Segundo a defesa, estão sendo compartilhadas imagens de procedimentos com complicações que não foram conduzidos pela dentista Hellen Matias.
As advogadas Caroline Arantes e Thaís Canedo, que estão representando a odontóloga Hellen Matias, detida sob suspeita de deformar rostos de pacientes, argumentam que a prisão da profissional foi arbitrária e injusta. De acordo com a defesa, a dentista não desrespeitou a determinação judicial que a proibia de realizar cirurgias estéticas faciais após 22 de novembro.
Além disso, a defesa alega que estão sendo compartilhadas imagens de procedimentos com complicações que não foram conduzidos pela dentista Hellen Matias. As advogadas afirmam que a Justiça confundiu o procedimento realizado, ressaltando que a profissional, especializada em buco maxilo facial, realizou um procedimento reparador, não estético, dentro da competência de sua especialidade. Ela corrigiu uma lesão em uma paciente como uma complicação de um procedimento anterior realizado por outra profissional, o que é permitido pela resolução 65, artigo 41, do Conselho Regional de Odontologia (CRO).
As defensoras destacam que o procedimento foi reparador, envolvendo uma sutura na paciente para corrigir uma complicação causada por uma cirurgia prévia realizada por outra profissional, e não uma blefaroplastia, como consta nos autos e no depoimento da paciente.
A dentista Hellen Kacia Matias da Silva foi presa na manhã de terça-feira (30), e a Polícia Civil cumpriu quatro mandados de busca e apreensão em endereços relacionados à investigada. Após apreender o celular utilizado para contatar os pacientes, a polícia descobriu diversos casos de pessoas com rostos deformados após cirurgias realizadas pela profissional e por seus “alunos”.
A defesa argumenta que estão sendo divulgadas imagens de procedimentos que não foram realizados pela dentista Hellen Matias, algumas das quais não são de pacientes da odontóloga, mas sim casos discutidos em grupos de estudo ou provenientes de bancos de imagens. As advogadas afirmam que as fotos divulgadas foram descontextualizadas e, em sua maioria, mostram reações normais aos procedimentos e ao processo de cicatrização, como hematomas, inchaços e complicações normais.
As alegações serão apresentadas durante a audiência de custódia agendada para a tarde desta quarta-feira (31) no Fórum Cívil, 3ª Vara Criminal, mezanino, sala M 3 C, às 17 horas do dia 31 de janeiro de 2024.
Tribuna Livre, com informações da defesa da médica acusada.