O
documento, exigência do Ministério da Saúde diante do alto risco de
reintrodução da doença, foi apresentado nesta segunda (24). Aumento da
cobertura vacinal é o principal pilar da proposta
A rede pública de saúde do Distrito Federal já tem seus
próprios planos de mitigação e contenção da poliomielite. O documento que pauta
as ações de combate ao vírus e a coleta de dados para a prevenção da doença foi
apresentado nesta segunda-feira (24), em evento realizado no Laboratório
Central de Saúde Pública (Lacen). A intensificação da imunização é o principal
pilar da proposta.
50,6%Percentual de crianças de 1 a 5 anos incompletos que
foram vacinadas contra a pólio no DF. A meta de imunizar um mínimo de 95% da
população alvo não é alcançada desde 2017
A criação dos planos foi uma exigência do ministro da Saúde
feita a todos os estados, diante do alto risco de reinserção da pólio no
Brasil. Ainda que o DF não tenha detectado nenhum caso desde 1987, a região tem
grandes chances de presenciar a volta da doença causadora da paralisia
infantil. A possibilidade de reintrodução está na casa dos 80% – o objetivo é
reduzir a probabilidade para cerca de 20%.
O plano de mitigação reforça o papel da imunização como
principal aliado no combate à pólio. A Campanha Nacional de Vacinação contra a
Poliomielite de 2022 teve início em 8 de agosto. O término, inicialmente
previsto para 9 de setembro, precisou ser prorrogado duas vezes por conta da
baixa cobertura vacinal: primeiro para 30 de setembro e, depois, para 28 de
outubro.
Até o momento, o DF aplicou 81.110 doses da vacina oral, o
que representa 50,6% das crianças de 1 a 5 anos incompletos. A meta de vacinar
um mínimo de 95% da população alvo não é alcançada desde 2017. “A baixa
cobertura deve ser encarada como um problema grave a ser combatido”, observa a
secretária de Saúde, Lucilene Florêncio. “O Brasil é um exemplo para o mundo na
vacinação. Não podemos perder essa vanguarda.”
O imunizante está disponível em todas as regiões de saúde do
DF. São 118 salas de vacinação – os locais que podem ser consultados no site da
Secretaria de Saúde. “É factível batermos a meta de vacinação no DF, temos toda
a estrutura necessária para isso”, garante Lucilene. “Mas precisamos do
comprometimento de todos para que a população se vacine.
Busca ativa dos faltosos, interação com líderes comunitários
e visitas às escolas estão entre as ações que devem alavancar os índices de
imunização. De acordo com a responsável técnica da vigilância da poliomielite
da Secretaria de Saúde, Joana Castro, o plano de mitigação também prevê a
realização de um diagnóstico situacional das salas de vacinação. “Vamos
garantir que o imunizante siga ao alcance de toda a comunidade”, conta.
Caso o plano de mitigação não surta o resultado esperado, o
plano de contenção entra em ação. “O documento apresenta estratégias para
contenção de surto”, explica Joana. “A poliomielite é transmissível. Então, se
identificarmos alguma vítima, precisaremos tomar algumas medidas para evitar
que a doença se alastre.”
Representante do governo federal, o médico epidemiologista
Gerson Fernando Pereira reforçou o compromisso do Ministério da Saúde de apoiar
todas as unidades federativas no combate à pólio. “Passados pouco mais de 30
anos desde o último caso da doença no Brasil, a população parece ter esquecido
que ela existe”, lamenta Gerson, que é diretor do Departamento de Doenças
Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis.
Além da divulgação dos planos de mitigação e contenção, o
evento também premiou a região central de saúde pelos esforços no combate à
pólio. A área engloba Asa Sul, Asa Norte, Lago Sul, Lago Norte, Varjão, Vila
Planalto e Cruzeiro.Justiça proíbe Enel de paralisar atividades em Goiás;
decisão prevê multa de R$ 1 mi











