Luciane Dom relatou ter sido selecionada para uma “revista aleatória” durante um procedimento no aeroporto, onde uma funcionária solicitou a revista de seu cabelo. A Infraero, no entanto, nega a ocorrência de inspeção nos cabelos.
A cantora Luciane Dom compartilhou nas redes sociais que sofreu racismo no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (14/12).
A artista disse que teve o cabelo revistado ao ser parada em uma “revista aleatória”. “As coisas nunca são suaves para pessoas como eu”, escreveu Luciane.
A Infraero, administradora do aeroporto, negou a denúncia e disse que imagens de segurança mostram que não houve inspeção nos cabelos da artista. “Eu já tinha passado a mala no scanner, e eu mesma já tinha passado no scanner corporal. A mulher me diz “tenho que olhar seu cabelo”. Eu olho pra ela aterrorizada com a violência desse ato.
Ela chama o superior”, escreve a artista. “Eu trabalho com arte, criando possibilidades e imaginários diferentes, fazendo pessoas sonharem… Me fazendo acreditar na mudança. Queria ao menos ter ânimo e cabeça pra continuar divulgando o som e falando o que eu tava falando durante a semana.. Queria estar leve! Mas não”, escreveu Luciane.
Em nota enviada à imprensa, a Infraero informou que a cantora foi selecionada aleatoriamente para uma inspeção manual. “Após averiguação interna, foi constatado por imagens de câmeras de segurança que não houve inspeção nos cabelos.
De acordo com a Instrução Suplementar IS 107.001-J, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), as gravações feitas por essas câmeras de segurança só podem ser compartilhadas com a Polícia Federal, mediante solicitação de representantes do órgão”, diz trecho da nota. A reportagem entrou em contato com Luciane Dom e a questionou sobre o posicionamento da Infraero, mas ainda não obteve retorno. O espaço segue aberto para futuras manifestações. Confira a íntegra da nota:
A cantora Luciane Dom foi selecionada aleatoriamente para uma inspeção manual. Após averiguação interna, foi constatado por imagens de câmeras de segurança que não houve inspeção nos cabelos. De acordo com a Instrução Suplementar IS 107.001-J, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), as gravações feitas por essas câmeras de segurança só podem ser compartilhadas com a Polícia Federal, mediante solicitação de representantes do órgão.
Um dos procedimentos previstos para garantir a segurança do passageiro e demais usuários, a realização de inspeção de segurança aleatória é prevista na Resolução ANAC nº 515, de 8 de maio de 2019.
Destaca-se que os pórticos detectores de metais do aeroporto têm a capacidade de gerar alarmes aleatórios, com acionamento de forma automática ou sob ação do passageiro, para fins de controle de execução da inspeção aleatória. Importante ressaltar que a inspeção de segurança aleatória é independente de origem, raça, sexo, idade, profissão, cargo, orientação sexual, orientação religiosa ou qualquer outra característica do passageiro.
A Infraero reitera que repudia quaisquer formas de discriminação, que comportamentos como injúria racial e racismo não são tolerados nos aeroportos sob sua administração e está à disposição das autoridades competentes para os esclarecimentos que façam necessários.
Tribuna Livre, conforme Redes Sociais