Após a determinação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), manifestantes sindicais provocaram tumulto nas dependências do SindMotoristas.
Em mais um desdobramento da disputa judicial pela liderança do SindMotoristas, membros da chapa vencedora liderada por Edivaldo Santiago foram impedidos de acessar a sede do sindicato, localizada no bairro da Liberdade, região central de São Paulo, na manhã desta sexta-feira (8/12). Essa tentativa ocorreu após a decisão da Justiça do Trabalho que reverteu uma liminar anulando o resultado da eleição.
Por volta das 6h20, a Polícia Militar foi chamada. Os aliados de Edivaldo Santiago alegam que o candidato derrotado Valdevan Noventa, que permanece no comando da entidade, dispensou os funcionários na sexta-feira (8/12) e fechou o prédio, impedindo que Edivaldo assumisse o cargo.
A Polícia Militar reportou que ocorreu tumulto, e um grupo tentou invadir o sindicato, mas foi contido. Não houve feridos, e algumas pessoas foram conduzidas à delegacia.
Um aliado de Edivaldo informou ao Metrópoles: “Valdevan trancou o prédio e mandou todo mundo embora. Edivaldo veio aqui para tomar posse e agora não pode entrar. Valdevan está em Sergipe neste momento”.
Na sexta-feira (7/12), o desembargador Marcelo Freire Gonçalves, do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, concedeu uma tutela de urgência a favor de aliados de Edivaldo, suspendendo a decisão monocrática que invalidava o pleito. A anulação ainda será julgada de forma colegiada.
O desembargador enfatizou a necessidade de respeitar a autonomia sindical. “A autonomia sindical demanda a liberdade de organização e administração. A liberdade de organização interna, com a elaboração de estatutos, e a liberdade na escolha de dirigentes e funcionamento dos órgãos de controle e fiscalização fazem parte dessa autonomia”, afirmou.
A disputa pelo comando do SindMotoristas teve desdobramentos, incluindo a paralisação de terminais de ônibus em São Paulo durante a eleição, em novembro. A chapa de Valdevan Noventa buscava a anulação da votação, alegando irregularidades, enquanto adversários o acusam de roubo de urnas. A eleição foi suspensa pelo TRT-2, que ordenou a publicação de um novo edital, mas tal ação não foi realizada. A chapa de Edivaldo Santiago chegou a convocar uma greve, posteriormente cancelada na semana passada.
Tribuna Livre, com informações da Agência Estado