Imagens divulgadas
pela Guarda Costeira mostram náufragos tentando escapar das grandes ondas que
batiam nas rochas enquanto os socorristas usavam máquinas para o resgate
(crédito: Handout / HELLENIC COAST GUARD / AFP)
Atenas, Grécia- Ao menos 17 migrantes morreram, quase todos mulheres, em
dois naufrágios na costa da Grécia, informou nesta quinta-feira (6/10) a Guarda
Costeira do país.
De acordo com o porta-voz da Guarda Costeira, Nikos Kokkalas, 16 corpos
de mulheres e de um jovem foram encontrados após um segundo naufrágio ao leste
da ilha de Lesbos.
Dez mulheres foram resgatadas, mas outras 10 pessoas estão
desaparecidas. As autoridades gregas acreditam que 40 pessoas estavam a bordo
da embarcação.
“As mulheres estavam aterrorizadas”, disse Kokkalas.
Algumas horas antes aconteceu outro naufrágio, perto da ilha de Citera,
ao sul da península do Peloponeso. A embarcação transportava 95 pessoas,
segundo a Guarda Costeira.
Imagens impressionantes divulgadas pela Guarda Costeira mostram
náufragos tentando escapar das grandes ondas que batiam nas rochas enquanto os
socorristas usavam máquinas para o resgate.
Alguns migrantes conseguiram nadar até o resgate e uma operação
combinada de navios, bombeiros e policiais conseguiu encontrar 80 pessoas,
procedentes do Irã, Iraque e Afeganistão.
Os ventos, que chegavam a 102 km/h, prejudicaram os trabalhos de resgate
na região de Citera.
O tráfico de migrantes a partir da Turquia aumentou no sul da Grécia à
medida que os contrabandistas tentam evitar o reforço dos controles no Mar
Egeu.
Grécia, Itália e Espanha são as principais vias de entrada na União
Europeia para milhares de pessoas que fogem da África e do Oriente Médio em
busca de segurança e melhores condições de vida.
A Guarda Costeira grega informou que resgatou 1.500 pessoas nos
primeiros oito meses do ano, contra menos de 600 no ano passado.
Desde janeiro, 64 pessoas morreram em tentativas de chegar à Europa a
partir das costas da Turquia, contra 111 em todo o ano de 2021, segundo a
Organização Internacional para as Migrações (OIM).
A Grécia nega as afirmações de grupos de defesa dos direitos humanos de
que muitas pessoas foram devolvidas para a Turquia sem a oportunidade de
solicitar asilo.
O presidente turco Recep Tayyip Erdogan, que tem uma forte rivalidade
com Atenas, afirmou em setembro que as “políticas opressivas” da
Grécia contra os imigrantes estavam transformando o Egeu em um
“cemitério”.
O ministro das Migrações da Grécia, Notis Mitarakis, respondeu esta
semana que a Turquia está “empurrando violentamente os migrantes para a
Grécia”.
Ele disse que a Turquia viola as “leis internacionais” e um
acordo migratório de 2016 entre a UE e a Turquia, pelo qual o bloco concedeu
ajuda econômica a Ancara para que limitasse as saídas de migrantes a partir de
seu território. A Turquia nega as acusações.
Agência France-Presse











