27/07/2024

Conheça a identidade de Johny Bravo, indivíduo envolvido na tentativa de receber 47 fuzis apreendidos na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Traficante Johnny Bravo, da favela da Rocinha — Foto: Reprodução
Criminoso lidera o tráfico na Rocinha, onde, de acordo com cálculos da polícia, obtém cerca de R$ 10 milhões mensalmente por meio de atividades ilegais.

Investigações recentes revelam que John Wallace da Silva Viana, conhecido como Johny Bravo e o chefe do tráfico na Favela da Rocinha, localizada na Zona Sul da cidade, tornou-se um dos principais colaboradores de Wilton Carlos Rabelo Quintanilha, também conhecido como Abelha, um membro influente da maior facção criminosa do Rio. Informações obtidas pela Polícia Civil indicam que Abelha, juntamente com outros criminosos de diferentes estados, estaria usando a Rocinha como esconderijo. Na última terça-feira, a Polícia Federal apreendeu 47 fuzis e munição calibre 556 em uma mansão na Barra da Tijuca, Zona Oeste, alugada por indivíduos oriundos de Minas Gerais.

Três pessoas foram detidas, e as autoridades suspeitam que o armamento seria destinado à Rocinha, onde criminosos vindos de Belo Horizonte estariam escondidos. A polícia está investigando se a carga apreendida seria distribuída a partir da Rocinha para outros locais. John Wallace, apelidado de Johny Bravo devido a sua notória autoconfiança, assumiu o controle da Rocinha em 2017, após a prisão de Rogério Avelino da Silva, também conhecido como Rogério 157. Apesar de ter quatro mandados de prisão emitidos pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), Johny Bravo celebrou seu 35º aniversário em liberdade no último dia 25 de agosto. Estima-se que o chefe do tráfico na Rocinha arrecada aproximadamente R$ 10 milhões por mês com atividades ilegais na comunidade, incluindo o tráfico de drogas.

Para comemorar essa data, Johny organizou uma festa de aniversário que se estendeu por três noites, com queima de fogos, publicações em redes sociais, um baile, distribuição de cervejas e, é claro, um bolo tradicional. Nas redes sociais, uma pessoa que se identificou como sendo o próprio Johny postou uma foto do bolo com a frase “parabéns pra mim”, gerando inúmeras interações. No entanto, apesar das celebrações, ele teve sua quarta prisão preventiva decretada pelo TJRJ, resultante de uma investigação que teve início em 2020 na Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). A investigação resultou na denúncia de 16 pessoas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por envolvimento em um esquema de distribuição de cocaína, maconha e crack na Rocinha.

Dentre os denunciados, 12 tiveram mandados de prisão emitidos, incluindo Johny Bravo, Leandro Pereira da Rocha (Goiaba ou Bambu), Joel de Sousa Mendes (Céu) e Thiago Silva Mendes Neris (Catatau), todos considerados homens de confiança do chefe do tráfico. Goiaba é descrito como chefe do comércio de drogas na parte inferior da Rocinha, Céu é mencionado como responsável pela segurança de Johny e pela manutenção das residências usadas pelo bando, enquanto Catatau recebe ordens diretas de Johny e compartilha a segurança pessoal com Céu. Em junho, houve uma operação da Polícia Militar na Rocinha para capturar criminosos de outros estados e membros da mesma facção de Johny que estavam escondidos na comunidade. Houve tiroteios, mas ninguém foi preso.

Em agosto, uma mansão irregular na Rocinha, usada para festas relacionadas ao tráfico, foi demolida por agentes da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop) da Prefeitura do Rio. As investigações policiais também sugerem que o tráfico na Rocinha arrecada cerca de R$ 10 milhões por mês não apenas com o comércio de drogas, mas também com a imposição de taxas e o controle de diversas atividades, como o comércio de cigarros contrabandeados, taxas semanais para mototaxistas, pedágio mensal para motoristas de vans e a venda clandestina de sinal de TV a cabo. Além do tráfico de drogas, Johny Bravo também enfrenta acusações relacionadas à morte de Ana Cristina da Silva, que foi baleada enquanto protegia seu filho de três anos durante um tiroteio entre gangues rivais no Morro de São Carlos, em agosto de 2020. Ele é acusado de ter contribuído para a morte da vítima, o que levou à sua prisão preventiva em agosto de 2021. Todos os mandados de prisão contra Johny Bravo ainda estão em vigor, de acordo com o Conselho Nacional de Justiça.

Cidade Livre, com informações do Extra Cidades      

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