Em um projeto pioneiro no Brasil, um piloto será implantado em 53 escolas nas regiões do Guará e São Sebastião, visando incorporar produtos da agricultura familiar local nos cardápios escolares.
O governo do Distrito Federal está lançando um projeto-piloto pioneiro no Brasil, com o objetivo de proporcionar uma alimentação ainda mais saudável aos estudantes do ensino público. Este ano, 53 escolas públicas localizadas no Guará (28) e em São Sebastião (25) serão beneficiadas. Nos próximos meses, essas instituições incluirão em seus cardápios gêneros alimentícios orgânicos produzidos pela agricultura familiar local, beneficiando aproximadamente 43.249 alunos e envolvendo cerca de 80 produtores.
A iniciativa visa a oferecer refeições mais saudáveis e diversificadas aos estudantes, enquanto contribui para a sustentabilidade, uma vez que a produção orgânica não envolve defensivos agrícolas ou agrotóxicos. Essa ação pioneira atende à Lei distrital 7.075/2022, que torna obrigatória a inclusão de alimentos orgânicos ou de base agroecológica na alimentação escolar das escolas públicas do Distrito Federal, tornando o DF um líder nesse campo.
A primeira compra de alimentos orgânicos do Distrito Federal representará um investimento de aproximadamente R$ 3 milhões dos R$ 23,3 milhões destinados ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). Juliene Santos, diretora de Alimentação Escolar da Secretaria de Educação (SEEDF) e responsável técnica pelo Pnae do DF, destaca os benefícios dessa iniciativa para os estudantes e o meio ambiente, além de apoiar a cadeia produtiva local.
O processo de aquisição foi realizado por meio de um chamamento público, contemplando três associações de produtores em assentamentos Chapadinha (Sobradinho), 15 de Agosto (São Sebastião) e Santa Maria, que ficarão responsáveis pela distribuição dos produtos nas escolas. O contrato dessas organizações com o Governo do Distrito Federal (GDF) está em processo de oficialização.
Dado que esta é a primeira compra oficial de produtos orgânicos para a alimentação escolar, o projeto-piloto permitirá avaliar a experiência, a aceitação dos alimentos pelos estudantes e a capacidade de produção dos agricultores. Para essa fase inicial, foram escolhidas duas regionais de ensino que já recebiam produtos orgânicos das associações com contratos regulares de agricultura familiar. A seleção foi feita em conjunto pela Secretaria de Educação, Secretaria de Agricultura (Seagri-DF) e Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF).
A nova forma de contrato também inclui a aquisição de todos os 32 itens provenientes da agricultura familiar, como morango, maracujá, abóbora e hortaliças folhosas. Além disso, as escolas poderão contar com produtos como berinjela, batata-inglesa e alho, que anteriormente não faziam parte do cardápio escolar. A diretora de Alimentação Escolar da SEEDF destaca a intenção de expandir essa iniciativa para incentivar mais cooperativas a cultivar produtos orgânicos e, assim, apoiar ainda mais agricultores na rede pública de ensino.
Tribuna Livre, com informações da SEEDF.