ao
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes que reveja a
própria decisão e permita o retorno de Ibaneis para o cargo de governador do
Distrito Federal.
Eles devem apresentar o pedido tão logo acabe a
intervenção federal na segurança pública do DF, no dia 31 de janeiro,
terça-feira da semana que vem.
A defesa se baseia no argumento de que o governador
Ibaneis não se omitiu e deu as ordens necessárias para os subordinados agirem
contra os vândalos antidemocráticos, de acordo com as informações que possuía
no momento.
Algumas das provas apontadas pelos advogados Alberto
Toron e Cleber Lopes são o print e os áudios do então número 02 da Secretaria
de Segurança Pública do DF, Fernando de Sousa Oliveira, que afirmou, uma hora
antes da invasão, que os atos estavam “pacíficos”.
Na segunda-feira (23/1), Cleber Lopes entregou à Polícia
Federal dois celulares de Ibaneis. Inclusive, a espontaneidade do governador
afastado de colaborar com as investigações é um outro ponto que deve ser
explorado pela defesa para que ele retorne ao cargo e, futuramente, para tentar
inocentá-lo de qualquer acusação referente aos atos terroristas.
“O governador é um dos mais interessados para que a
investigação avance e prove que ele não teve qualquer culpa”, disse Cleber
Lopes.
Os celulares foram levados à PF porque a corporação fez
busca e apreensão na casa de Ibaneis na sexta-feira (20/1), por determinação de
Moraes, mas o governador afastado não estava na residência. Ele foi ao Piauí,
onde tem uma fazenda.
Acompanhado dos advogados, Ibaneis também prestou
depoimento, espontaneamente, à PF. “Sabia da experiência e treinamento da PMDF
[Polícia Militar do DF] e foi uma verdadeira surpresa a inexistência de
efetivos em número suficiente para conter os vândalos e, pior, que alguns PMs
se confraternizaram com os manifestantes”, disse a defesa do governador
afastado, em nota.
Moraes afastou Ibaneis do cargo de governador em 8 de
janeiro, mesmo dia em que extremistas invadiram e depredaram as sedes dos Três
Poderes.
Na decisão, o ministro do STF disse que “absolutamente
nada justifica a omissão e conivência do secretário de Segurança Pública e do
governador do Distrito Federal com criminosos que, previamente, anunciaram que
praticariam atos violentos contra os Poderes constituídos”.
Além de afastar Ibaneis, Moraes decretou a prisão de
Anderson Torres e do coronel Fábio Augusto Vieira, que atuavam como secretário
de Segurança Pública e comandante-geral da PMDF, respectivamente, no dia dos
atos terroristas.










