12/09/2025

Campanha pede que crianças sejam ouvidas sobre mudanças climáticas

 Direitos
infantis precisam estar no centro das discussões, dizem ONGs


Foto: Divulgação –
Caminhos da Reportagem

Organizações não
governamentais (ONGs) que atuam em defesa dos direitos de crianças e
adolescentes de todo o mundo cobram das lideranças internacionais que
participam da 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas
(COP27) medidas imediatas que coloquem os direitos infantis no centro do debate
para conter a degradação ambiental, o aquecimento global e suas consequências.

Várias entidades da
sociedade civil que participam da iniciativa, como as redes internacionais Our
Kid’s Climate e Parents For Future Global criaram a campanha #KidsFirst (ou
#CriançasEmPrimeiroLugar) para mobilizar a população global a cobrar mais
atenção aos direitos das crianças por chefes de Estado, líderes empresariais e
ambientalistas presentes à conferência, no Egito.

Uma dessas
entidades é o Instituto Alana, do Brasil, que enviou uma delegação de mães à
cidade egípcia de Sharm el-Sheikh, onde se realiza a conferência do clima, que
vai até o próximo dia 18. Com sede em São Paulo, o Instituto Alana defende a
urgência de um plano de ação global que garanta justiça climática para as
crianças, com especial atenção às de países do Hemisfério Sul.

A inspiração dos
entusiastas da implementação de uma estratégia global é o chamado Plano de Ação
sobre Gênero (do inglês, Gender Action Plan), aprovado durante a COP 23,
realizada em 2017, em Bonn, na Alemanha. O objetivo desse plano é integrar
aspectos das questões de gênero às discussões climáticas, em particular, a
importância da participação das mulheres nas negociações nacionais e
internacionais.

“O Plano de Ação
para Crianças é uma proposta de acordo cuja missão será integrar as
necessidades das crianças e garantir a plena participação destas em áreas como
adaptação, empoderamento climático, finanças, balanço global e gênero de forma
coerente, igualitária e significativa na implementação dos processos da
Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima”, explicou o
Instituto Alana. Segundo o instituto, desde a primeira COP, em 1995, o fórum de
líderes globais jamais tomou uma decisão com o objetivo específico de proteger
as crianças dos efeitos das mudanças climáticas.

As organizações à
frente da campanha também pedem às lideranças políticas e empresariais mundiais
a adoção de medidas que estimulem os países a substituir o uso de combustíveis
fósseis por fontes de energia renovável e a apoiar um processo de transição que
inclua a criação de um fundo econômico para amparar parte da população em caso
de perdas e danos causados por fenômenos climáticos extremos, como inundações e
ondas de calor.

As entidades também
querem que as próprias crianças, que representam um terço da população global,
sejam incluídas no debate sobre a crise climática. “[Em todo o mundo], há 1
bilhão de crianças extremamente vulneráveis a desastres climáticos,
especialmente no Sul Global. Além disso, mais de 90% das crianças em todo o
mundo estão respirando ar poluído. O principal impulsionador disso é a queima
de combustíveis fósseis – e, no entanto, governos e corporações continuam a
explorar novos combustíveis fósseis, desafiando a ciência”, alerta a Our Kids’
Climate em seu site.

De acordo com um
relatório que o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) apresentou
nesta quarta-feira (9), só no Brasil, há cerca de 40 milhões de jovens expostos
a mais de um risco climático ou ambiental e são justamente as crianças e
adolescentes os mais vulneráveis aos eventos extremos decorrentes das mudanças
climáticas em curso.

“As crianças e adolescentes são
os que menos contribuem para as mudanças climáticas, mas são os que vão sofrer
as consequências de forma mais intensa e por mais tempo. Nesse sentido, a
mudança climática é uma ameaça direta à capacidade da criança de sobreviver e
prosperar”, afirmou a representante interina do Unicef no Brasil, Paola Babos,
ao apresentar o documento em que a Unicef faz uma série de recomendações que
vão ao encontro das propostas da campanha #KidsFirst, como a priorização da
garantia dos direitos de crianças e adolescentes na implementação de medidas para
fazer frente a crise climática.

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