José Aníbal, vice de Datena, disse que Tomas Covas será expulso do PSDB, assim que terminar a eleição, por causa do apoio a Ricardo Nunes
O vice na chapa de José Luiz Datena à Prefeitura de São Paulo, José Aníbal, afirmou nesta sexta-feira (27/9) que o filho do ex-prefeito Bruno Covas será expulso do PSDB assim que terminar a eleição. Segundo o tucano, Tomas Covas se aliou a Ricardo Nunes (MDB) e está “completamente dentro dos critérios” que levaram também ao afastamento de cerca de 50 correligionários, também apoiadores do atual prefeito.
“Acho que isso vai acontecer. Se ele não tomar a iniciativa de sair, ele certamente será afastado. Ele não tem mais nada a ver com o PSDB. Ele apoia um bolsonarista [Nunes]”, disse Aníbal, em entrevista à CNN. “O mais grave é que é um bolsonarista itinerante, né, porque vai para lá, para cá. Se for o bolsonarismo mais exacerbado, ele vai também. Está ali, alucinado, para tentar a reeleição, num custo espetacular para os cofres de São Paulo”.
Pouco antes, o vice de Datena disse ter sido contrário à expulsão de Tomas. “Outros foram contra também, outros a favor, diria até que quase a maioria. Mas, pelo fato de eu ter sido contra, acho até que eles consideraram isso e falaram ‘então vamos deixar o Tomas para avaliar em outro momento’”, afirmou.
Segundo Aníbal, Tomas “está completamente dentro dos critérios que levaram ao afastamento desses todos, mas ele é filho do Bruno”. “É um garoto que, na minha opinião, está sendo muito manipulado por essa gente. Muito. Por isso, achei ‘deixa o Tomas fora disso’. Depois, vamos ver se, passado o processo eleitoral, ele próprio toma a iniciativa”, disse. “A gente mesmo pode até mandar uma correspondência para ele, de sair. Se ele não sair, então haverá o afastamento. Essa é a realidade, como a coisa evoluiu”, afirmou.
Durante a entrevista, Aníbal também afirmou que os ex-tucanos expulsos do partido por apoiar Nunes não fazem falta ao PSDB.
Segurança
Aníbal também falou sobre a atuação do PSDB à frente da segurança pública e criticou a atuação do atual governo estadual, sob Tarcísio de Freitas (Republicanos). “Nós reduzimos esses homicídios para 4 por 100 mil habitantes. É padrão melhor do que Nova York”, diz.
Ao falar de segurança, Aníbal criticou a defesa feita pelo vice de Ricardo Nunes (MDB), coronel Mello Araújo (PL), sobre a atual política adotada pelo governo estadual. “O que eles fizeram aqui foi uma matança lá no litoral, que só terminou quando mataram uma mulher, mãe de quatro filhos, com 30 anos de idade”, disse.
O vice de Datena citou, na realidade, a cabeleireira Edneia Fernandes Silva, de 31 anos, mãe de seis filhos, morta em 27 de março, por tiro disparado por policiais militares em Santos. As duas operações policiais realizadas na Baixada Santista entre julho e abril deixaram um rastro de mais de 100 mortos.
Marçal
Ao comentar sobre a violência política na atual eleição, incluindo a cadeirada de Datena e as provocações de Pablo Marçal (PRTB), Aníbal afirmou que a polarização sempre existiu, mas que mudou ultimamente. O tucano, entretanto, defendeu a reação do companheiro de chapa, como um ato de legítima defesa.
“Os adversários foram transformados em inimigos, definitivamente. Aí, o ódio. O ódio não te permite pensar, refletir, admitir o contraditório. Aí, você vai pro pau, em cima, e tal”, disse. “Esse candidato Marçal é uma figura muito preocupante, muito agressiva”, afirmou, dizendo também que o ex-coach precisa disso “para alimentar o ódio dos seguidores, as raivas”.
Tribuna Livre, com informações do vice de Datena.