Mesmo diante de sua aparição em uma audiência que resultou na inelegibilidade de Bolsonaro, o indicado para a Procuradoria-Geral da República desfruta de amplo respaldo por parte dos seguidores do presidente.
O subprocurador Paulo Gustavo Gonet Branco, indicado para liderar a Procuradoria-Geral da República (PGR), recebeu boa aceitação e apoio entre parlamentares da oposição ao governo, especialmente entre os bolsonaristas mais radicais. Reconhecido por sua atuação no Ministério Público Federal (MPF), Gonet é caracterizado por um perfil conservador e católico. Ao contrário do indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, que enfrenta resistência, Gonet tem garantido promessas de votos de parlamentares do PL, sinalizando uma aprovação tranquila no plenário do Senado.
A escolha de Gonet para a PGR foi impulsionada pelo apoio dos ministros do STF Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes. O subprocurador, que já foi sócio do ministro Alexandre de Moraes, atua como vice-procurador-geral eleitoral. Seu perfil discreto é visto como uma vantagem, contrastando com a postura mais política do ministro Dino, indicado ao STF.
A sabatina de Gonet está prevista para ocorrer simultaneamente à de Flávio Dino em 13 de dezembro, e sua aprovação dependerá da votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e posteriormente no Plenário do Senado, onde são necessários pelo menos 42 votos favoráveis.
Embora tenha o apoio dos bolsonaristas, Gonet desempenhou um papel relevante no julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que resultou na inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro em junho deste ano. Ele apresentou um parecer favorável à inelegibilidade, argumentando que Bolsonaro cometeu abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.
Se confirmada sua indicação, Gonet substituirá Augusto Aras no comando do MPF e será responsável por liderar a instituição. Aos 61 anos, Gonet é natural do Rio de Janeiro, graduou-se em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), fez mestrado e doutorado em Direito Constitucional pela Universidade de Brasília (UnB) e é mestre em Direitos Humanos pela University of Essex, no Reino Unido. Ingressou no Ministério Público em 1987 e, desde 2012, ocupa a posição de subprocurador-geral da República.
Tribuna Livre, com informações da Agência Estado